Revista de Medicina Desportiva Informa Novembro 2012 | Page 24
documentadas foi semelhante à da
população geral20.
Foi proposto que, dadas as forças
geradas pela elevação crónica do
volume ejetado pelo VE e o ligeiro
aumento da tensão arterial durante
o exercício, a prática desportiva
provocasse a dilatação da raiz da
aorta21. Os atletas envolvidos em
desportos onde predomina o componente estático, com treino de
força, onde podem ser atingidos
valores muito altos de tensão arterial (valores na ordem dos 480/350
mmHg foram descritos22), apresentam maior dilatação aórtica do que
aqueles envolvidos em modalidades
com componente dinâmico predominante23. Da mesma forma, o
diâmetro aórtico é maior em homens
do que em mulheres23, sendo muito
influenciado pela área de superfície
corporal24. Grande parte dos atletas
envolvidos em estudos para monitorização do diâmetro aórtico a nível
dos seios de Valsalva apresenta
valores abaixo dos 40 mm, sendo os
valores máximos encontrados de
42 mm23.
As descrições sobre as alterações
cardíacas induzidas pelo esforço são
abundantes, mas as que descrevem
os efeitos sobre estruturas vasculares extracardíacas são muito pouco
frequentes.
Em condições patológicas, envolvendo aumento das pressões nas
cavidades direitas do coração, além
do aumento do diâmetro da veia
cava inferior (VCI) é principalmente
a sua compliance que está afetada25,26,
refletida pela menor variação
respiratória das suas dimensões.
Em atletas, em resposta ao crónico
aumento do volume intravascular
circulante, o diâmetro da veia cava
inferior aumentado é praticamente
universal27 e é independente do tipo
de desporto praticado. No entanto, a
postura em que se realiza a modalidade parece ter influência no
diâmetro do vaso, sendo maior em
nadadores, cuja posição preferencial durante a prática é o decúbito27.
As maiores variações nas pressões
respiratórias nesta modalidade
também podem contribuir para tal,
uma vez que a interrupção rítmica
dos ciclos respiratórios aumenta a
pressão intratorácica, aumentando
as pressões ventriculares direitas e,
como tal, o diâmetro da VCI27.
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Durante o exercício ocorre
aumento da pressão sistólica na
artéria pulmonar (PSAP)28,29, mas a
informação disponível acerca dos
efeitos crónicos do exercício repetitivo na PSAP é ainda escassa.
Os estudos que analisam o tipo
e o