Revista de Medicina Desportiva Informa Março 2013 | Page 11

fortalecimento dos músculos peri- -articulares do tornozelo , é efetivo e eficaz na prevenção do 1 º episódio de entorse , na prevenção de recidivas de entorses e no tratamento de instabilidades crónicas ( subjetivas ).
O Dr . Henrique Jones falou sobre a fratura (#) da base do 5 .º metatarsiano como lesão a ter em conta aquando de um mecanismo de torsão do tornozelo , a representa cerca de 10 % de todas as # s do pé . A 1 .ª descrição foi feita em 1902 por Sir Robert Jones que a sofreu enquanto dançava e em 1978 surgiu a 1 .ª descrição cirúrgica . O défice de vascularização local complica a consolidação óssea , pelo que a evolução para atraso de consolidação e pseudo-artrose é possível . A classificação é importante para o tratamento e prognóstico : o tipo I é a avulsão-arrancamento da base , até 1,5 cm ; o tipo II corresponde à # de Jones e ocorre entre 1,5 e 3 cm e o tipo III ocorre para além dos 3 cms e normalmente corresponde a # de stress . Referiu uma meta-análise onde representou entre a 0.7-1.9 % das # s dos atletas jovens , sendo a # de stress mais frequente nas mulheres , e com taxa de não consolidação rondando os 50 %. Os números indicam 80 mil # s / ano nos EUA , sendo 90 % do tipo I e as # s de stress correspondem a 25 % de todas as # s de stress do pé . Indicou fatores de risco : sexo masculino , elevadas cargas competitivas , baixa densidade mineral óssea , tipo de pé e desalinhamento do membro inferior , desenho ( pitões nas botas de futebol ) e desgaste do calçado e tipo de superfície . O Rx simples é o exame principal , sendo a TAC , a RMN e a cintigrafia exames de retaguarda para casos excecionais . Clínica : dor local súbita , edema , dificuldade na marcha , alterações disestésicas ( raras ). A marcha é possível e a dor é tolerável . O tratamento depende da classificação : Tipo I – conservador , imobilização 4 semanas , brace durante 4 a 8 semanas e competição ás 12 semanas ; Tipo II – cirúrgico osteossíntese com parafuso ), inicia exercícios ativos ás 8 semanas e competição ás 12 semanas ; tipo III – conservador ou cirúrgico . Para as complicações
contribuem o retorno precoce à competição antes da consolidação radiográfica ( por volta das 9 semanas ), a técnica ou opção cirúrgicas inadequadas ( parafusos com diâmetro < 4 mm ).
Mais uma vez o Dr . Jacques Rodineau nos deu o prazer da sua presença e foi muito grato aprender com alguém muito experimentado na semiologia e , portanto , muito à vontade para abordar a palestra “ A lesão recente , o diagnóstico e a imagiologia ”. Logo no início deixou um conselho estruturante : a imagiologia é guiada pela clínica , havendo necessidade de considerar os mecanismos da lesão , os sintomas no momento e os sinais clínicos decorrentes da avaliação física . Fez referência a um estudo de 1996 , no qual o Rx havia sido pedido em 95 % dos casos de entorse do tornozelo e que fora normal em 85 % das situações , para demonstrar a importância das Regras de Otava , apresentando um outro trabalho de validação destas Regras . Nestas incluiu também a idade superior 55 anos como indicação para o Rx . A aplicação correta destas Regras originou a diminuição em 36 % dos pedidos de Rx . Este deve ser feito nas incidências de face ( neutra e também em rotação interna de 20 ° para evitar a sobreposição do maléolo peronial sobre o astrágalo ) e de perfil . Reconheceu o uso abundante das incidências dinâmicas , mas concluiu que as mesmas devem ser abandonadas . A ecografia , apesar de subutilizada , é muito importante . Permite o estudo comparativo e o dinâmico e é a melhor técnica de imagem para os ligamentos , sendo indispensável na entorse grave . Permite o estudo do contorno ósseo e a análise dos tendões vizinhos . Os inconvenientes referem-se à necessidade de conhecimento profundo da anatomia e ser operador-dependente . A TAC e a RMN estão reservadas para os casos mais graves ( articulação subtalar e médio-társica , tibiofibular inferior , # do astrágalo ).
Revista de Medicina Desportiva informa Março 2013 · 9