Revista de Medicina Desportiva Informa Novembro 2019 | Page 16
Rev. Medicina Desportiva informa, 2019; 10(6):14.
https://doi.org/10.23911/CQuiz4_2019_11
Prof. Doutor Hélder
Dores
Cardiologia Desportiva
– Hospital da Luz
Lisboa, Sport Lisboa e
Benfica, NOVA Medical
School. Lisboa
• Mulher, 21 anos, caucasiana.
• Atleta de basquetebol – nível competitivo, ± 10h de treino semanal.
• Assintomática e sem antecedentes pessoais ou familiares relevantes.
• Exame objetivo com sopro sistólico grau II/VI.
• Ecocardiograma transtorácico: bicuspidia aórtica com regurgitação ligeira (sem outras alterações signifi-
cativas).
QUESTÕES:
1. Sugere exames complementares
de diagnóstico adicionais?
2. A prática de desporto
competitivo está contraindicada?
3. Que tipo de follow-up
recomenda?
(Consulte as respostas mais adequadas para estas questões na próxima edição da revista)
Respostas ao Cardio Quiz 3 (edição de Setembro de 2019)
1. Com uma prova de esforço
normal, acha relevantes os
resultados da Angio-TC?
A presença de um score de cálcio
muito elevado e de placas coro-
nárias, embora não obstrutivas,
aumentam o risco de eventos coro-
nários agudos. A prova de esforço
permite detetar isquemia, mas apre-
senta algumas limitações. Apesar de
neste caso não existir isquemia pela
ausência de estenoses significativas,
o atleta tem uma carga ateroscle-
rótica muito superior ao esperado,
identificada pela Angio-TC cardíaca.
14 novembro 2019 www.revdesportiva.pt
Estes achados assumem relevância
acrescida porque cerca de 50% das
síndromes coronárias agudas ocorre-
rem por rotura de placas não obs-
trutivas e porque a doença coronária
é a principal causa de morte súbita
em atletas veteranos (>80%).
2. O que recomenda quanto à
prática de desporto; contraindica?
A prática de desporto competitivo
não deve ser contraindicada por-
que não existem características de
elevado risco, tais como sintomas,
disfunção ventricular esquerda,
isquemia, estenoses obstrutivas ou
arritmias ventriculares relevantes.
3. Sugere alguma terapêutica
farmacológica?
A terapêutica farmacológica nestes
casos é ainda controversa, mas na
documentação de uma carga ateros-
clerórica muito elevada e colesterol
LDL >115mg/dl sugere-se iniciar
terapêutica com estatina.