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de esforço gradual são aplicados de
acordo com um protocolo pré-estabelecido, como o de Bruce, e é precedida pela ingestão de um alimento,
num dos testes placebo e no outro o
alimento suspeito. A prova termina
aquando da exaustão muscular ou
se surgirem sintomas suspeitos,
como prurido, eritema, urticária ou
cólicas abdominais7,11.
Caso o quadro clínico não seja
sugestivo ou o estudo etiológico não
seja consistente, deverão considerar-se diagnósticos diferenciais, particularmente com algumas síndromes
de hipersensibilidade induzida pelo
exercício ou patologias desencadeadas ou agravadas pelo mesmo.
A avaliação diferencial diagnóstica pode ser guiada pela presença
de um determinado sintoma que
possa ser dominante em relação aos
outros (tabela 2)6,7.
A urticária pode surgir associada
ao próprio exercício ou induzida pelo
frio ou calor (urticária colinérgica).
Ambos os tipos podem aparecer
durante a prática de atividade física
em contacto com ambiente frio
ou pela elevação da temperatura
corporal de forma passiva (contacto com água quente) ou ativa (na
prática de atividade física)5,11. Pode
surgir associada ou não a angioedema, mas em geral não cursa com
reações graves, podendo ocorrer no
caso da urticária crónica em outras
circunstâncias não relacionadas
com o exercício. Sendo mais prevalente que a EIA, a urticária induzida
pelo exercício deve ser reconhecida,
podendo ser causada também por
outros estímulos: físicos (urticária
física, dermografismo ou compressão), contacto com radiações ultravioletas (urticária solar), vibração
ou contacto com a água (urticária
aquagénica). Estas situações podem
colocar os atletas, como nadadores
e esquiadores em risco aumentado,
encontrando-se descrita a anafilaxia
aquagénica, em que ocorre afogamento após reação em contacto
com água gelada4. A confirmação
diagnóstica pode ocorrer, no caso da
urticária pelo frio, pelo teste do cubo
do gelo, em que o doente é submetido ao contacto com um cubo de
gelo na pele durante 20 minutos que
induz urticária no reaquecimento4.
Na urticária colinérgica, através de
uma prova de exercício, as lesões
surgem em geral minutos após início
do exercício da corrida, com início
predominante na porção superior do
tronco que acabam por generalizar.
Estas pápulas são tipicamente de
pequenas dimensões, menos coalescentes e extensas do que acontece
nos sintomas cutâneos da EIA2.
A mastocitose entra também na
abordagem diferencial. Sendo uma
doença rara, hereditária, carateriza-se pela proliferação e acumulação
de mastócitos na pele apresenta-se
sob a forma de urticária pigmentada ou em mais órgãos (mastocitose generalizada) com sintomas
variáveis de acordo com os órgãos
envolvidos e pode surgir com sintomas gastrointestinais e hipotensão.
Estes doentes, por apresentarem
um aumento dos mastócitos e da
tríptase, têm maior risco de reações anafiláticas que podem ser
despoletadas pelo exercício. Todas
as patologias que cursem com
exantema eritematoso e flushing
podem agravar-se com o exercício
e, portanto, entrar no diagnóstico
diferencial da EIA. Na asma induzida pelo exercício há predomínio de
sintomas respiratórios, ausência de
lesões cutâneas ou sintomas cardiovasculares, sendo que a introdução
de tratamento prévio ao exercício e
dirigido a esta patologia resolverá
esta situação clínica4.
Como se trata?
O seu tratamento é semelhante
ao de qualquer reação anafilática,
sendo aconselhada a suspensão
imediata da atividade física aos primeiros sintomas de reação (Figura
1). Se esta ocorrer deve ser chamada
a emergência médica e administrada o mais precocemente possível
adrenalina intramuscular na face
antero-lateral da coxa, colocando o
doente em decúbito e com elevação
dos membros inferiores (na dose de
0,3 mg criança e 0,5 mg adulto). Se
disponível, pode-se ministrar oxigénio e iniciar reidratação com cloreto
de sódio a 0,9%. Será necessário,
naqueles previamente diagnosticados, que o próprio doente, a família,
o treinador e a equipa estejam informados e treinados sobre os procedimentos a ter perante uma reação
anafilática e acesso a um dispositivo
de administração de adrenalina. A
administração de corticoide ou anti-histamínico é apenas contemplada
como terapêutica de segunda linha1.
No caso particular do atleta que
tenha episódio de anafilaxia induzida pelo exercício todos os regulamentos da Organização Mundial
Antidopagem devem ser seguidos e
cumpridos caso seja necessária uma
intervenção terapêutica13.
Como se previne?
A abordagem profilática está
dependente do conhecimento do(s)
fator(es) desencadeante(s), pelo
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