Revista de Medicina Desportiva Informa Novembro 2012 | Page 31

Avançando para o seu bem estar
Depois , quando o atleta já está em competição deve existir a preocupação em promover a flexibilidade e o reforço muscular , mesmo considerando que o atleta não tem défices / desequilíbrios ?
Dr . Gonçalo Borges Esta preocupação deve ser permanente . Não esquecer que o trabalho de flexibilização dos ITs ou de qualquer outra estrutura muscular deve ser feito fora dos períodos de treino ou jogo . O alongamento para ganho de flexibilidade é um trabalho específico de ginásio e não de campo . Porque o alongamento do músculo lhe retira capacidade de contração por inibição , não deverá ser feito na fase de pré-treino ou pré-jogo , assim como na fase pós-jogo ou treino . Nesta fase as estruturas musculares estão em fase de fadiga , muitas vezes em estado de contração e isto pode provocar lesão muscular . São teorias , mas podem ter alguma razão de ser .
E as conclusões para terminar
Dr . Gonçalo Borges A lesão e cronicidade dos ITs tem relação com o défice de flexibilidade e o diagnóstico insuficiente . É difícil classificar uma lesão apenas com base no diagnóstico clinico . O estadiamento por RMN para mim torna-se importante . Em desporto , não diagnosticar porque o exame é caro ou raciocinar porque a ecografia pode ser suficiente não me parece lógico . Os exames não são tão diferentes em valor , e penso , sem interferir com o parecer do Dr . Joaquim Agostinho , a RMN deve dar uma imagem com caraterísticas bem mais evidentes para o estadiamento . O tratamento fisiátrico é mandatório , sendo obrigatório respeitar os tempos de recuperação e de retoma de atividade . Não esquecer que a recuperação ativa deve ser obrigatória na pré-retoma da atividade . Por último , também não posso esquecer de falar sobre trabalho muscular em potência , hoje muito frequente em atletas que usam esta força para potenciar a corrida e o sprint . Este estado de tensão e potência deve ser equilibrado com capacidade de distensão , para que não condicione rotura .
Dr . Paulo Beckert A despeito das inúmeras pesquisas realizadas neste campo , as lesões dos ITs continuam a ser um enorme desafio para os profissionais que lidam com estas lesões , assim como representam uma das principais causas de ausência desportiva por lesão em desportos como o futebol e o atletismo . Pela dificuldade que o seu tratamento representa e porque a existência de lesões prévias dos ITs é um dos principais fatores de risco para novas lesões é imperioso que nos focalizamos na prevenção primária deste tipo de lesões , incrementando a pesquisa na identificação de fatores de risco e na aplicação de programas de prevenção em contexto de treino
Dr . Henrique Jones Na abordagem das lesões musculares , nomeadamente dos ITs , são fundamentais o diagnóstico clinico , a confirmação imagiológica , o tratamento rigoroso e o prognóstico adequado , com regresso á competição de maneira progressiva e adaptada . A questão atual é a de sabermos se os métodos terapêuticos atuais são suficientes ou se poderemos acelerar o processo de cicatrização muscular , nomeadamente através de oxigénio hiperbárico , injeções locais de diversos produtos e medicamentos , PRP , entre outros . Os objetivos serão sempre a cicatrização rápida e de qualidade que impeçam recidivas lesionais cada vez mais frequentes .
Dr . Joaquim Agostinho A ecografia ( como exame de primeira linha ) e a RMN ( enquanto “ gold standard ”) constituem sem dúvida meios auxiliares preciosos no diagnóstico e seguimento de qualquer lesão muscular , como a patologia dos músculos ITs . Não é de mais , no entanto , recordar sempre que são meios auxiliares de diagnóstico , pelo que o exame clínico e a boa história clínica ( como ocorreu a lesão , tempo de treino ou competição decorridos , condições atmosféricas e do terreno , queixas prévias , fatores predisponentes , etc .) são fundamentais .
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Revista de Medicina Desportiva informa Novembro 2012 · 29