AUT retroativa , a qual está prevista , desde 2021 , na Norma Internacional para a Autorização de Utilização Terapêutica ( ISTUE 4.1e : The Athlete Used Out-of-Competition , for Therapeutic reasons , a Prohibited Substance that is only prohibited In-Competition ). Deve ser referido que só não haverá sansão disciplinar se a AUT retroativa for autorizada .
Em relação à submissão da AUT , a AMA / WADA refere que ” se o atleta usar um corticoide antes do período de wash out é pouco provável que o teste posterior realizado em competição venha a ser positivo , pelo que o atleta não deve solicitar a AUT ”. Se , entretanto , surgir um resultado positivo , deve ser submetida uma AUT retroativa .
A AMA / WADA elaborou um documento de orientação ao preenchimento e submissão da AUT : Checklist for Therapeutic Use Exemption ( TUE ) Application : Musculoskeletal Conditions – Prohibited Substances : Glucocorticoids by oral , rectal or injectable routes . Existem também textos de apoio para outras condições médicas . Este texto pretende ser um guia para o atleta e respetivo médico elaborarem adequadamente a AUT . Ressalva , ainda , que não basta apenas a submissão do impresso , é necessária a submissão de documentos
( relatórios de exames ), assim como a submissão da AUT não garante a aprovação por parte do comité médico responsável pela decisão . Por outro lado , em algumas circunstâncias , não é necessário fornecer todos os elementos desta checklist , refere a AMA / WADA . A figura ( original ) indica os quesitos para a boa elaboração da AUT .
Finalmente , refira-se que a leitura deste texto não dispensa a leitura dos documentos publicados pela AMA / WADA , alguns dos quais indicados na bibliografia de seguida indicada , os quais foram consultados para a produção deste texto .
Bibliografia
5 . Ventura R , Daley-Yates P , Mazzoni I , et al . A novel approach to improve detection of glucocorticoid doping in sport with new guidance for physicians prescribing for athletes . Br J Sports Med 2021 ; 55:631-642 .
Os glicocorticoides têm sido encontrados com alguma frequência na urina dos atletas ao longo dos anos , originando resultados analíticos adversos ( RAA ), vulgo positivos . Desde 2010 , inclusive , até ao ano de 2018 , o número anual variou entre o valor máximo de 365 em 2012 e o valor mínimo de 184 ocorrido em 2016 . A percentagem em relação ao total dos RAA variou entre 4 % ( 2010 ) e 8 % ( 2012 e 2014 ). A substância mais vezes encontrada , nos primeiros 5 anos a que se refere o estudo , foi o budesonido , para nos posteriores ter sido a prednisolona . Indicam-se os tipos de corticoides detetados na urina entre 2016 e 2018 .
Substâncias n º de RAA % b ) Ano 2016 Total = 184 ( 4 %) a ) Prednisolona 51 28 Prednisona 48 26 Betametasona 29 16
Acetonido de Triamcinolona
18 10
Dexametasona 13 7 Metilprednisolona 11 6
Propionato de fluticasona
9 5
Deflazacorte 2 1 Ano 2017 Total = 224 ( 5 %) a ) Prednisolona 70 31 Prednisona 56 25
Acetonido de Triamcinolona
31 14
Betametasona 23 10 Dexametasona 20 9 Metilprednisolona 13 6
Propionato de fluticasona
4 2
Deflazacorte 3 1 Budesonido 2 1 Triamcinolona 1 0 Ano 2018 Total = 284 ( 7 %) a ) Prednisolona 77 27
Acetonido de Triamcinolona
72 25
Prednisona 70 25 Betametasona 34 12 Dexametasona 15 5 Metilprednisolona 8 3 Budesonido 5 2
a ) percentagem de todos os RAA ; b ) percentagem no grupo dos glicocorticoides Ref . Ventura R , Daley-Yates P , Mazzoni I , et al . Br J Sports Med 2021 ; 55:631-642 .
Revista de Medicina Desportiva informa maio 2022 · 25