Revista de Medicina Desportiva Informa Setembro 2019 | Page 25

lidocaína a 1% (2ml) foram injetados nas lesões. Apesar da pouca evi- dência disponível em relação a este tratamento, os autores tiveram um bom resultado clínico e funcional. No futuro, é importante realizar estudos em populações maiores e tentar verificar a eficácia desta terapêutica Os autores negam qualquer conflito de interesses Correspondência André Borges [email protected] Bibliografia 1. Haedicke GJ, Sturim HS. s.l.: Plantar fibroma- tosis: an isolated disease. Plast Reconstr Surg. 1989; 83(2):296-300. 2. SD., Gordon. s.l.: Dupeytren’s contracture: plantar involvement. Br J Plast Surg., 1964; 17:413. 421-23. 3. G., Ledderhose. s.l.: Zur Pathologie Aponeu- rose des Fusses und der Hand. Arch Klin Chir, 1897; 55:694-712. 4. Adib O, Noizet E, Croue A, Aube C. s.l. Ledderhose’s disease: radiologic/pathologic correlation of superficial plantar fibromatosis. Diagn Inter Imaging, 2014; 95(9):893-896. 5. Draghi F, Ippolito S, Sosio D, Pietrobono L, Ferrozzi G. s.l.: Ultrasonography contrast media and “compound” tecnique inthe study of 2 cases of Ledderhose disease. Radiol Med, 2001; 101(1-2): 91-92. 6. Lee TH, Wapner KL, Hech PJ. s.l.: Plantar fibromatosis. J Bone Joint Surg Am, 1993; 75(7):1080-1084. 7. de Bree E, Zoetmulder FA, Keus RB, Peterse HL, van Coevorden F. s.l.: Incidence and treatment of recurrent plantar fibromatosis by surgery and postoperative radiotherapy. Am J Surg, 2004; 187:33-8. 8. Pickren JW, Smith AG, Stevenson TW, et al. s.l.: Fibromatosis of the plantar fascia. Cancer, 1951; 4:846-856. 9. Allen RA, Woolner LB, Ghormley RM. s.l.: Soft tissue tumors of the sole. J Bone Joint Surg, 1955; 37A:14-26. 10. Lieberman RA, Ketai N. s.l.: Plantar fibroma- tosis. Discussion and illustrative case history. J Am Podiatry Assoc, 1973; 63(7):304-9. 11. T., Skoog. s.l.: Dupuytren’s contracture: pathogenesis and surgical treatment. Surg Clin North Am, 1967; 47(2):433-44. 12. Plantar Fibromatosis. Aviles E, Arlen M, Miller T. s.l.: Surgery, 1971; 69(1):117-120. 13. Meszaros L, Gaspardy G. s.l.: Simulta- neous occurrence of Ledderhose syndrome and Dupuytren contracture. Orv Hetil, 1980; 121(29):1775-6. 14. Caroli A, Zanasi S, Marcuzzi A, Guerra D, Cristiani G, Ronchetti IP. s.l.: Epidemiological and structural findings suppporting the fibro- matous origin of dorsal knuckle pads. J Hand Surg Br, 1991; 16(3):258-62. Restante Bibliografia em: www.revdesportiva.pt (A Revista Online) O Leite Achocolatado Dr. Basil Ribeiro – V N Gaia Especialista em Medicina Desportiva A notícia publicada num jornal diário que relatava a proibição de publicidade ao leite achocolatado motivou a escrita desta opinião. As letras “garrafais” na 1ª página de um jornal respeitável fizeram- -me pensar que estávamos perante um vilão: o leite achocolatado. Não está em causa o jornal, pois este apenas veiculou uma notícia, mas também somente o seu conteúdo. Está em causa a obesidade juvenil e é necessário preveni-la e tratá- -la. Estamos de acordo. Mas é o leite achocolatado o responsável pela o número cada vez maior de crianças obesas? Vejamos a sua composição por 100 ml (um pacote são 200ml) para posterior compa- ração: calorias - 72; gorduras 1.2gr; açúcar – 11.5gr; proteína – 3.5gr. Não sendo especialista em nutri- ção, mas apenas especialista em Medicina Desportiva, com muitos anos de experiência em desportos de alta competição, também no desporto juvenil, vejo o leite acho- colatado como uma boa bebida de recuperação após um treino ou jogo: tem água, tem energia e tem proteína, os quais são constituintes fundamentais para a recuperação muscular após o esforço. Entre- tanto, o chocolate dá-lhe o sabor que apenas favorece a ingestão. O sabor agradável assim o motiva. Que alternativas existe parta a ingestão voluntária e recuperadora após o esforço físico? A água, sem dúvida, que é das melhores bebidas que existe a par do leite. Qual a composição deste? Vejamos o caso do leite meio-gordo: calorias - 46; gorduras 1.6gr; açúcar - 4.6gr; pro- teína - 3.2gr. A aritmética informa que existe apenas uma diferença de 52 calorias que uma embalagem de 200ml de leite achocolatado tem a mais que a mesma quantidade de leite meio-gordo. Será esta dife- rença causa da obesidade juvenil? E se pensarmos que esta diferença energética é necessária para com- pensar o gasto que aconteceu no treino acabado de realizar no clube ou na aula de educação física da escola? A água sim- ples é um excelente hidrante e repõe a água perdida pelo suor durante o exercício acabado de realizar, mas não dá energia recupera- dora. Haverá alternativas? Serão os refrigerantes uma boa opção? Socorro-me da wikipedia para os definir: “Refrigerante é uma bebida não alcoólica e não fermentada, fabricada industrialmente, à base de água mineral e açúcar, podendo conter edulcorante, extratos ou aroma sintetizado de frutas ou outros vegetais e gás carbônico”. Vejamos a composição de alguns produtos do mercado por 100ml de bebida: calorias: 32-40; gorduras - 0,00gr; açúcar - 7,80 - 11.2gr; pro- teína - 0,00gr. Têm, de facto, menos calorias, mas não têm proteína, fundamental para a recuperação muscular. Não servem, nem para alimentar, nem para a recuperação do esforço físico. Já agora, o açúcar acrescentado ao leite achocolatado (a diferença entre o valor indicado na embalagem e o teor de açúcar natural, o do leite, adequado para a alimentação) é na generalidade dos casos inferior ao açúcar destes refrigerantes… O problema é sempre a ingestão desenquadrada, fora de contexto e em quantidade excessiva. Mas este aspeto não é exclusivo do leite achocolatado: é comum a qualquer ingestão exagerada e extemporâ- nea de qualquer alimento. O leite achocolatado, assim como qual- quer alimento, só tem responsabi- lidade na obesidade se consumido em quantidade superior à necessá- ria para a manutenção do metabo- lismo basal, acrescido da energia necessária para a realização das atividades de vida diária e do valor energético gasto no exercício físico. Sejamos realistas e não andemos atrás de bodes expiatórios, pois o leite achocolatado não é o vilão responsável pela obesidade infantil e juvenil. Revista de Medicina Desportiva informa setembro 2019 · 23