Revista de Medicina Desportiva Informa Novembro 2016 | Page 4

Rev . Medicina Desportiva informa , 2016 , 7 ( 6 ), pp . 2

Entrevista

Dr . Humberto Santos Presidente do Comité Paralímpico de Portugal
Caro Presidente , como avalia a prestação dos atletas portugueses nos Jogos Paralímpicos do Rio 2016 ?
A participação portuguesa nos Jogos Paralímpicos Rio 2016 traduziu-se num resultado muito acima das nossas melhores expectativas , com a conquista de quatro medalhas de bronze e de 26 diplomas , correspondentes a classificações entre o 4 º e o 8 º lugar , e ainda mais sete classificações até ao 10 º lugar . Foram momentos que encheram de alegria os portugueses e cumpre-nos por isso agradecer aos atletas , treinadores , clubes e federações o extraordinário trabalho que fizeram e que culminou com esta Missão .
O apoio médico aos atletas foi certamente semelhante ao proporcionado aos atletas não deficientes …
Em termos médicos , tivemos presente no Rio de Janeiro uma equipa que prestou todos os cuidados aos atletas e restantes elementos da Missão , de forma a garantir que todos estavam no seu pico de forma neste evento . As necessidades de um atleta de alto rendimento são sempre complexas e delicadas e por isso o acompanhamento médico constante é indispensável .
Os atletas portadores de alguma deficiência são … atletas normais . Necessitaram de apoio médico e psicológico especial ?
Os atletas com deficiência são acima de tudo atletas e , como disse acima , os atletas de alto rendimento necessitam de apoio constante de forma a atingirem e manterem o seu pico de forma , debelando qualquer situação médica que possa surgir . Ao longo da época as Federações desportivas acompanham os atletas de forma muito próxima , através das suas próprias estruturas de apoio médico permitindo assim que seja proporcionado aos atletas todo o acompanhamento necessário .
E em Portugal ? Temos dado resposta competente e atempada ?
Os atletas são acompanhados pelas equipas médicas das Federações em que estão integrados e , portanto , são seguidos por profissionais qualificados , dedicados e competentes que lhes prestam todos os cuidados necessários .
Pensa que a formação médica / paramédica , pré e pós-graduada , tem acompanhado as necessidades dos atletas com deficiência ?
As necessidades dos atletas com deficiência e dos atletas paralímpicos estão bastante alinhadas com as necessidades dos atletas ditos normais , sem deficiência . A formação dos profissionais deve refletir as necessidades do desporto de uma forma geral e as necessidades específicas de cada modalidade .
Em termos médicos , o que gostaria de pedir ao país ?
Não sendo o Comité Paralímpico de Portugal uma instituição que na sua génese esteja intrinsecamente ligada à medicina , apenas podemos pedir que os profissionais de saúde continuem a acompanhar de forma dedicada , competente , diligente e empenhada todos os portugueses que decidiram fazer do desporto a sua forma de vida . O médico Jaime Antunes ( á esquerda ) e a sua equipa
2 Novembro 2016 www . revdesportiva . pt