Revista de Medicina Desportiva Informa Novembro 2019 | Page 25

encontro, na cidade de Santiago (do Chile) com Maturana, um dos nomes inapagáveis da história da epistemo- logia. Mas volto ao Dr. José Ramos, com as palavras com que findou a sua entrevista: é preciso “apostar nos jovens especialistas, que têm muitas ideias e um caminho maior do que o nosso para percorrer. É necessário regular a lei de Assistência Médico- -Desportiva, que já existe, e entregar os destinos da Medicina Desportiva, a quem sabe. Não precisamos de mais leis: precisamos de cumprir as que temos”. Mas o Dr. Basil Ribeiro é um estudioso e, portanto, um profundo conhecedor da evolução científica da Medicina Desportiva. A sua cultura surge, em cada uma das rubricas que compõem esta revista. O Dr. Igor Santos Neto, na rubrica “O que andamos a Ler”, revela-nos, com mestria, um tema complexo, mas indispensável, no “treino invi- sível” do atleta. E, a este propósito, adianta: “De acordo com a Academia Americana da Medicina do Sono, os adultos devem ter entre 7 a 9 horas de sono, para melhorar a recupera- ção e adaptação ao esforço físico”. No entanto, como resultado de exames realizados em 800 atletas de elite sul-africanos, refere o mesmo estudo, “quase 75 % dos atletas con- fessaram que dormiam menos de 8 horas/dia e 11% dormiam menos de 6 horas/dia”. O artigo salienta ainda a relação entre o sono e o rendi- mento desportivo. E ainda a relação do sono com as lesões e as doenças. Para o Dr. Basil Ribeiro não há, no conhecimento científico, domínios estranhos ou reservados. E, daí, os convites endereçados às Drªs. Úrsula Martins, Daniela Martins e Inês Táboas, para versar o tema “Coluna do Ginasta: Idade, Flexibilidade e Força. É tudo igual?”. Aos Drs. Pedro Farinha e Diogo Lino Moura confiou o Tema: “Biomecânica e Trauma- tologia no Judo”. Aos Drs. Renato Vale Ramos, Henrique Costa Sousa e David Sá pediu se ocupassem do tema: “A Radiografia Simples, no Estudo da Anca Dolorosa – Ênfase na Avaliação do Conflito Femoroaceta- bular”. Para o estudo de um “Caso Clí- nico”, obteve o Dr. Basil Ribeiro o contributo dos Drs. André Varandas Borges, João Cunha e Inês Machado Vaz, em oportuníssimo estudo sobre a “Fibromatose Plantar”, descrita, pela vez primeira, por George Lederhose, em 1897. O Dr. Basil Ribeiro aproveitou o raro ensejo de presentear-nos com um artigo sobre “O Leite Achocolatado”, levantando a questão seguinte: “Mas é o leite achocolatado o responsável pelo número, cada vez maior, de crianças obesas?”. No entender do sábio arti- culista, o leite achocolatado é uma boa bebida de recuperação, após um treino ou um jogo: tem água, tem energia e tem proteína, os quais são constituintes fundamentais, para a recuperação muscular, após o esforço (…). O problema é sempre a ingestão desenquadrada, fora do contexto e em quantidade exces- siva”. Com o objetivo de promover novas ideias e novas pesquisas, na Medicina Desportiva, o médico oftal- mologista, Dr. Miguel Sousa Neves, compendiou, na rubrica “Urgência Clínica”, muitas das suas reflexões sobre a sua prática clínica acerca de “O olho vermelho agudo: uma abordagem simples e prática”. Mas o Dr. Basil Ribeiro faz-nos comungar nos seus entusiasmos e partilhar dos seus estudos com um artigo da sua autoria, intitulado: “São mesmo necessários 10 000 passos por dia?”. E, após oportunos esclarecimen- tos a este respeito, assim precisa o que pretende dizer: “Basta agora caminharmos mais e divulgar esta mensagem – caminhar é barato, fácil, dá saúde e… faz morrer mais tarde!”. Deverá destacar-se ainda um artigo do Doutor Ovídio Costa, emi- nente cardiologista, sobre as mortes súbitas, em plena atividade despor- tiva, designadamente em atletas que sofrem enfartes do miocárdio. E um outro, do Dr. Júlio Costa, sobre “O Tempo de acordar: monitorização do sono em atletas femininas”. E, depois desta leitura superficial da Revista de Medicina Desportiva informa (Ano 10, número 05) assentemos neste ponto nodal: esta revista foi criada por um médico, que vive e teoriza, como poucos, a Medicina Desportiva. E com uma sabedoria que dimana de conhecimentos de raiz, nutridos no quotidiano de uma prática de muitos anos, com esta revista o Dr. Basil Ribeiro é um dos nomes de maior relevo, no vasto panorama do desporto nacional. Dr. Paulo Marcolino Fundação do Desporto – Diretor executivo, Lisboa Uma década a trilhar o caminho do conhecimento e da partilha… É um excelente projeto editorial cien- tífico dedicado à medicina desportiva, sem descurar o contributo de outras ciências. Um extraordinário instru- mento de ciência, de conhecimento, de divulgação, de instrução e de par- tilha. Começou na versão tradicional em papel, passou por uma presença na web e nas redes sociais, como se impunha e projetou-se a nível pla- netário numa versão bilingue (portu- guês e inglês) através de uma App. É hoje um projeto mais arrojado, mais exigente, mais plural e com mais alcance. Facilmente acessível, ultra- passa o mundo Lusófono. Está mais universal. Enfrenta o futuro de forma mais capacitada e qualificada: está mais moderna, inovadora, futurista e preparada para a segunda vaga da Era Digital. Desejo os maiores sucessos para a revista Medicina Desportiva e para os seus responsáveis – afinal não deixa de ser uma construção humana e é a esses que devemos endereçar os parabéns, muitas felicidades e muitos anos de vida! O meu tributo singelo, em especial, ao Doutor Basil Ribeiro, o mentor deste projeto, pela teimosia, coragem e dedicação. Prof. Doutor Fernando Fonseca Faculdade de Medicina de Coimbra Informa! Não sei se em forma, se “com Basil”! Este projeto nasce e cresce pela mão e tenacidade do Basil Ribeiro, a sua alma mater! Na Medicina Despor- tiva antes da Informa não existia o deserto. A Revista Portuguesa de Medicina Desportiva impulsionada pelo Manuel Martins, médico especia- lista em Medicina Física e de Reabi- litação e Medicina Desportiva, ligava cientificamente aqueles que lidavam com atletas, publicando os seus trabalhos. Basil Ribeiro quis mais! Não bastava publicar artigos, muitas vezes escassos, era necessário ir aos eventos científicos relacionados com a Medicina Desportiva, ouvir as opiniões Revista de Medicina Desportiva informa novembro 2019 · 23