comumente lesionada ( 62-91 %). 11 De referir que 44 % das lesões do tornozelo são fraturas , sendo de destacar a fratura do processo lateral do astrágalo ( apelidada de fratura do Snowboarder ), a qual representa 1 / 3 de todas as fraturas do tornozelo e 95 % de todas as fraturas do astrágalo entre os praticantes deste desporto ( Figura 8 ). 21
Figura 8 – Raio x e TC a demonstrar fratura do snowboarder ( https :// radiologykey . com /)
Ainda não há consenso relativamente ao mecanismo de lesão da “ fratura do Snowboarder ”. Hawkins et al sugeriu em 1965 um mecanismo de dorsiflexão e inversão . 17 Em 2003 , um estudo biomecânico realizado por Funk et al 16 , sugeriu que o mecanismo mais comum seja a dorsiflexão da tibiotársica em carga axial com eversão . Na prática do snowboard esta fratura surge numa posição de queda anterior ( os joelhos estão fletidos e o tornozelo em dorsiflexão ) 17 , em que na tentativa de evitar a queda , a perna da frente roda anteriormente à prancha , causando eversão do tornozelo . A prancha atua como uma alavanca ao longo do eixo do pé , o que eleva o torque . 21
É importante o diagnóstico destas lesões , que clinicamente mimetizam a entorse do ligamento peronioastragalino anterior , de forma a evitar consolidações viciosas , pseudoartroses e consequentemente artrose subastragalina . O diagnóstico nem sempre é fácil ( 40 % de erros de diagnóstico ), podendo ser ocultas na radiologia convencional . 21 O TC é o exame de eleição para diagnosticar e caracterizar estas lesões . Hawkins et al classificou esta fratura em 3 tipos ( I – não envolve a articulação peronioastragalina ; II – envolve a articulação peronioastragalina ; III – fratura cominutiva ). 17 O tratamento é cirúrgico para fraturas com desvio superior a 2 milímetros .
Lesões da coluna
As lesões da coluna não são muito comuns no esqui ou no snowboard ( 1-13 %). Normalmente estão relacionados com saltos ( 77 % no snowboard e 20 % esqui ), quedas relacionadas com desequilíbrio ( 18 % no snowboard e 59 % no esqui ) e colisões ( 5-6 % em ambas ). 11
Conclusão
O esqui alpino e o snowboard colocam os atletas de desportos de Inverno em risco para uma variedade de lesões . As lesões do membro superior , especificamente no punho são mais comuns em snowboarders , enquanto as lesões do membro inferior , especialmente as lesões ligamentares do joelho , são mais comuns em esquiadores . É importante saber reconhecê-las e tratá-las adequadamente de forma a minimizar futuras sequelas e um retorno à atividade física prévia . O uso do capacete , protetores de punho e instruções prévias às lesões mostraram serem capazes numa redução do número de lesões nestes atletas .
Correspondência Dr . Rafael Portela : rafaelportelasilva @ gmail . com
O autor nega qualquer conflito de interesse , assim como a originalidade do texto e a sua não publicação prévia .
Bibliografia
1 . Van Mechelen W , Hlobil H , Kemper HC . Incidence , severity , etiology and prevention of sports injuries . A review of concepts . Sports Med 1992 ; 14:82-99 .
2 . Flørenes TW , Bere T , Nordsletten L , Heir S , Bahr R . Injuries among male and female World Cup alpine skiers . Br J Sports Med . 2009 ; 43:973-978 .
Restante Bibliografia em : www . revdesportiva . pt ( A Revista Online )
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Referências bibliográficas : Resumo das Características do Medicamento ib-u-ron gel mentol , julho de 2018 .
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Revista de Medicina Desportiva informa novembro 2020 · 25