Revista de Medicina Desportiva Novembro 2020 Novembro 2020 | Page 36

Aspetos práticos da antidopagem 2020 – 2021
Em conclusão , a aclimatação às temperaturas ambientes baixas é modesta , e o termo mais correto deverá ser habituação ( à sensação de frio ). As adaptações mais relevantes são a diminuição da temperatura cutânea , mantendo a temperatura central dentro dos valores normais , e a diminuição da reação de choque ao frio . Alguns indivíduos desenvolvem uma aclimatação insulativa , em que conseguem um tempo de resposta da vasoconstrição cutânea mais rápido . A prevenção de lesões e da hipotermia passa pela manutenção e utilização de equipamento protetor adequado e seco . Situações graves de patologia induzida pelo frio devem receber tratamento hospitalar pelo seu risco de complicações secundárias ao reaquecimento .
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Aspetos práticos da antidopagem 2020 – 2021

Prof . Doutora Maria João Cascais Médica especialista em Medicina Desportiva e Patologia Clínica . Presidente da SPMD . Comissão de Autorização Terapêutica , ADOP . Lisboa
Todos os anos , os médicos , os atletas e outros agentes desportivos são confrontados com a existência de uma nova Lista de Substâncias e Métodos Proibidos emitida pela Agência Mundial Antidopagem ( AMA ), a partir de Janeiro do novo ano , neste caso 2021 , e em adenda com a Lista de Monitorização do mesmo organismo . Este emite ainda um resumo das principais alterações feitas à lista do ano anterior para que a consulta seja mais fácil .
Estes documentos , devidamente traduzidos , são publicados no site da ADoP ( Autoridade Antidopagem de Portugal ) e numa Portaria publicada em Diário de República para que estejam de acordo com a legislação do País .
Indicam-se algumas alterações para o ano de 2021 :
• Na lista de alterações , cuja consulta aos parceiros não está ainda concluída , prevê-se uma alteração ao regime de autorização de utilização dos medicamentos beta-2 agonistas e glucocorticoides e uma clarificação sobre drogas de abuso ;
• O vilanterol poderá ser permitido numa dose máxima de 25microgramas por 24 horas , evitando assim os pedidos de Autorização Terapêutica que obrigam a vários relatórios por médico especialista ;
• Em relação aos glucocorticoides , está em discussão se todas as vias injetáveis serão proibidas em 2021 ou só em 2022 ;
• O artigo 4.2.3 do Código Mundial Antidopagem define como “ Substâncias de abuso ” as “ Substâncias proibidas especificamente identificadas como Substâncias de Abuso na Lista , por serem frequentemente utilizadas de forma abusiva na sociedade , fora do contexto desportivo ”. Como exemplo temos a cocaína , a metilenodioximetanfetamina ( MDMA ) e o tetrahidrocanabinol ( THC );
• As hormonas e os moduladores metabólicos , atualmente com duas subclasses , foram agrupados apenas numa , já que possuem mecanismos metabólicos comuns .
No contexto da Lista atual , que vigora atá 31 de Dezembro de 2020 , chama-se a atenção para uma estrutura da AMA ( Autoridade Mundial Antidopagem ), o sistema ADAMS ( Anti-Doping Administration & Management System ), o qual , em resumo , trata da administração de todos os assuntos referentes aos atletas com número de identificação própria e gere as Autorizações Terapêuticas ( AUT ), que têm de estar introduzidas no sistema , a informação sobre a localização dos atletas , os resultados laboratoriais , a planificação dos controlos de dopagem e o Passaporte Biológico . Estas informações estão disponíveis para todo o mundo e têm níveis de acessibilidade de acordo com códigos , muito definidos de acordo com o utilizador .
A Autorização de Utilização Terapêutica ( AUT )
O atleta tem o direito de ser tratado com medicamentos que constam da Lista de substâncias dopantes desde que se justifique , alguns procedimentos sejam executados e apenas após a autorização dada pela
34 novembro 2020 www . revdesportiva . pt