Revista de Medicina Desportiva Março 2021 Março, 2021 | Page 18

volume da corrida . A elevada gama de idades dos participantes também poderá constituir um fator de confundimento , atendendo a que a idade avançada constitui por si só um fator de risco para o desenvolvimento de OA do joelho .
Esta RBE apresenta algumas limitações , nomeadamente o facto dos diferentes estudos incluídos apresentarem metodologias muito heterogéneas entre si , essencialmente na definição de corrida recreativa , na idade dos participantes , no período de follow-up e nos fatores de risco para OA do joelho avaliados . Ainda assim , a evidência científica disponível aponta para que a corrida recreativa , ao contrário do comummente defendido , não predispõe ao desenvolvimento de OA clínica ou radiográfica do joelho , parecendo ter , pelo contrário , um efeito protetor ( SORT 2A ). Novos estudos , com metodologias melhor definidas e com maiores amostras , excluindo ou controlando a influência de outros fatores de risco para OA do joelho , como lesões anteriores , carga de trabalho ocupacional , tipo de calçado e excesso de peso , serão necessários para cimentar e corroborar de forma pragmática estes mesmos resultados .
Em suma , atendendo à elevada prevalência da OA do joelho , bem como ao impacto negativo na qualidade de vida que ela acarreta , torna-se essencial o conhecimento dos principais fatores de risco associados ao seu desenvolvimento . Esta RBE demonstra que a corrida recreativa não predispõe ao desenvolvimento de OA do joelho , tendo , pelo contrário , um efeito protetor , pelo que a sua prática deve ser reconhecida como benéfica para a saúde global e osteoarticular da população e , subsequentemente , recomendada pelos profissionais de saúde .
Os autores declaram não terem conflitos de interesse , assim como declaram a originalidade do manuscrito e a sua não publicação prévia .
Correspondência Email : pedro _ apolinario _ 17 @ hotmail . com ; Telemóvel : 935185502
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16 março 2021 www . revdesportiva . pt