Revista de Medicina Desportiva Informa Março 2012 | Page 24

A Agência Mundial Antidopagem ( AMA ) criou uma base de dados em 2005 , com o objetivo de simplificar o quotidiano dos vários parceiros desportivos ( atletas , coordenadores , federações nacionais e organismos internacionais ). Tem o nome de Anti-Doping Administration & Management System ( ADAMS ). Surgiu no sentido de melhor coordenar os procedimentos de antidopagem e facilitar a implementação das medidas descritas no Código Mundial de Antidopagem . É um sistema mais seguro e confidencial , nada comparado com o tradicional envio de mails e de faxes . Por exemplo , os laboratórios de antidopagem creditados pela AMA não têm acesso à informação dos atletas e apenas as entidades diretamente interessadas têm acesso aos dados . Para além de rever e corrigir a informação enviada , existe ainda a possibilidade de receber respostas e informações das entidades reguladoras e o envio de documentos digitalizados . O sistema permite que a informação enviada possa ser dirigida para outras entidades relevantes , evitando-se a du- -triplicação de envios . A “ busca ” e impressão de relatórios também são possíveis . É de utilização gratuita e já existe em várias línguas , mas a portuguesa não está ainda contemplada . Nesta base o utilizador , o atleta ou outro , regista vários tipos de informação como , por exemplo , a submissão da Autorização para a Utilização Terapêutica ( AUT ), o preenchimento do Sistema de Localização do Praticante Desportivo ( as mensagens por via SMS continuam a funcionar ), os resultados laboratoriais dos produtos biológicos colhidos aos atletas e a indicação das violações ao código antidopagem ( casos de amostras positivas ). O planeamento da realização dos testes de controlo antidopagem e a gestão dos resultados é outra das funções do sistema . A comunicação entre as várias entidades envolvidas no controlo de antidopagem permitirá evitar a duplicação de controlos e harmonizar as comunicações . É um sistema interessante que necessita de rápida implementação . BR
mensal para administração do tratamento na via subcutânea e medicação diária no domicílio durante esse período se sublingual , pelo que é necessário discutir a adesão terapêutica previamente 10 , 13 .
A rinite aumenta o risco de asma no atleta ?
A rinite alérgica e a asma frequentemente coexistem no mesmo doente . Pela semelhança dos seus mecanismos fisiopatológicos inflamatórios , do tipo eosinofílico , por vezes considera-se que são a mesma doença , mas com uma resposta sistémica à alergia em que a magnitude da inflamação é diferente , causando diferentes respostas 1 . Esta associação é frequente na população que pratica desporto de alta competição , principalmente na prática de endurance 15 e também nos atletas com uma maior predisposição para hipereatividade brônquica . Na abordagem da história clínica no diagnóstico de rinite devem sempre ser avaliados os sintomas sugestivos de asma , bem como da asma induzida pelo exercício , sendo por vezes necessário para o diagnóstico a espirometria após exercício ou com estimulação com metacolina . A abordagem e o tratamento da rinite alérgica melhoram a gravidade e o controlo da asma 1 .
Conclusão
A rinite no atleta é uma patologia comum , que afeta o seu desempenho e a sua qualidade de vida . O seu controlo e tratamento é comprovadamente eficaz na melhoria da doença e das suas consequências , para além de nos atletas com asma associada melhorar também o controlo desta patologia . Sendo facilmente tratável e controlável com medicações seguras que não afetem o rendimento , é obrigação de todos os médicos que lidam com o atleta de alta competição pesquisarem estes sintomas e estarem à alerta para esta doença .
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