Revista de Medicina Desportiva Janeiro 2021 | Page 9

ML
Figura 3 – Manobra de stress em valgo
LOGIQ V2 ® com sonda linear multifrequência 3-10MHz – 9L-RS ) nessa mesma consulta de MFR . A nível da 1 ª MCF do lado não afetado ( Figuras 4 a . e b .), não foi observado qualquer alteração ecograficamente patológica . A ecografia realizada no lado afetado ( Figuras 5 a . e b .) revelou
PP
OP
rutura completa do LCU do polegar , com interposição da aponevrose do músculo abdutor do polegar e descontinuidade da cortical da falange proximal , traduzindo fratura .
Posteriormente , o doente foi submetido a ressonância magnética da mão direita ( Figura 6 ) que revelou indefinição do LCU , com edema ao nível da inserção distal da falange , traduzindo rutura completa , e associando-se a área focal de hipersinal na sua inserção , podendo traduzir fratura sem evidente avulsão , constatada interposição do músculo adutor do polegar , sugerindo lesão de Stener .
Dado o resultado dos exames clínicos e imagiológicos , foi reobservado por Ortopedia , tendo sido proposto para cirurgia .
Figuras 4 a . e b . – Polegar esquerdo . Imagem de ecografia ( a ) e ilustração ( b ) em eixo longo : na face ulnar mostra o LCU com padrão fibrilar compacto normal ( entre setas ). Nota-se a aponevrose do adutor do polegar em sobreposição ( triângulo ), com contorno ósseo regular da cabeça do metacarpo e da falange proximal . ( B-Ilustrações por Carolyn Nowak , AnnArbor , Michigan ; disponíveis em www . carolyncnowak . com à data de 18 / 03 / 2020 ).
Durante a cirurgia efetuou-se desbridamento do LCU , perfuração com broca manual na base da falange proximal , colocação de mini-âncora com sutura do LCU e colocação de fio de Kirschner .
Retirou fio de Kirschener três semanas após a cirurgia , tendo sido colocada de tala Spica . O período total de imobilização foi de quatro semanas . Iniciou depois programa diário de reabilitação com crioterapia , massagem de drenagem de edema e desfibrosante da cicatriz operatória , exercícios de mobilização passiva do polegar , evitando manobra em valgo , mobilização ativa / assistida dos restantes dedos e punho , fortalecimento isométrico dos músculos intrínsecos da mão , com indicação para manter tala de Spica fora dos períodos de reabilitação .
À oitava semana descontinuou tala , iniciou turbilhão com mobilização polissegmentar da mão , mobilização ativa e assistida do polegar , com mobilização progressiva em valgo da articulação MCF , fortalecimento muscular dinâmico dos músculos intrínsecos da mão . Às doze semanas foi reavaliado , apresentado um défice de 15 ° de abdução face à articulação MCF contralateral , motivo pelo qual manteve o mesmo tratamento por mais duas semanas .
Após o término do tratamento de reabilitação , apresentou mobilidade completa da articulação MCF , sem défice de força , com teste de stress em valgo sem instabilidade , negando queixas álgicas . Retomou a atividade desportiva catorze semanas após a cirurgia , negando queixas e mantendo o mesmo nível funcional prévio à lesão .
Figuras 5 a . e b . – LCU com rutura completa ( setas em a e b ) e fletido sobre o metacarpo . O LCU encontra-se predominantemente hipoecogênico e heterogéneo . Nota-se a interposição da aponevrose do adutor do polegar ( triângulo ) e descontinuidade da cortical da falange proximal ( asterisco ). ( b – ilustrações por Carolyn Nowak , AnnArbor , Michigan ; disponíveis em www . carolyncnowak . com à data de 18 / 03 / 2020 ).
Figura 6 – Ressonância Magnética da mão direita com área focal de hipersinal na sua inserção podendo traduzir pequena fratura sem evidente avulsão . Constatada ligeira interposição do músculo adutor do polegar observada tipicamente na lesão de Stener .
Revista de Medicina Desportiva informa janeiro 2021 · 7