Revista de Medicina Desportiva Informa Março 2019 | Page 10
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Consumption of whole eggs promotes greater
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synthesis than consumption of isonitrogenous
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Restante Bibliografia em:
www.revdesportiva.pt (A Revista Online)
Review of WADA Prohibited
Substances: Limited Evidence for
Performance‐Enhancing Effects 1
Dr. José Ramos.
Medicina Desportiva Gondomar
Introdução ao texto
As substancias farmacologicamente
ativas ou suplementos devem ser
usadas em medicina com um único
objetivo, que é o tratamento de doen-
ças ou correção de carências alimen-
tares ou outras. O uso destas subs-
tâncias deve trazer mais benefícios
do que riscos. O uso dessas substân-
cias com outros fins, nomeadamente
o aumento artificial do rendimento
desportivo, é sempre condenável.
As substâncias que constam da
lista de substâncias proibidas são
alvo de análise por uma comissão de
peritos e só são incluídas se cumpri-
rem dois dos três critérios enuncia-
dos no início do resumo deste artigo.
O que o artigo nos vem demons-
trar através da análise de trabalhos
publicados, e com valor científico, é
que, apesar de cumprirem os critérios
estabelecidos pela WADA, o benefício
8 março 2019 www.revdesportiva.pt
na melhoria do rendimento é dimi-
nuto num grande número de subs-
tâncias que compõem a lista, não
justificando o seu uso e reforçando
a inutilidade do seu uso com outros
objetivos, que não sejam o trata-
mento de doenças ou deficiências.
Dr. Igor Glória 2
Medicina Geral e Familiar, Faro
Resumo e comentário
A Agência Mundial Antidopagem
(WADA) é responsável pela Lista de
Substâncias e de Métodos Proibidos
para os atletas, sendo consideradas
nesta lista quando cumprem 2 de
3 critérios: 1) Evidência científica,
efeito farmacológico ou experiência
de que melhorem o desempenho
desportivo; 2) Dados médicos ou
científicos que indiquem um risco
real ou potencial para a saúde; 3)
Deliberação de que violem o espírito
desportivo descrito no Código Mun-
dial de Antidopagem, que é um crité-
rio subjetivo e baseado na presunção
filosófica, ao invés de científica.
O objetivo do texto foi avaliar os
efeitos destas substâncias sobre o
desempenho desportivo, interpre-
tado na sua definição mais ampla,
incluindo força (potência) e resistên-
cia, baseado em 266 estudos e
revisões com nível de evidência alto,
obtidos através do PubMed.
As substâncias sempre proibidas
(dentro e fora da competição)
1. Agentes androgénicos anabolizan-
tes: são derivados sintéticos da
testosterona com potencial para
aumentar a síntese proteica e o
crescimento muscular. Três estu-
dos mostram que em altas doses
estes agentes aumentam signi-
ficativamente a força muscular
(10-20%), mas não a resistência.
2. Eritropoietina (EPO) e agentes que
afetam a eritropoiese: aumentam
a massa eritrocitária e a hemoglo-
bina, o que potencialmente inten-
sifica o transporte de oxigénio e
a melhoria da resistência. Cinco
estudos demonstraram melhoria
no volume de oxigénio máximo
(VO 2 máx) e no tempo até à exaus-
tão, no entanto não é claro que a
melhoria nestes marcadores se
traduza no rendimento. Os fatores
indutores de hipoxia e os inibi-
dores do gene GATA não foram
estudados; os inibidores TGF-β e
os agonistas dos recetores inatos
de reparação não têm evidência
no desempenho desportivo.
3. H
ormonas Peptídicas: a gonado-
trofina coriónica (CG) e a hormona
luteinizante (LH) não têm evidên-
cia no rendimento das mulheres.
Nos homens induzem aumento
da testosterona, com efeitos
semelhantes aos anabolizantes,
no entanto não existem estudos
sobre os efeitos no desempenho
desportivo. A hormona adreno-
corticotrópica (ACTH) aumenta o
cortisol e presumivelmente benefi-
cia o desempenho desportivo, no
entanto os dois estudos anali-
sados não mostram benefícios.
A hormona de crescimento (GH)
aumenta a massa corporal magra,
reduz a massa gorda e aumenta
a força, no entanto nos quatro
estudos avaliados não houve
diferenças na comparação com
placebo. Ao invés, administrações
únicas de GH parecem diminuir
a resistência e provocam edemas,
artralgias e parestesias.
4. Fatores de Crescimento: para a
maioria, incluindo fibroblastos,
hepatócitos, timosina-β4, fatores
mechano, endotelial e vascular,
não existem estudos no desem-
penho desportivo. O fator de
crescimento insulínico-I (IGF-1)
parece ter efeito ergogénico,
sendo que um estudo demonstra
melhoria do VO 2 máx, o que deve
ser interpretado com precaução,
visto tratar-se de um marcador
indireto (possivelmente sem
repercussão no desempenho real)
e não comparado com placebo.
5. Os agonistas β2 relaxam o mús-
culo liso via recetor β2-adrenérgico,
potenciando o rendimento. Vários
estudos atestam este efeito, no
entanto não existem efeitos na
resistência, força ou velocidade
com os agonistas β2 inalados. Três
estudos demonstram que apenas a
administração sistémica em altas