Revista de Medicina Desportiva Informa Março 2020 | Page 37

Conclusões A concussão é uma lesão frequente no râguebi, com significativo impacto negativo na vida dos atletas e das equipas por se associar a prolongada ausência ao treino e à competição, bem como ao aumento do risco de ocorrência de outras lesões. A identificação precoce desta entidade e a orientação de acordo com as boas práticas numa modalidade de contacto e com tão elevadas taxas de incidências de lesões é fundamental, não apenas para a visibilidade e boa publicidade da modalidade, mas acima de tudo para garantir a segurança e o bem-estar dos atletas. Neste artigo, de forma sumária, sistematizou-se essa abordagem. Os médicos e fisioterapeutas envolvidos no acompanhamento de atletas e equipas de râguebi devem conhecer profundamente os protocolos de identificação, abordagem e seguimento do atleta com concussão (ou suspeita de concussão), implementando-os na prática diária e adequando-os ao individuo singular que têm na sua presença. Por outro lado, profissionais de saúde que trabalhem em outras modalidades onde encontrar nestas linhas orientadoras uma ferramenta de apoio relevante para a sua prática clínica, procurando assegurar o bem-estar dos seus atletas, mesmo que nessa modalidade não existam protocolos estabelecidos para a gestão da concussão. Os autores negam qualquer conflito de interesses e garantem a originalidade e a não publicação prévia deste texto. Contacto: [email protected] Bibliografia 1. Fuller CW, Fuller GW, Kemp SPT, Raftery M. Evaluation of World Rugby ’s concussion management process: results from Rugby World Cup 2015. Br J Sports Med. 2017; 51(1):64-69. doi:10.1136/bjsports-2016-096461 2. Rafferty J, Ranson C, Oatley G, et al. On average, a professional rugby union player is more likely than not to sustain a concussion after 25 matches. Br J Sports Med. 2018; 969-973. doi:10.1136/bjsports-2017-098417 3. Koh J, Cassidy J, Watkinson E. Incidence of concussion in contact sports: a systematic review of the evidence. Brain Inj. 2003; 17(10):901-917. doi:10.1080/0269905031000088869 Restante Bibliografia em: www.revdesportiva.pt (A Revista Online) A Agência Mundial de Antidopagem (AMA – WADA) publicou os números referentes aos controlos de antidopagem, assim como os referentes aos casos positivos de dopagem (Adverse Analytical Findings – AAF) e aos Atypical Findings (ATF) referentes ao ano de 2018, em competição e fora de competição. 1 Inclui ainda os valores referentes ao Passaporte Biológico. São números colecionados a partir de todos os laboratórios com acreditação da AMA (LabAA) e referenciados no sistema ADAMS da AMA (Anti- -Doping Administration and Management System). É a quarta vez que os publicam, sendo os primeiros resultados publicados referentes ao ano de 2015. Gráfico 1 – Número de amostras colhidas nos últimos 11 anos Gráfico 2 – Percentagem de resultados positivos nos últimos 11 anos Gráfico 3 – Número de amostras de sangue colhidas para o Passaporte Biológico nos últimos 10 anos O relatório realça alguns aspetos: 1. Aumento de 6,9% no número total de amostras analisadas: de 322 050 em 2017 passou para 344 177 em 2018 – Gráfico 1; 2. A diminuição relativa ligeira de casos positivos (AAF): 1,43% (4 596 em 322 050 amostras) em 2017 para 1,42% (4 896 em 344 177 amostras) – Gráfico 2; 3. Muito ligeiro aumento relativo dos ATF: de 6,2% (201 em 322 050 amostras) em 2017 para 6,5% (223 em 344 177 amostras); 4. Cerca de 60% dos LabAA tiveram aumento do número de amostras; 5. Aumento do número total e da percentagem das amostras de sangue analisadas (não Passaporte Biológico): em 2017 = 8,62% (27 759 das 322 050) e em 2018 = 9.11% (31 351 de 344 177); 6. Aumento do número de Federações Internacionais (n=26), Organizações Nacionais de Antidopagem (n=59) e outras organizações desportivas (n=12) que passaram a colher amostras de sangue para o Passaporte Biológico; 7. Aumento de 7% das amostras sanguíneas analisadas destinadas a determinar o Passaporte Biológico: 29 130 em 2017 para 31 261 em 2018 – Gráfico 3; 8. No perfil de esteroides, apesar da diminuição do número de testes realizados, houve aumento dos resultados positivos (159 em 5 279 testes em 2017 e 184 em 5 231 testes em 2018). Dr. Basil Ribeiro 1. https://www.wada- -ama.org/sites/default/ files/resources/ files/2018_testingfiguresreport_executivesummary.pdf Revista de Medicina Desportiva informa março 2020· 35