Revista de Medicina Desportiva Informa Setembro 2017 | Page 19

também sem diferenças com valor estatístico. Conclui-se que o trata- mento cirúrgico das tendinites em redor do joelho tem muito raras indicações na TQ e da PG. Na SBIT o tratamento cirúrgico é raro, mas estará indicado na falência do trata- mento conservador e nas situações clinicas de atrito comprovado ao nível do epicôndilo. Na TR o trata- mento cirúrgico está indicado na falência do tratamento conservador, sendo mais frequente nos casos de atingimento do polo inferior da rótula. Os resultados são semelhan- tes entre via aberta e artroscópica. A tenotomia, com desbridamento dos tecidos degenerados e a osteo- plastia, é o gesto mais importante. A taxa de sucesso varia de 60-90%, o retorno ao mesmo nível entre 50-85% (menor na alta competição). O não encerramento do tendão e a ausência de imobilização pós-ope- ratória favorecem os resultados. O retorno à competição é possível em cerca de 50% dos casos aos 6 meses, com complicações muito raras. Tema 3: O tornozelo Organização da SPAT; coordenação Dr. Henrique Jones Moderador: Dr. Manuel Vieira da Silva Diretor do Serviço de Ortopedia do Hospital de Braga Instabilidade lateral do tornozelo Dr. Manuel Resende Sousa Responsável médico das modalidades do Sporting Clube de Portugal – Lisboa Epidemiologia. A entorse em inversão ocorre em média 1/10000 indivíduos/dia e 50% destas estão relacionadas com o desporto. Ocorre num 1/3 dos casos em treino e 2/3 em competição. Atletas com entorse prévia duplicam o risco de recorrência dentro de um ano. À 12.ª semana apenas 60 a 90% dos atletas retomam o nível competitivo prévio. O tratamento inadequado leva a queixas residuais e instabi- lidade crónica. Avaliação clínica. É fundamental uma triagem inicial para exclusão de lesões mais graves e proteção do atleta. O Gold-standard para classificação do grau da entorse é a avaliação ao 5.º dia pós-entorse. Cicatrização. A fase inflamatória dura 10 dias e nesta altura deve cumprir-se o Rest Ice Compression Elevation (RICE) para reduzir a dor e edema e evitar o agravamento da lesão. A fase proliferativa tem a duração de 6 semanas a 3 meses. Deve ser estimulada a mobilização controlada para correta orientação das fibras de colagénio. A fase de remodelação decorre até um ano após a lesão. Provavelmente os nossos atletas estão a retomar a atividade antes da cicatrização ade- quada dos tecidos. Recomendações. É recomendável o uso de ortótese semi-rí