Revista de Medicina Desportiva Informa Setembro 2016 | Page 29
do menisco lateral face ao medial
afirmando que a biomecânica do
menisco lateral o torna mais vulnerável a microtraumatismos repetidos
crónicos nos movimentos de torção
do joelho típicos do basquetebol30.
Yeh et al. demonstraram que em
basquetebolistas da NBA o risco de
rotura meniscal está aumentado
quando o índice de massa corporal é
superior a 25kg/m2 (31).
As mulheres praticantes de basquetebol apresentam taxa de lesões
significativamente superior em
comparação com os homens, bem
como mais lesões com necessidade
de internamento e tratamento cirúrgico. Esta incidência superior é particularmente evidente nas roturas do
ligamento cruzado anterior (LCA), o
que se poderá dever a um conjunto
de fatores anatómicos, hormonais
e biomecânicos que caracterizam o
sexo feminino14,19,32-35. Foi demonstrado através da análise de vídeos
que as mulheres basquetebolistas
apresentam amplitudes de flexão da
anca e do joelho significativamente
superiores e 5,3 vezes mais risco de
colapso em valgo do joelho (valgo
dinâmico) aquando do contacto co m
o solo após um salto em comparação
com os homens, sendo este último
um mecanismo importante de
rotura do LCA no sexo feminino35,36
(Figura 5).
Starkey et al. verificaram ao longo
de 10 temporadas que a incidência
de lesões traumáticas nos jogos
de basquetebol da NBA teve um
aumento da ordem dos 12.4%, o que
se poderá justificar pela evolução
da biomecânica deste desporto,
particularmente pelo aumento da
intensidade e velocidade do jogo13,
bem como do contacto físico entre
atletas3,12,13,33. Dick R. et al.4 verificaram também um aumento médio
anual de 6,2% de lesões traumáticas
da cabeça e do pescoço e Covassin
et al.37 encontraram uma incidência
crescente de concussões cerebrais.
Zagelbaum BM et al. identificaram
uma elevada frequência de lesões
oculares em basquetebolistas da
NBA, recomendando por isso como
prevenção o uso de óculos protetores
adequados38. Uma medida de combate ao aumento das lesões bucais
e dentárias é o uso de protetores
bucais39. Se a incidência crescente
de lesões da craniocervicais se
mantiver, poderão ser necessários,
além do reforço do uso de equipamento protetor, uma menor tolerância ao contacto físico por parte dos
árbitros ou mesmo uma revisão das
regras deste desporto4,40.
MARATONA
DE PORTUGAL
Conclusão
Barcos
Rabelos
O basquetebol é uma modalidade
desportiva popular que pela evolução das suas características tem
atualmente uma elevada frequência
de lesões traumáticas, algumas delas
com incidência crescente. O contacto
físico tornou-se habitual no basquetebol e a causa dominante de lesões
traumáticas durante a sua prática.
É fundamental, face a um desporto
muito praticado no Mundo, conhecer
a incidência, os tipos e os mecanismos das lesões mais frequentes
desta modalidade, bem como identificar os fatores de risco individuais,
ambientais e relacionados especificamente com o basquetebol, de
modo a poder desenvolver estratégias de prevenção e assim diminuir
a incidência das lesões mais típicas
durante a prática desportiva.
“Anémona”
13ª
Maratona
Porto edp
do
6 Nov
2016
C
M
6K Fun
15K Family
Race
Race
Y
maratonadoporto.com
CM
MY
Torre dos
Clérigos
CY
Bibliografia
CMY
1. http://www.nba.com/canada/History_of_
Basketball_in_Canad-Canada_Generic_Article-18023.html.
2. Gentil D.A.S., Oliveira C.P.S., Barros Neto
T.L., Tambeiro V.L.. Avaliação da seleção
brasileira feminina de basquete. Rev Bras Med
Esporte. 2001 Apr; 7( 2 ): 53-56.
3. Drakos MC, Domb B, Starkey C, Callahan
L, Allen AA. Injury in the National Basketball
Association: A 17-Year Overview. Sports
Health. 2010;2(4):284-290.
4. Dick R, Hertel J, Agel J, Grossman J, Marshall
SW. Descriptive epidemiology of collegiate
men’s basketball injuries: National Collegiate
Athletic Association Injury Surveillance System,
1988–1989 through 2003– 2004. J Athl Train.
2007;42:194–201.
5. Vanderlei FM, Bastos FN, de Lemes IR,
Vanderlei LC, Júnior JN, Pastre CM. Sports
injuries among adolescent basketball players
according to position on the court. Int Arch
Med. 2013;6(1):5.
6. Hippie M, Flint A, Lee RK. University basketball injuries: a five year study of women’s and
men’s varsity teams. Scand J Med Sci Sports
1993;3:117-21.
7. McInnes SE, Carlson JS, Jones CJ, McKenna
MJ. The physiological load on basketball players
during competition. J Sport Sci 1995;13:387-97.
K
Rio Douro
Ponte Luis I
PATROCINADOR PRINCIPAL
PATROCINADORES
SEGURADORA OFICIAL
PARCEIROS
ÁGUA OFICIAL
COLABORAÇÃO
APOIO INSTITUCIONAL
ORGANIZAÇÃO
Restante Bibliografia em:
www.revdesportiva.pt (A Revista Online)
Revista de Medicina Desportiva informa Setembro 2016 · 27