Revista DITA Store Edição Única | Page 43

O que muda A partir de 2017, os desfiles do SPFW acontecerão em fevereiro e julho/agosto, ajustados às datas de lançamentos das coleções nas lojas para o consumidor. Paulo adianta que algumas marcas, porém, começam a se mexer desde já. “Não é um processo imposto, é um avanço na direção e na bússola. Temos uma transformação adiante e cada marca, ao seu modo, se adequa à sua maneira a essa demanda”, explica. Essa é uma indústria que vive claramente de ciclos e o atual está dando sua volta final. A internet e as redes sociais provocaram grandes mudanças, e permanecer estático ou andar para trás é impensável. Há de se acompanhar o movimento natural. As redes sociais atrapalham o ciclo da moda? “Não, elas impulsionam. O acerto é o que você está mostrando. E nós podemos fazer esse ajuste no calendário mais facilmente porque vivemos 17 anos na boca dessa data, mas o consumidor não tinha como ver porque não havia internet como hoje”. O fim do Inverno e Verão sentido. Somos um país que não tem mudanças rígidas de estação”. Assim, o próximo evento leva o nome de SPFW 41. Já em novembro, mais próximo da mudança geral, o SPFW será um híbrido nesse sentido, porque é uma construção de um processo adiante. Hoje, mais do que nunca, as pessoas querem a passarela. E é inegável que o consumidor final determinou todas essas mudanças através das redes. Para Paulo, houve um encontro de estímulos do ponto de vista de quem cria e de quem consome. “O estilista não cria para ele, e sim para o consumidor. Este quer ver o novo e consumir rápido. É esse ajuste que vai se dar a partir de agora”, explica. De fato, o novo sistema passará por ajustes e atualizações em diversos níveis. Surgirão novas combinações entre imprensa (principalmente as revistas) e marca, para que a informação seja mais estratégica. A moda vai começar a trabalhar em ciclos mais curtos e conseguir descongestionar essa ansiedade que o meio estava vivendo em ter showroom e desfile e, um mês depois, buscar outras formas de continuar alimentando o consumidor, sempre atrás de novidades. “Tudo o que está acontecendo no mundo da moda é muito benéfico para o Brasil. Somos mais jovens, com o mercado em construção. Já vivemos outros ciclos de transformação, seja por crise, abertura de mercado, altíssima estima ou baixíssima estima. Já passamos por altos e baixos”. Para Paulo, é justamente na crise que as lideranças se fortalecem, que surgem novos ciclos. Outra mudança que acontece – essa já para a próxima temporada, que começa dia 25 de abril – é o abandono da nomenclatura Inverno/Verão, que há décadas acompanha as semanas de moda. “Não faz mais 41