Revista de Medicina Desportiva Informa Novembro 2016 | Page 28
Os 22 desportos praticados nos
Jogos Paralímpicos Rio 2016
Dr. Basil Ribeiro. Vila Nova de Gaia
Atletismo – É o desporto mais
popular no programa olímpico,
fazendo parte dos Jogos desde 1960.
Os atletas competem de acordo com
as classificações funcionais agrupadas por área de deficiência, de
forma a haver equilíbrio na competição. Podem ser usadas cadeiras
de rodas, próteses ou outro atleta
atuando como guia. Nas provas
de pista existem os sprints (100m,
200m, 400m), as corridas de distância média (800m, 1.500m) e longa
(5.000m, 10.000m) e as provas de
estafeta (4x100m, 4x400m). Nas
provas de estafeta cada atleta passa
o testemunho a outro atleta, mas
nas provas com cadeiras de rodas
basta tocar com a mão no colega. No
estádio há ainda o salto em altura,
comprimento e triplo-salto, e os
lançamentos do peso, disco, dardo.
Na estrada há a maratona.
Basquetebol em cadeiras de rodas –
A modalidade pode ser praticada por
ambos os sexos, com deficiências
motoras e é jogada por duas equipas
de cinco jogadores cada. Aplicam-se
as regras da Federação Internacional
de Basquetebol, conjugadas com as
adaptações previstas pela Federação
Internacional de Basquetebol em
Cadeira de Rodas. O jogo decorre
num campo de basquetebol convencional, respeitando todas as marcações e medidas do mesmo.
Boccia – este desporto tem influências do jogo tradicional, petanca,
oriunda das civilizações gregas e
romanas, tornando-se uma modalidade Paralímpica em 1984, nos
jogos de Nova Iorque. Esta é uma
modalidade sob a égide da Boccia
International Sport Federation (BISFed), que inicialmente foi idealizada
para atletas portadores de paralisia cerebral, mas que foi também
permitida a atletas portadores de
distrofias musculares, doenças
mielo-degenerativas, traumatismos
cranianos e vertebro-medulares,
apresentando funcionalidades semelhantes ás da paralisia cerebral. É
um desporto indoor, de precisão, em
26 Novembro 2016 www.revdesportiva.pt
que são arremessadas bolas, seis de
couro azuis e seis vermelhas, com o
objetivo de as colocar o mais perto
possível de uma bola branca chamada de jack ou bola alvo. A área de
jogo mede 6m de largura por 12,5m
de comprimento. Para ganhar um
ponto o atleta tem de jogar a bola o
mais próximo do jack. Os jogadores
são classificados em quatro classes
de acordo com o grau de deficiência.
Canoagem – A para-canoagem foi a
mais recente modalidade paralímpica
incluída no programa dos Jogos do Rio
2016 e é praticada de igual modo em
relação aos atletas sem deficiência.
Apenas houve provas em caiaque
(remo com duas lâminas – foto – Tom
Kierey, o alemão três vezes campeão do Mundo), na distância de 200
metros, para homens e para mulheres, nas categorias de KL1, KL2 e KL3
(quanto maior o número, menor a
incapacidade do atleta). No total
foram seis medalhas em disputa.
Ciclismo – As bicicletas podem ser
modelos tradicionais ou triciclos para
a paralisia cerebral, segundo o grau
de lesão. O ciclista cego compete
com uma bicicleta dupla, conhecida como tandem, com um guia no
banco da frente dando a direção.
Para as cadeiras de rodas, a bicicleta
é movida com as mãos – handbike. Os
230 atletas participaram em provas
de velódromo (18 medalhas) e em
estrada e contra-relógio (33 medalhas), tendo sido o terceiro desporto
com mais medalhas em disputa.
Equitação – Os atletas competem
em duas provas de dressage, uma
prova de campeonato, de movimentos predefinidos, e uma prova
livre acompanhada de música. O
cavaleiro deve conduzir o cavalo
para realizar movimentos (passos,
trote, meio-galope) e provas livres de
coreografia ao som da música. Existe
também uma prova em equipa para
três ou quatro atletas. A Federação Equestre Internacional define
dressage como a expressão mais
elevada de treino do cavalo, na qual
o cavalo e cavaleiro devem atuar de
memória uma série de movimentos
pré-determinados. Celebrou-se o
vigésimo aniversário da introdução
deste desporto nos Jogos.
Esgrima em cadeiras de rodas –
A esgrima requer dos atletas capacidade de adaptação, criatividade,
velocidade, reflexos apurados, astúcia e paciência. As pistas de competição têm 4m de comprimento por
1,5m de largura. A diferença para a
esgrima olímpica é que os atletas
têm as cadeiras firmemente fixadas
no solo. Há duelos nas categorias
de florete, de espada e de sabre. Os
atiradores começam com as espadas
elevadas, na posição en garde, até
que o juiz mande iniciar o combate.
Futebol de 5 – o futebol de cinco é
exclusivo para deficientes visuais.
As partidas normalmente são num
campo de futsal adaptado. O guarda-redes tem visão total e não pode
ter participado de competições
oficiais da FIFA nos últimos cinco
anos. Junto às linhas laterais são
colocadas tabelas que impedem que
a bola saia do campo. Cada equipa
é formada por cinco jogadores. A
bola tem guizos internos para que os
atletas consigam localizá-la. O jogo
tem duas partes de 25 minutos cada
e um intervalo de 10 minutos.
Futebol de 7 – Nos Jogos, o futebol
de sete foi praticado por atletas do
sexo masculino, com paralisia cerebral congénito e adquirido, decorrente de sequelas de traumatismo
crânio-encefálico ou de acidentes
vasculares cerebrais. As regras
são da FIFA, mas com algumas
adaptações feitas pela International
Federation for Cerebral Palsy Football
(IFCPF). O campo tem no máximo
75m x 55m, com balizas de 5m x 2m.
A partida tem a duração de 60 minutos, divididos em dois tempos de 30,
com um intervalo de 15 minutos.
Goalball – este desporto foi criado e
desenvolvido exclusivamente para
pessoas com deficiência visual e é
baseado nas perceções tátil e auditiva. O terreno de jogo tem as mesmas dimensões do de voleibol (9m
de largura x 18m de comprimento).
As partidas têm duração total de
24 minutos, com duas partes de 12