Revista de Medicina Desportiva Informa Março 2019 | Page 7
em jogo do atleta. Cada vez há mais
entidades e personalidades a abor-
darem esta questão, o que significa
que o tema continua em aberto e
as concussões são mais diagnosti-
cadas. Desde já alguns anos que a
FIFA e a UEFA estabeleceram a regra
dos “3 minutos”, durante os quais o
jogo para e o médico de equipa tem
algum tempo para avaliar e deci-
dir. Parece muito tempo, mas num
contexto de pressão, de exposição
também mediática e de dificuldade
em discernir os eventuais sintomas,
estes minutos são manifestamente
insuficientes. A notícia é de dezem-
bro último e referia que médicos
especialistas defendem a ideia da
remoção temporária do jogador
vítima de concussão e ser substi-
tuído temporariamente por outro
colega. O Dr. Michel D’Hooge, do
comité médico da FIFA, recusa, pois
refere que os treinadores pode-
rão usar a substituição por razões
táticas e que seria usado frequente-
mente. Contudo, outros especialis-
tas, como o Dr. Michael Grey, neu-
rocientista da Universidade de East
Anglia, referem que não é possível
avaliar e decidir bem apenas em 3
minutos e que muitos jogadores têm
início tardio dos sintomas, pelo que
a regra dos 10 minutos deveria ser
usada como já é usada no râguebi.
No entretanto, estejamos atentos e
removamos o jogador na suspeita de
concussão cerebral.
Foto e fonte: https://www.fmpa.
co.uk/2019/02/06/refusal-introduce-
-concussion-substitutes-dangerous-
-preposterous/
A Sociedad Española de Medicina del
Deporte (SEMED) e o Consejo General de
Colegios Oficiales de Médicos (CGCOM)
emitiram um comunicado conjunto
sobre o Exercício físico como método
de prevenção e tratamento complemen-
tar, referindo que o mesmo deve ser
prescrito pelo médico. Referem que
o exercício físico, baseado na evi-
dência científica, já demonstrou ser
“uma ferramenta de 1ª ordem tanto
na prevenção como no tratamento
de um número crescente de doenças
crónicas”, assim como “o exercício
não é uma medicina, nem um
fármaco” e “deve ser prescrito”. Por
isso, “é um ato médico que requere
diagnóstico, valorização profissional
e seguimento médico”. Acrescentam
que “o responsável pelo tratamento
do paciente e da pessoa sem patolo-
gia que realiza exercício preventivo
é o médico”, é importante a “colabo-
ração entre os diversos profissionais
implicados no exercício físico com
o objetivo de saúde” e valorizam os
licenciados em ciências do desporto,
pois “têm uma função primordial na
realização do exercício para a saúde”,
mas a assunção de funções médicas
por parte de outras profissões pode
ser considerado como “intrometi-
mento, com as graves consequên-
cias que possam surgir”. Importa,
também, que o médico assuma esta
responsabilidade operacional, mas
sustentada numa boa formação, a
qual tem obrigação de a adquirir.
As V Jornadas Médico-Desportivas
de Guimarães serão realizadas
entre 31 de maio 1 de junho de 2019,
na Sala de Conferências do Hotel
Guimarães. É uma organização do
Tempo Livre, onde o envolvimento
pessoal do Dr. Rui Vaz, o Presidente
das Jornadas, se tem empenhado
profundamente para apresentar
umas jornadas de elevada qualidade
científica. E, olhando para o pro-
grama, está a consegui-lo, pois não
só os temas são atuais, oportunos,
pelo que importantes, mas também
a qualidade dos palestrantes garante
o sucesso desta edição. O programa
inclui temas relacionados com a
cardiologia, com a traumatologia,
com a nutrição, com o rendimento
físico e outros. Os palestrantes, com
experiência e de referência, veem dos
principais clubes portugueses, e não
só, assim como do estrangeiro. Há
ainda possibilidade de participação
em diversos workshops. Neste evento,
será apresentado um livro dirigido a
Médicos de Família sob a coordena-
ção do Dr. Rui Vaz. Mais informações
poderão ser solicitadas através do
e-mail: [email protected].
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