O que muda
A partir de 2017, os desfiles do SPFW
acontecerão em fevereiro e julho/agosto,
ajustados às datas de lançamentos das
coleções nas lojas para o consumidor.
Paulo adianta que algumas marcas, porém,
começam a se mexer desde já. “Não é um
processo imposto, é um avanço na direção
e na bússola. Temos uma transformação
adiante e cada marca, ao seu modo, se
adequa à sua maneira a essa demanda”,
explica.
Essa é uma indústria que vive claramente
de ciclos e o atual está dando sua volta
final. A internet e as redes sociais
provocaram grandes mudanças, e
permanecer estático ou andar para trás
é impensável. Há de se acompanhar o
movimento natural.
As redes sociais atrapalham o ciclo da
moda? “Não, elas impulsionam. O acerto é
o que você está mostrando. E nós podemos
fazer esse ajuste no calendário mais
facilmente porque vivemos 17 anos na boca
dessa data, mas o consumidor não tinha
como ver porque não havia internet como
hoje”.
O fim do
Inverno e
Verão
sentido. Somos um país que não tem
mudanças rígidas de estação”. Assim, o
próximo evento leva o nome de SPFW
41. Já em novembro, mais próximo da
mudança geral, o SPFW será um híbrido
nesse sentido, porque é uma construção de
um processo adiante.
Hoje, mais do que nunca, as pessoas
querem a passarela. E é inegável que o
consumidor final determinou todas essas
mudanças através das redes. Para Paulo,
houve um encontro de estímulos do ponto
de vista de quem cria e de quem consome.
“O estilista não cria para ele, e sim para
o consumidor. Este quer ver o novo e
consumir rápido. É esse ajuste que vai se
dar a partir de agora”, explica.
De fato, o novo sistema passará por ajustes
e atualizações em diversos níveis. Surgirão
novas combinações entre imprensa
(principalmente as revistas) e marca, para
que a informação seja mais estratégica. A
moda vai começar a trabalhar em ciclos
mais curtos e conseguir descongestionar
essa ansiedade que o meio estava vivendo
em ter showroom e desfile e, um mês
depois, buscar outras formas de continuar
alimentando o consumidor, sempre atrás de
novidades. “Tudo o que está acontecendo
no mundo da moda é muito benéfico
para o Brasil. Somos mais jovens, com o
mercado em construção. Já vivemos outros
ciclos de transformação, seja por crise,
abertura de mercado, altíssima estima ou
baixíssima estima. Já passamos por altos e
baixos”. Para Paulo, é justamente na crise
que as lideranças se fortalecem, que surgem
novos ciclos.
Outra mudança que acontece – essa já para
a próxima temporada, que começa dia 25
de abril – é o abandono da nomenclatura
Inverno/Verão, que há décadas acompanha
as semanas de moda. “Não faz mais
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