Revista de Medicina Desportiva Informa Novembro 2013 | Page 11
mais adversas considerar uma
proteção feita de lã.
A proteção do pescoço, principalmente da face anterior, sobre a
qual se faz sentir mais o ar frio e
o vento, não deve ser descurada.
A gola alta impede a perda direta
de calor para o meio ambiente,
impede a ação gelada do frio sobre
a pele e evita a entrada de ar frio
para o tórax.
As orelhas e o nariz colocam
problemas adicionais, já que têm
pequeno volume para a grande
área de exposição. Tal significa que
o calor da pequena massa corporal
é insuficiente para aquecer tão
extensa área cutânea, pelo que
devem ter especial atenção e protegidos, para o que basta cobri-los. O
barrete usado para a cabeça pode
ser prolongado abaixo das orelhas.
A pele da cara é muito sensível
e exposta. Os lábios ainda o são
mais. Tapar a cara está indicado
nos ambientes com temperaturas
muito baixas, mas a aplicação de
vaselina nos lábios, no nariz e nas
maçãs do rosto para prevenir a
ação agressiva do (vento) sobre a
pele é um método eficaz.
As peças de roupa que cobrem
simultaneamente a cabeça e cara
são muito úteis em ambientes
mais gelados. Para além da proteção contra o frio, proporcionam
a inspiração de ar ligeiramente
mais aquecido. Contudo, não serão
certamente necessárias para a
corrida de S. Silvestre.
c) Mãos – Perde-se muito calor pelas
extremidades (mãos e pés), o
qual é fundamental para manter
a temperatura corporal em nível
confortável. Há quem refira que
este valor pode chegar a 30% do
calor produzido pelo corpo. É,
assim, importante cobrir as mãos
com tecido que elimine a sudação.
As luvas parecem ser o meio mais
adequado, mas nos dias de muito
frio, ou quando se brinca na neve,
as luvas sem dedos, nas quais o
polegar está separado dos restantes dedos, são melhor opção,
já que os outros quatro dedos
aquecem-se uns aos outros. E se
estiver muito frio é ainda possível
usar por dentro uma luva normal,
não de algodão, mas de material
que não acumule o suor, como é o
caso do polipropileno, ou a lã. Para
aqueles que têm má circulação e
são fustigados pelas frieiras, que
são problemas circulatórios graves
e dolorosos, o melhor tratamento
é o uso de luvas.
d) Pés – no tempo frio os dedos dos
pés ficam com pouca circulação sanguínea, pelo que chega
lá pouco sangue quente para os
aquecer: aquecemos demasiado
pouco os dedos em relação ao
calor que eles perdem para o meio
ambiente muito frio, gelado. Os
pés perdem calor através das solas
para o chão gelado. O problema
agrava-se se os pés ficam molhados, pois esta humidade facilita
ainda mais as perdas caloríficas
para o exterior. O suor faz perder
calor 23 vezes mais rápido que o
ar! A diminuição do sangue para
os dedos torna-os brancos, frios e
dolorosos. Com o andar dos quilómetros podem surgir feridas, frieiras e, em casos dramáticos, amputações. A situação é agravada nas
pessoas com patologias crónicas:
diabetes, hipertensão arterial,
obesidade, aumento do colesterol
sanguíneo, etc. Se os pés estiverem
quentes a circulação sanguínea
local aumenta e previnem-se estes
azares, para além de aumentar o
conforto local.
É necessário proteger os dedos
dos pés. Antes de calçar as meias
os pés devem ser bem secos.
As meias de lã regulam melhor
a temperatura e a humidade,
aumentando a segurança e o conforto nos dedos dos pés. O material de acrílico ajuda a expulsar a
humidade para o exterior, para
fora do contacto com a pele dos
pés. Não usar meias de algodão
que encharcam, acumulam água
(suor) e fazem perder calor mais
rapidamente. O uso de 2 pares
de meias (o mais interno com
espessura fina e o mais externo
com espessura mais grossa) é
também uma possibilidade, mas
o par junto à pele não deve ser …
de algodão! O mesmo se aplica à
roupa interior: nada de algodão.
Contudo, o volume extra de meias
não deve causar desconforto ao pé
quando calçar a sapatilha.
As meias devem adaptar-se bem
aos pés e não terem elástico
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