Revista de Medicina Desportiva Informa Novembro 2019 | Page 13

três portugueses (fotos), onde o João Oliveira, o único residente em Portugal, terminou a prova em 2018 com o tempo de 24h34m30s, mas obteve o melhor tempo na corrida de 2013 (23h29m08s). A melhor e única portuguesa participante foi a atleta Alzira Portela-Lario em 2001, com o tempo de 30h31m41s. Para participar na prova existem algumas exigências. A apresentação de certificado médico é obrigatória, assim como é necessário demonstrar capacidade para realizar a prova, isto é, um currículo desportivo. Por exem- plo, que tenha terminado a corrida Spartathlon em menos de 36 horas, que tenha terminado uma corrida de 100km em menos de 10 horas (homens) ou em menos de 10:30 (mulheres) ou terminar a corrida Sakura Michi de 250km em menos de 36 horas, por exemplo. “Estão todos malucos”, dirão alguns. Dado o elevado número de potenciais participantes, existem quotas de participação por país, sendo a Grécia, o Japão e a Alemanha os países com possibilidade incluírem mais atletas (60, 50 e 30, respetivamente), num máximo total de 400 participantes. Mas Fidipides também fica relacio- nado com a Maratona atual. Apesar das corridas Atenas-Esparta-Atenas terem sido mais duras e duradouras, foi o anúncio da vitória em Marathon que veio popularizar a atual Mara- tona. Certamente, também, porque Fidipides morreu de exaustão após dar a boa nova. Este feito heroico marcou o atletismo moderno e desde a primeira edição dos Jogos Olímpi- cos (JO) da era moderna, realizada em 1886, na Grécia, que a Maratona faz parte do calendário desportivo. É uma homenagem a este soldado, mas é também uma prova de sacrifício, de persistência e de afirmação pessoal. Os vencedores O primeiro vencedor olímpico foi um pastor de ovelhas, Spiridon Loius, que terminou a prova em 2h58m50s. Contudo, a primeira maratona ocorreu um mês antes dos JO, como teste, e foi vencida por Charilaos Vasilakos, que demorou o tempo de 3h18m. A distância da Maratona As primeiras maratonas tinham distância diversa e foi em 1907 que os organizadores do Comité Olím- pico Internacional se decidiram pela distância de 25 milhas, isto é, 40km. E os 195 metros como aparecem nestas contas? Fazia todo sentido ter uma distância exata: 40km. Teve a ver com o local de partida nos JO de Londres, que foi em frente ao Castelo de Windsor, e com o local de finali- zação, a meta instalada em frente ao camarote real no Estádio Olímpico de White City: depois de se efetuar uma volta inteira à pista, a distân- cia total passou a ser 42,195km. A “culpa” foi, assim, da pista. Desde os JO de Londres, realizados em 1908, que se mantém a atual dis- tância, tornando-se oficial em 1921 por determinação da IAAF (Fede- ração Internacional de Atletismo). É uma prova simbólica que desde sempre encerra os JO. Maratonistas a caminho de Atenas nos Jogos de 1896 (foto wikipedia) O último vencedor olímpico foi Eliud Kipchoge (foto), hoje com 34 anos de idade, venceu a Mara- tona dos JO do Rio de Janeiro em 2016 (2h08min44s). O seu melhor tempo foi, entretanto, alcançado na Maratona de Berlim, realizada em 16/9/2018, com o tempo de 2h01min39s (!). As distâncias da Maratona 1 2 3 1. Daniel Cardoso Dias 2. João Oliveira 3. Fernando de Magalhães O perfil da corrida Spartathlon Ano Local 1896 Atenas Distância (km) 40,0 1900 Paris 40,26 1904 St. Louis 40,0 1908 Londres 42,195 1912 Estocolmo 40,2 1920 Antuérpia 42,750 Eliud Kipchoge Em Portugal temos tido bons maratonistas. No topo da lista natu- ralmente que figura a Rosa Mota, distinguida pela Associação Interna- cional de Maratonas como a melhor maratonista de todos os tempos. A menina da Foz do Porto participou em 21 maratonas, venceu 14 e subiu ao pódio por 18 vezes. Nos JO foi medalha de bronze nos Jogos de Los Angeles (1984) para depois ser ouro nos Jogos de Seoul (1988). Em 1991 venceu a Maratona de Londres, ven- ceu a de Chicago nos anos de 1983 e 1984 e venceu a de Boston em 1987, 1988 e 1990. Nos homens temos o Carlos Lopes, vencedor da medalha de ouro nos JO de Los Angeles (1984) Revista de Medicina Desportiva informa novembro 2019 · 11