Revista de Medicina Desportiva Informa Março 2019 | Page 10

6. 7. 8. 9. nance of fluid balance after exercise-induced dehydration. Journal of applied physiology (Bethesda, Md : 1985). 2017; 122(4):945-951. Mitchell CJ, McGregor RA, D’Souza RF, et al. Consumption of Milk Protein or Whey Protein Results in a Similar Increase in Muscle Protein Synthesis in Middle Aged Men. Nutrients. 2015; 7(10):8685-8699. Gonzalez JT, Fuchs CJ, Betts JA, van Loon LJ. Glucose Plus Fructose Ingestion for Post- -Exercise Recovery-Greater than the Sum of Its Parts? Nutrients. 2017; 9(4). Vliet SV, Beals JW, Martinez IG, Skinner SK, Burd NA. Achieving Optimal Post-Exercise Muscle Protein Remodeling in Physically Active Adults through Whole Food Consumption. Nutrients. 2018; 10(2). van Vliet S, Shy EL, Abou Sawan S, et al. Consumption of whole eggs promotes greater stimulation of postexercise muscle protein synthesis than consumption of isonitrogenous amounts of egg whites in young men. The American journal of clinical nutrition. 2017; 106(6):1401-1412. Restante Bibliografia em: www.revdesportiva.pt (A Revista Online) Review of WADA Prohibited Substances: Limited Evidence for Performance‐Enhancing Effects 1 Dr. José Ramos. Medicina Desportiva Gondomar Introdução ao texto As substancias farmacologicamente ativas ou suplementos devem ser usadas em medicina com um único objetivo, que é o tratamento de doen- ças ou correção de carências alimen- tares ou outras. O uso destas subs- tâncias deve trazer mais benefícios do que riscos. O uso dessas substân- cias com outros fins, nomeadamente o aumento artificial do rendimento desportivo, é sempre condenável. As substâncias que constam da lista de substâncias proibidas são alvo de análise por uma comissão de peritos e só são incluídas se cumpri- rem dois dos três critérios enuncia- dos no início do resumo deste artigo. O que o artigo nos vem demons- trar através da análise de trabalhos publicados, e com valor científico, é que, apesar de cumprirem os critérios estabelecidos pela WADA, o benefício 8 março 2019 www.revdesportiva.pt na melhoria do rendimento é dimi- nuto num grande número de subs- tâncias que compõem a lista, não justificando o seu uso e reforçando a inutilidade do seu uso com outros objetivos, que não sejam o trata- mento de doenças ou deficiências. Dr. Igor Glória 2 Medicina Geral e Familiar, Faro Resumo e comentário A Agência Mundial Antidopagem (WADA) é responsável pela Lista de Substâncias e de Métodos Proibidos para os atletas, sendo consideradas nesta lista quando cumprem 2 de 3 critérios: 1) Evidência científica, efeito farmacológico ou experiência de que melhorem o desempenho desportivo; 2) Dados médicos ou científicos que indiquem um risco real ou potencial para a saúde; 3) Deliberação de que violem o espírito desportivo descrito no Código Mun- dial de Antidopagem, que é um crité- rio subjetivo e baseado na presunção filosófica, ao invés de científica. O objetivo do texto foi avaliar os efeitos destas substâncias sobre o desempenho desportivo, interpre- tado na sua definição mais ampla, incluindo força (potência) e resistên- cia, baseado em 266 estudos e revisões com nível de evidência alto, obtidos através do PubMed. As substâncias sempre proibidas (dentro e fora da competição)   1. Agentes androgénicos anabolizan- tes: são derivados sintéticos da testosterona com potencial para aumentar a síntese proteica e o crescimento muscular. Três estu- dos mostram que em altas doses estes agentes aumentam signi- ficativamente a força muscular (10-20%), mas não a resistência.   2. Eritropoietina (EPO) e agentes que afetam a eritropoiese: aumentam a massa eritrocitária e a hemoglo- bina, o que potencialmente inten- sifica o transporte de oxigénio e a melhoria da resistência. Cinco estudos demonstraram melhoria no volume de oxigénio máximo (VO 2 máx) e no tempo até à exaus- tão, no entanto não é claro que a melhoria nestes marcadores se traduza no rendimento. Os fatores indutores de hipoxia e os inibi- dores do gene GATA não foram estudados; os inibidores TGF-β e os agonistas dos recetores inatos de reparação não têm evidência no desempenho desportivo.   3. H  ormonas Peptídicas: a gonado- trofina coriónica (CG) e a hormona luteinizante (LH) não têm evidên- cia no rendimento das mulheres. Nos homens induzem aumento da testosterona, com efeitos semelhantes aos anabolizantes, no entanto não existem estudos sobre os efeitos no desempenho desportivo. A hormona adreno- corticotrópica (ACTH) aumenta o cortisol e presumivelmente benefi- cia o desempenho desportivo, no entanto os dois estudos anali- sados não mostram benefícios. A hormona de crescimento (GH) aumenta a massa corporal magra, reduz a massa gorda e aumenta a força, no entanto nos quatro estudos avaliados não houve diferenças na comparação com placebo. Ao invés, administrações únicas de GH parecem diminuir a resistência e provocam edemas, artralgias e parestesias.   4. Fatores de Crescimento: para a maioria, incluindo fibroblastos, hepatócitos, timosina-β4, fatores mechano, endotelial e vascular, não existem estudos no desem- penho desportivo. O fator de crescimento insulínico-I (IGF-1) parece ter efeito ergogénico, sendo que um estudo demonstra melhoria do VO 2 máx, o que deve ser interpretado com precaução, visto tratar-se de um marcador indireto (possivelmente sem repercussão no desempenho real) e não comparado com placebo.   5. Os agonistas β2 relaxam o mús- culo liso via recetor β2-adrenérgico, potenciando o rendimento. Vários estudos atestam este efeito, no entanto não existem efeitos na resistência, força ou velocidade com os agonistas β2 inalados. Três estudos demonstram que apenas a administração sistémica em altas