Revista de Medicina Desportiva Informa Março 2012 | Page 38

intervenção psicológica :
– Educativas : têm como objetivo o treino de competências , em grupo ou individualmente , segundo estratégias e planos concebidos anteriormente ;
– Clínicas : têm como objetivo responder às necessidades e pedidos individuais .
Weinberg , R . & Gould , D . ( 2011 ). Foundations of sport and exercise psychology . Champaign Ill : Human Kinetics
8 .º Convívio Científico : Nutrição no desporto – 6 Mai 2011
Dra . Andreia Santos
Maughan e Burke referem que além dos limites impostos pela herança genética e das melhorias obtidas pelo treino , nenhum outro fator desempenha papel tão importante na performance atlética como a alimentação . Deste modo , a alimentação dos desportistas é cada vez mais vista pelos agentes desportivos com atenção e preocupação . De facto , a nutrição deve ser inserida no plano de treinos e cabe-nos a nós Nutricionistas sensibilizar e apostar numa alimentação mais consciente , com base científica e que encaminhe cada atleta para o sucesso desportivo . A correta alimentação nos momentos antes , durante e após a competição ajuda a explorar e a promover a melhor performance atlética . O estado de saúde será melhorado , bem como o rendimento físico , uma vez que a correta alimentação tem a finalidade de diminuir o risco de lesão , melhorar a recuperação , aumentar as reservas energéticas , retardar a fadiga muscular e melhorar o peso e composição corporal . O controlo de peso e a avaliação corporal são essenciais em desportos que consistem no transporte do corpo . O excesso de peso ou proporções inadequadas de massa gorda podem ter consequências negativas na performance desportiva .
Devemos considerar o atleta como um indivíduo com gastos energéticos muito superiores aos da população em geral , pelo que resultam exigências nutricionais específicas . O gasto energético no desporto depende das caraterísticas do atleta ( sexo , composição corporal , estatura , etc .), do exercício ( frequência , intensidade e duração ) e do ambiente onde este se efetua ( temperatura , humidade ). A alimentação deve satisfazer as acrescidas exigências energéticas e , como determina a disponibilidade dos substratos energéticos , deve ser planeada de forma a contribuir para maximizar as reservas . Para o atleta não é só o tipo e quantidade de alimentos que ingere devem ser considerados , mas também o momento em que são ingeridos .
A anamnese alimentar criteriosa permite que se criem estratégias que possam conciliar as necessidades nutricionais do atleta , considerando os seus hábitos alimentares , o estilo de vida e as preferências . As prescrições devem ser flexíveis de modo a tornarem-se hábitos alimentares regulares , corrigindo desvios alimentares e contornando patologias . A boa nutrição não garantirá , por si só , o sucesso atlético , mas na sua ausência o atleta nunca conseguirá expressar o seu potencial máximo .
9 .º Convívio Científico : Hidratação no contexto desportivo – 3 Jun 2011
Dr . Basil Ribeiro
A prática de exercício físico , a exemplo de qualquer trabalho braçal , aumenta a temperatura corporal . Esta hipertermia , embora possa à primeira vista ser considerada como um desperdício energético , pois apenas uma pequena parte da energia química consumida é utilizada na contração mecânica , será certamente importante para o processo de contração muscular , acelerando reações enzimáticas e aumentando a plasticidade tecidular . No sentido de evitar aumentos exagerados da temperatura corporal o organismo tem mecanismos de proteção mas , em ambientes em ambientes quentes e húmidos , os mecanismos podem ser insuficientes e haver o aumento contínuo da temperatura . As consequências médicas poderão ser desastrosas , pois poderá haver síncope pelo calor , choque térmico , o qual faz perigar a vida do sujeito . O processo sudação-evaporação é o mais importante em ambiente adverso , mas tem como consequência a perda de água corporal , a qual tem obrigatoriamente de ser reposta , pois o estado de desidratação será eminente , o que , por sua vez , contribuirá pela falência do principal mecanismo de controlo da temperatura corporal . As estratégias de hidratação são , então , muito importantes . Sabe-se que a sede é o principal mecanismo fisiológico controlador do estado de hidratação no ser humano e que a maioria das pessoas saudáveis satisfaz as necessidades diárias de água regulando- -se pela sede , mas a sede é uma sensação que surge tardiamente , já num estado avançado de desidratação ( 2 a 3 % do peso corporal ) como consequência do aumento da osmolalidade plasmática . A ingestão de água simples é adequada na maioria dos contextos desportivos , mas por vezes é necessário recorrer às bebidas desportivas . Antes da prática desportiva os objetivos nutricionais devem garantir que o indivíduo esteja bem nutrido , hidratado e recuperado e que qualquer ingestão alimentar não interfira com o exercício físico subsequente , ou seja , antes de começar a atividade física o atleta deve estar bem hidratado . Colégio Americano de Medicina Desportiva recomenda a ingestão de água ou bebida desportiva ( volume = 5 – 7 ml / kg de peso ) de modo tranquilo , durante as 4 horas que antecedem o início do evento . Depois , se nas 1 . as 2 horas não urinar ou a urina for escura , deve ingerir nas 2 horas seguintes volume = 8 – 12 ml / kg de peso . Deve
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