Revista de Medicina Desportiva Informa Março 2016 | Page 16
fatores, tais como doença fenotípica,
severidade da doença e fatores de
risco de lesão cardiovascular1.
À luz destes mecanismos, tem
sido sugerido que o exercício poderá
aumentar a biodisponibilidade do
óxido nítrico através da redução
do stress oxidativo, pela regulação
dos vasodilatadores endógenos e
pela elevação da capacidade anti-oxidante nos pequenos e grandes
vasos sanguíneos1. Assim, também
neste domínio, o exercício físico
estabelece-se como uma medida
preventiva devido às suas funções
protetivas do sistema cardiovascular
(Figura 1)12. Vários tipos de exercício
aeróbio associam-se à melhoria do
fluxo dependente do endotélio e
mediado pelo controlo vasomotor13.
No entanto, este poderá ser mais
efetivo em indivíduos com disfunção
endotelial14.
Tem surgido recentemente um
crescente interesse na investigação
de células endoteliais progenitoras – células derivadas da medula
óssea - uma vez que parecem estar
envolvidas na angiogénese e na
reparação de áreas lesadas do endotélio1,15,16. Estas células, devido à sua
capacidade de proliferar, migrar e de
diferenciar, participam na manutenção da função endotelial, na angiogénese17,18. Neste sentido, tem sido
demonstrado que o exercício físico
consegue aumentar a quantidade
e mobilidade destas células na corrente sanguínea, com implicações
benéficas na doença da artéria coronária, doença arterial periférica e na
insuficiência cardíaca crónica18,19.
Numerosos estudos têm sido
reportados na literatura científica
que exploram diferentes tipos de
exercício com impacto na função
endotelial vascular, i.e., nos processos fisiológicos responsáveis pelo seu
equilíbrio homeostático (integridade
funcional) do endotélio1. Quando
investigados os efeitos do exercício
na função endotelial vascular em
indivíduos saudáveis e assintomáticos, a comunidade científica ainda
não chegou a um consenso, uma vez
que existem ainda poucos estudos
nesta população e com resultados
contraditórios, sendo que alguns
não verificam nenhuma adaptação
endotelial ao exercício1,2. Todavia,
a verificarem-se melhorias, parece
que estas ocorrerão em função da
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carga de treino, i.e., parece que pelo
menos deverá ser de intensidade
moderada2,8.
Vuckovic et al.20 numa revisão
sistemática mostraram que vários
tipos de exercício, com períodos
de duração variável entre 4 a 16
semanas, melhoram a vasodilatação
endotélio-dependente. Porém, existe
ainda pouca evidência da eficácia do
exercício na vasodilatação endotélio-independente. Neste sentido,
Phillips et al.21 reportaram que a
vasodilatação endotélio-independente na presença de nitroglicerina
é normal em indivíduos sedentários,
mas poderá ser reduzida através de
uma única série de exercício