Revista de Medicina Desportiva Informa Março 2020 | Page 27
peroniais e do complexo gastrocnémio-solear,
a analgesia com anti-
-inflamatórios não esteroides ou
a infiltração com corticoides e a
modificação da atividade conforme
possível. Em casos mais resistentes,
pode ser necessária a imobilização
gessada do tornozelo até seis
semanas. 3
A cirurgia reserva-se para casos
refratários ao tratamento conservador,
mas é importante ter em conta
que os resultados são melhores em
doentes com menor tempo de evolução
da doença.
Quais as opções cirúrgicas?
Imagens pré-operatórias e pós-operatórias de barra társica calcaneonavicular
do pé esquerdo em criança de 11 anos.
A resseção cirúrgica da barra társica
é a primeira opção na maioria dos
casos em jovens com sintomas refratários
ao tratamento conservador. O
planeamento pré-cirúrgico através
da ressonância magnética é essencial
para evitar resseções excessivas
ou insuficientes. Existe controvérsia
na literatura em relação à necessidade
de interposição de tecido (retalhos
de extensor curto dos dedos ou
tecido adiposo, cera de osso, agentes
hemostáticos, entre outras hipóteses)
para evitar
a recorrência da
ossificação 3,10-12 ,
uma vez que
alguns autores
reportam excelentes
resultados
com a resseção
simples. 13
Têm sido ainda
publicados casos
de realização da
cirurgia por via
artroscópica. 14,15
Vários autores
advogam que
para o melhor
resultado deve
ser corrigida a
deformidade do
pé plano valgo
através de osteotomias
e procedimentos
de tecidos
moles, para
além da resseção
da barra. 16,17
Se a barra
társica talocalcaneana
envolver
mais de 50% da
faceta articular
intermédia,
classicamente
está recomendada
a artrodese
subastragalina.
Nos casos mais
avançados com
degeneração
secundária
importante das
articulações
adjacentes ou
em caso de
falência da resseção
com recidiva
dos sintomas, poderá ser considerada
a artrodese dupla ou tripla. 4
Agradecimentos
Os autores agradecem à Dra. Mafalda
Santos a cedência das imagens.
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