Revista de Medicina Desportiva Informa Setembro 2019 | Page 20

Habitualmente é medida numa inci- dência lateral, com o ângulo formado entre uma linha que une o centro da cabeça do fémur e o centro da plata- forma superior do sacro e a linha per- pendicular à plataforma superior do sacro (Figura 4). 5 A incidência pélvica diminuída poderá estar associada à presença de morfologia tipo cam ou após epifisiólise do fémur proximal. Também pode ser medida num falso perfil, utilizando como referências o centro da plataforma superior do sacro e o ponto médio entre o centro das cabeças femorais. 5 A B Avaliação do acetábulo Na imagem B a incidência de Dunn: o ângulo alfa é representado a verde (53°); o offset cabeça-colo (a vermelho) é calculado dividindo a distância (A) entre uma tan- gente ao ponto mais anterior da cabeça e uma tangente ao ponto mais anterior do colo do fémur pelo diâmetro da cabeça do fémur (B), neste caso é igual a 0,15. (Figura 2). Considera-se normal um ângulo entre 125 e 140°. Os ângulos inferiores a 125° designam-se como coxa vara e os ângulos superiores a 140° designam-se como coxa valga. 1,2 A rotação externa da anca leva ao aumento aparente do ângulo cervicodiafisário na radiografia de face, podendo simular uma coxa valga. 4 Ângulo cervicodiafisário É o ângulo entre o eixo longitudinal do fémur e o eixo do colo do fémur Incidência pélvica Permite avaliar o equilíbrio da jun- ção lombosagrada no plano sagital. Cobertura acetabular O ângulo center-edge lateral ou ângulo de Wiberg (Figura 1, imagem A) é o ângulo entre uma linha vertical e outra que liga o centro da cabeça do fémur ao rebordo lateral do acetá- bulo. É normal entre 25-40°. Valores de ângulos superiores indicam cobertura excessiva (por exemplo, conflito tipo pincer) e valores de ângulos inferiores indicam cobertura deficitária (por exemplo, displasia). Os valores de ângulos entre 20 e 25° são considerados borderline. 1,3-6 Nalguns acetábulos o ângulo de Wiberg sobrestima a cobertura da cabeça. Nestes casos, o ângulo entre uma linha vertical e outra unindo o centro da cabeça do fémur ao limite lateral da zona esclerosada do teto acetabular permite uma avaliação mais correta. 6 Outra forma de avaliar este parâ- metro é o índice de extrusão da Figura 2 – Ângulo cervicodiafisário Figura 4 – A verde a incidência pélvica medida de acordo com o método pro- posto por Li et al (40°) 5 Figura 5 – Ângulo do teto acetabularde de Tönnis (6°) Figura 1 – Imagem A: radiografia de face da bacia; a branco o ângulo center edge lateral ou ângulo de Wiberg (33°); o índice de extrusão da cabeça do fémur (a ver- melho) é calculado dividindo a porção da cabeça descoberta (A) pelo diâmetro total da cabeça (B), neste neste caso igual a 16%. 18 setembro 2019 www.revdesportiva.pt Figura 3 – O falso perfil de Lequèsne: a verde encontra-se representado o ângulo center-edge anterior (36°)