Revista de Medicina Desportiva Informa Março 2012 | Page 40

ser acrescentado sal ( 20 e 50 mEq / l de sódio , cerca de ¼ de colher de chá ) quando se usa água simples . A hidratação ao longo do exercício de 20 em 20 minutos ( incluir carbohidratos se a prova durar mais de 1 hora ) e após o seu término , já no período de recuperação , deve ser considerada . Neste período a hidratação pode ser veículo para a ingestão energética e proteica .
10 .º Convívio Científico : Lombalgia – abordagem clínica e terapêutica – 1 Jul 2011
Dr . Gonçalo Borges
A lombalgia é um problema extremamente comum que afeta mais pessoas do que qualquer outra doença , à exceção da gripe . Entre 65 % e 80 % da população mundial desenvolve raquialgia em alguma etapa de sua vida , mas a maioria dos episódios não é incapacitante . Mais de metade dos pacientes com raquialgia melhora após 1 semana , 90 % dos restantes apresentam melhoria após 8 semanas e os restantes 7 a 10 % continuam apresentando sintomas por mais de 6 meses .
Entre 5 a 10 % das lesões que ocorrem no desporto envolvem a coluna lombar . As lesões são mais frequentes nos treinos ( 80 %) do que durante a competição ( 6 %) e as modalidades com maior taxa de lesões lombares são os desportos de contacto violento ( râguebi – 17 %) e que exijam amplitudes extremas ( ginástica – 11 %). A lombalgia também pode ser causada por esforços repetitivos , excesso de peso , pequenos traumas , condicionamento físico inadequado , erro postural , posição não ergonómica no trabalho ( essa é a causa mais frequente para a torção e distensão dos músculos e ligamentos que causam a lombalgia ), osteoartrose da coluna , osteofitose ( vulgar bico de papagaio ) e osteoporose ( que são causas também relacionadas com a idade e , na mulher , com a menopausa com o síndrome trofostático pós-menopáusico ).
Todas as nossas ações podem ser predisponentes a patologia disco vertebral . Porquê ? Por causa , principalmente , da sobrecarga sobre a coluna vertebral , mas , na grande maioria dos casos , os pacientes apresentam lombalgia em virtude de um problema mecânico que não pode ser identificado . Todos os tratamentos das lombalgias agudas exigem atuações imediatas para controlo da dor , inibição da contratura de defesa e repouso relativo . Varias modalidades de tratamento existem na área da fisiatria , mas as mais importantes são aquelas que adaptam a qualidade do movimento , dependente da flexibilidade das estruturas músculo-ligamentares e da força dos músculos . As técnicas de alongamento das cadeias musculares posteriores ( isquiolombares ) e o reforço dos músculos abdominais são as regras mais importantes no tratamento e na prevenção da lombalgia . Nenhuma forma isolada de tratamento é eficaz para todas as formas de lombalgia . Quando a dor é causada por uma doença sistémica o tratamento deve ser direcionado ao problema subjacente .
11 .º Convívio Científico : Forever young – medicina anti-aging – 14 Out 2011
Dr . Jaime Milheiro , Prof . Doutor Júlio Machado Vaz
A medicina anti-aging é um conceito novo e muito atual . É uma área de grande desenvolvimento da medicina norte-americana mais moderna , onde se prevê um investimento mundial de cerca de 295 biliões de dólares até ao final de 2015 . Na utilização que dele fazemos , procuramos atenuar as perdas espectáveis da idade e prolongar a manutenção da performance em cada um , considerando-a como a “ medicina da performance ”. De facto , se através do exercício , da correta alimentação e do repouso adequado conseguirmos fazer perdurar os níveis hormonais , ou atenuar as suas perdas , envelheceremos melhor . O envelhecimento é seguramente uma conquista da civilização , mas é também um erro de software que nos conduz para uma fase de rigidez . O nosso genoma não foi programado para isso . O aumento da longevidade e da esperança média de vida , esperando-se que atinga os 100 anos
em 2050 , origina que a maioria das mulheres que atingirem essa idade irá viver mais de metade das suas vidas com carência hormonal , com as todas as suas consequências .
As perdas das reservas funcionais e a promoção do dano funcional no envelhecimento são causados por mecanismos stressores psicossociais . É importante ter em conta o papel da alostasis individual ( capacidade de adaptação ) ao estímulo alostático ( carga ) que irá determinar o saldo através dessa mudança . Este processo representa , no fundo , o esforço de adaptação fisiológica aos reais ou percebidos estímulos stressantes , a fim de melhorar a capacidade de sobrevivência do organismo . Esta consideração é aplicável a múltiplas outras situações , nomeadamente à da performance física , mental e sexual . As principais causas de envelhecimento , incluem entre outras , o stress oxidativo , a diminuição hormonal , a imunossenescência , as mutações genéticas e a diminuição da função celular .
Igualmente importante são os conceitos nutrigenómico e epigenético , isto é , a capacidade que a nutrição e os fatores externos têm na modulação do genoma . O ADN não é o nosso problema , pois o genoma conta somente 20 % do nosso fenótipo , assumindo os comportamentos de saúde uma fatia muito superior , em cerca de 50 %. Muito dos danos no ADN deverão ser encarados como traduções epigenéticas da exposição
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