Revista de Medicina Desportiva Informa Novembro 2017 | Page 7
as atletas com disfunção menstrual
crónica eram mais jovens, come-
çaram a correr em idades mais
precoces, tinham menor IMC. 3 Outro
estudo de Muldoon et al, de 2001,
mostrou que, aquando da prática
de exercício físico intenso, é maior a
probabilidade de ocorrência de dis-
função menstrual no caso de perda
de peso, comparativamente com as
atletas que mantêm o peso corpo-
ral. 4 Também como limitação deste
estudo, os autores referem a possibi-
lidade de inclusão de atletas adoles-
centes na amostra nos dois primei-
ros anos após a menarca, pelo facto
de acarretar maior probabilidade de
irregularidades menstruais associa-
das a imaturidade do eixo endócrino
hipotálamo-hipófise-ovário.
Com base nos resultados, os autores
recomendam o rastreio de disfun-
ção menstrual, não só previamente
ao início da atividade desportiva,
mas também em atletas que apre-
sentam lesões em todos os tipos de
modalidade desportiva. O rastreio é
importante, mas salientaria também
a importância do aconselhamento
nutricional e do treino. Um aumento
brusco da duração, intensidade ou
frequência de atividade física, sem
períodos adequados de repouso,
pode provocar alterações patológicas
no osso, com desequilíbrio entre a
reabsorção e formação óssea, com
consequente suscetibilidade do osso
a microfraturas, alterações mens-
truais e amenorreia hipotalâmica
funcional. O aumento da ingestão
calórica ou a redução do nível de
atividade física é suficiente para
voltarem a menstruar.
As atividades associadas a hábitos
alimentares restritivos e a baixo peso
Tabela 3. Frequência e percentagem
de atletas femininas com alterações
menstruais 1
All
MD
Sport N n Pct.
Cross-country 49 17 34.69
Track and field 121 31 25.62
Swimming 25 6 24.00
Dance 45 10 22.22
Volleyball 82 16 19.51
Softball 91 14 15.38
Gymnastics 21 3 14.29
Soccer 72 10 13.89
All other sports 100 11 11.00
Cheer 72 7 9.72
Basketball 114 11 9.65
Total 491 78 15.89
corporal podem levar à diminuição
da DMO. Contudo, as alterações da
DMO podem não ter uma distribui-
ção uniforme. Os músculos têm um
papel importante e no caso de dimi-
nuição da força ou endurance mus-
cular outras estruturas musculos-
queléticas absorvem maior impacto.
O tipo e local de lesão é variável
com o tipo de desporto. A Tabela 3,
do artigo comentado 1 , reflete esta
tendência para alterações da função
menstrual em modalidades despor-
tivas que se associam a emagreci-
mento ou a baixo peso e que podem
condicionar um aporte energético
inadequado. Outros fatores de risco
nutricionais, como níveis inadequa-
dos de vitamina D e cálcio, acarre-
tam maior risco de lesões.
Concluiria que, mais que rastrear,
é preciso prevenir:
• É importante educar as adoles-
centes no sentido de técnicas de
treino adequado, independente-
mente da modalidade, evitando
o treino muito intenso e muito
rápido (too much too soon)
• Os treinos de flexibilidade e de
fortalecimento muscular são fun-
damentais
• Ter dieta equilibrada, bom aporte
de cálcio e níveis adequados de
vitamina D
• Os fatores de risco importantes
para fraturas de stress incluem:
antecedentes de fraturas; baixos
níveis de forma física, aumento
súbito de intensidade e volume de
exercício físico, género feminino,
irregularidades menstruais, distúr-
bios alimentares, história familiar
de osteopenia ou osteoporose. 5
Formação Contínua
Regime presencial
ou regime à distância
Nutrição Clínica
para Médicos Internistas
4 ECTS
Comissão Científica
Prof. Doutor Ovídio Costa
Profª Doutora Rosa Vilares
Prof. Doutor Von Haffe
Prof. Doutor João Freitas
.
Destinatários
Licenciados ou detentores
de Mestrado Integrado em Medicina
Horário
6 de janeiro de 2018
a 24 de fevereiro 2018
sábado das 9h às 13h
Candidaturas
16 de outubro a 6 de novembro
de 2017
Curso Básico de
Eletrocardiografia
Curso Inicial de
Auscultação Cardíaca
1,5 ECTS
Bibliografia
2. Fischer, AN, Yang, J, Singichetti, B, Young,
JA. Menstrual Dysfunction in Females Presen-
ting to a Pediatric Sports Medicine Practice.
Translational Journal of the American Col-
lege of Sports Medicine. 2017; 2(13):79–84.
3. Kevin de Weber, Patrice Eiff. Overview of
stress fractures. UpToDate, 2017.
4. Beck TJ, Ruff CB, Mourtada FA, et al. Dual-
-energy X-ray absorptiometry derived struc-
tural geometry for stress fracture prediction in
male U.S. Marine Corps recruits. J Bone Miner
Res. 1996; 11:645.
5. Muldoon MP et al. Femoral neck stress
fractures and metabolic bone disease. J Orthop
Trauma. 2001; 15(3):181.
6. Loud, KJ, Micheli, LJ, Bristol, S, Austin, SB,
Gordon, CM. Family history predicts stress
fracture in active female adolescents. Pedia-
trics. 2007; 120(2):e364. Epub 2007 Jul 16.
Destinatários
Licenciados em medicina, enferma-
gem, técnico de cardio-pneumologia
e estudantes de medicina do ciclo
clinico (4º, 5º e 6º ano)
Data e Horário
E-learning
6 de janeiro de 2018
a 6 de março 2018
Mais informações
medicinadesportiva.med.up.pt
geriatria.med.up.pt
E: [email protected]
T: 22 04 26 922
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