Revista de Medicina Desportiva Informa Novembro 2017 | Page 8

Notícias

Esta entidade define-se como “ O movimento para colocar a América a caminhar ”. Tem um sítio na internet ( http :// everybodywalk . org /) com o objetivo de promover a marcha , divulgar notícias relacionadas com este movimento , divulgar artigos de especialistas , anunciar eventos desta temática , etc . Recentemente publicaram um documentário de 30 minutos – The walking revolution – onde especialistas , médicos e não médicos , conversam sobre os benefícios , mas também os malefícios . Neste filme pode ouvir-se que certamente , pela primeira vez , estamos a criar uma geração que viverá menos tempo que os seus pais … Preocupante , sem dúvida . Também se ouve que mais vale ser obeso e ativo que magro e sedentário . Quem diria ? E quem se preocupa ? … poucos , certamente . As dezenas de parceiros são de referência , e lá se encontram o ACSM , o programa “ Exercise is Medicine ”, a Arthritis Foundation , a American Public Health Association , a American Heart Association , o Centers for Disease Control and Prevention , a AMSSM , de entre muitas . Ainda , os mais céticos podem ver as dezenas de vídeos promocionais na expetativa que venham a acreditar e praticar este medicamento : a marcha , a caminhada ativa . O filme pode ser visto no site da Revista desde o início de agosto : www . revdesportiva . pt .
A Sociedade Portuguesa de Cardiologia ( SPC ) publica de modo trimestral a Revista Factores de Risco . A edição do trimestre abril-maio- -junho é dedicada à atividade física e nela se publicam quase duas dezenas de temas muito interessantes e oportunos . O Prof . Doutor Manuel Carrageta , Presidente da SPC , escreveu sobre “ Os benefícios cardiovasculares do exercício físico ”. É importante investir nas idades mais jovens , pelo
que o Dr . Fonseca Esteves , ex-Presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Desportiva , escreveu sobre o “ Coração e exercício em crianças e jovens adolescentes ”, o Prof . Doutor André Seabra , agora a trabalhar na Federação Portuguesa de Futebol ( FPF ), escreveu sobre “ A atividade física em crianças e adolescentes . Um comportamento decisivo para um estilo de vida saudável ” para depois , finalmente , aprendermos algo com a Dra . Rita Tomás e com o prof . João Brito , ambos da FPF , sobre “ O futebol recreativo na promoção da Atividade Física em todas as idades ”. Mas a população geral deve ser estimulada e o “ Aconselhamento breve em atividade física nos Cuidados de Saúde Primários ” foi esclarecido pelo dr . Marcos Agostinho , um grande dinamizador de um Grupo de Medicina Desportiva . Há outros temas de leitura obrigatória e tal pode ser feito também no site da Revista ( www . revdesportiva . pt ).
A Dra . Diana Ferreira é a primeira autora de um texto publicado na Revista Fatores de Risco ( n .º 44 Abr-Jun 2017 ), da Sociedade Portuguesa de Cardiologia , com o título “ O contributo da Medicina Desportiva na promoção da Atividade Física ”. É decididamente uma jovem médica muito preocupada com a inatividade física dos nossos cidadãos , pois enquanto a OMS considera que a participação no exercício físico tem vindo a aumentar nos países desenvolvidos , já em Portugal os “ dados do Eurobarómetro de 2014 para a população portuguesa apontam no sentido contrário ”. Defende que “ os profissionais de saúde encontram‐se numa posição única para fomentar um estilo de vida saudável e para promover a AF ( atividade física )”, assim como “ também o registo do nível de AF deve fazer parte da nossa prática clínica corrente ”, a exemplo da pressão arterial e de outros parâmetros fisiológicos . Todos os médicos são responsáveis pela promoção , mas em particular os da Medicina Desportiva , que devem “ encarar o indivíduo que tem à sua frente na consulta como se de um atleta se tratasse ”. Mas os profissionais de saúde não devem estar sós , pois “ é igualmente imperativo sensibilizar o poder central , as autarquias , as instituições de saúde ( públicas e privadas ), instituições desportivas , entre outros , para a importância do seu envolvimento na promoção da atividade física pelos meios ao seu alcance ”. Ouçamos este generoso apelo . O texto completo no site da Revista : www . revdesportiva . pt .
A Conferência Internacional da Associação Alzheimer , realizada em julho em Londres veio demonstrar o valor da prática de exercício físico na prevenção desta doença . Três abstracts ( 1 . exercise and amyloid in autosomal-dominant AD ; 2 . exercise and tau ; 3 . network analysis ) sustentaram uma conclusão muito importante , pois “ cada vez mais investigação sugere que a atividade física , não só melhora a função executiva e o fluxo sanguíneo cerebral , como também pode reduzir as proteínas β-amiloide e a proteína tau ”. A identificação destes marcadores da doença de Alzheimer permitiu comparar os seus níveis cerebrais em pessoas fisicamente ativas e em sedentárias . Num estudo australiano , as pessoas com mais volume de exercício físico semanal (> 150 min / semana ) apresentaram acumulação mais lenta da β-amiloide , e subsequente desenvolvimento da doença , em comparação com as de menor atividade (< 150 min / semana ). Noutro estudo , americano , os doentes tinham pelo menos 50 anos de idade , ligeira alteração cognitiva e eram pré-diabéticos . O grupo de estudo participou em exercício aeróbio , 70-80 % da FC de reserva , 45-60 min / sessão , 4 d / sem , durante 6 meses . Este grupo melhorou a função cerebral e a função executiva em relação ao grupo que apenas fez exercícios de relaxamento . Concluiu – – se que , de todas as intervenções no estilo de vida com o objetivo de prevenir a demência , parece que a atividade física é a mais eficaz , provavelmente por interferir no fluxo sanguíneo cerebral .
6 Novembro 2017 www . revdesportiva . pt