A rotura do LCA no atleta adolescente é algo de grande preocupação . O Prof . Dr . J . C . Noronha veio-nos tranquilizar em relação à cirurgia realizada em jovens atletas , no início da 2 .ª década da vida . Referiu um estudo onde se demonstrou a existência de poucas complicações em operações realizadas em jovens com menos de 14 anos de idade . No seu entender , as complicações devem-se a erros técnicos cirúrgicos , indicando alguns cuidados a ter na cirurgia : fazer túneis pequenos ( máximo de 7 mm ), os quais devem passar o mais perpendicular possível à fise tibial ( túnel a 60 °), uso de brocas de tamanho progressivo para evitar o sobreaquecimento , uso de enxerto com isquitiobiais e o enxerto não deve ficar tenso . Referiu que as técnicas extraarticulares são más , pelo que apenas se utiliza a técnica intraarticular isolada . Muito importante : o neoligamento acompanha o crescimento da criança . Também importante referiu que a escolha da indicação cirúrgica depende da idade , da motivação desportiva , do grau de laxidez , do teste isocinético e do hop test , o que significa que nem todos os joelhos são para operar . Indicou que o seu doente cirúrgico mais jovem tinha 10 anos e idade e que o operou porque esta criança tinha episódios repetidos de instabilidade causadores de quedas muito frequentes , realçando-se assim a clínica como elemento que decide a eventual indicação cirúrgica . Referiu ainda uma casuística , em que dos 38 casos operados um quarto ficou com laxidez considerável , e que aguardam a idade adulta para re-intervenção .
O facto de ser operado não significa que se consiga sempre a reconstrução anatómico-funcional perfeita e , enquanto se corrige bastante bem a translação anterior da tíbia , a instabilidade rotatória do prato tibial sob os côndilos femorais pode permanecer , sendo os resultados melhores com a utilização do duplo feixe aquando da ligamentoplastia .
O Dr . Alberto Monteiro referiu que a instabilidadade rotatória é o principal indicador de vulnerabilidade do joelho e indicação para a cirurgia de reconstrução do LCA . Referiu que existem vários sistemas para avaliar esta atividade rotatória , mas que nenhum apresenta resultados esclarecedores . Neste sentido , a sua equipa , liderada pelo Prof . Dr . J . Espregueira Mendes , desenvolveram o PKTD com RMN para estudo da translação anterior e rotações interna e externa da tíbia . Mostrou várias imagens interessantes do modo como o sistema funciona . Com esta tecnologia é possível verificar quais os doentes que precisam de reparação , sendo que os doentes sem instabilidade rotatória não têm indicação cirúrgica . È também importante para a decisão terapêutica quando existem roturas parciais do LCA .
O Prof . Dr . Fernando Fonseca abordou o tema das Novas Perspetivas Para a Cirurgia do LCA . Fez uma excelente resanha história e foi referindo que já Galeno , no séc . II , abordou este tema e que a primeira plastia do LCA foi realizada em 1895 por Mayo Dobson . A primeira questão que colocou foi se é economicamente defensável a correção cirúrgica da rotura do LCA e , como resposta , apresentou um estudo americano , no qual se concluiu que a cirurgia é “ cost-efective ”, isto é , fica mais barato operar que não operar . Das meta-análises e dos estudos consultados concluiu que existe insuficiente evidência para a escolha do tipo de plastia : osso-tendão-osso ( OT ) ou semitendinoso-gracilis ( ST-G ) e que ao fim de 2 anos ambas as técnicas apresentam boa estabilidade e excelentes resultados funcionais ; que o uso dos aloenxertos foi abandonado por causa da transmissão das infeções ; que não há diferença ( a não ser no custo ) na utilização de parafusos bioabsorvíveis ou de metal ; que uma meta- -análise de nível 3 indicou não haver diferenças com o uso de plastia com 1 ou 2 feixes ; que não existe limite de idade para a intervenção cirúrgica ; que o túnel femoral
( posicionamento anterior ) é a grande causa para a falência da cirurgia . Referiu ainda a cirurgia assistida por computador , que utiliza muitos instrumentos , e a ocorrência de fratura de stress por causa do cravo fixador destes instrumentos , pelo que é um procedimento que necessita de evolução e mais experiência . A engenharia de tecidos , na perspetiva de poupar os tendões dadores da plastia , tem sido muito estudada , ao ponto de na Pubmed existirem mais de 9 centenas de artigos sobre o tema . O Dr . João Paulo Branco veio abordar o tema dos Programas de Prevenção Lesional . Constatou- -se que existem fatores de risco imutáveis , como seja a existência de chanfradura intercondiliana femoral estreita (< 15 mm ), o ângulo Q aumentado , que provoca valgismo , e alguns dias do ciclo menstrual na mulher . Nesta , seria entre o 8 º e o 14 º dia , por razões hormonais , que o risco de rotura do LCA seria maior , já que existiria maior laxidez ligamentar . Um estudo publicado em 1999 indicou o risco de 2 a 8 vezes superior . A chanfradura estreita provocaria impingement no ligamento e o risco seria importante nas lesões que ocorrem com o joelho em extensão . A utilização de ortóteses teria discreta influência , sem tradução no EMG , havendo até um estudo que indica ser a própria ortótese um fator de risco , pelo que deve ser abandonada com este objetivo . Os fatores de risco modificáveis indicados foram : força , a flexibilidade e a proprioceção , referindo vários estudos indicadores da diminuição do risco lesional , havendo um estudo que indicou valores entre 60 e 89 % na diminuição da ocorrência da lesão . Existe uma correlação entre a força máxima dos músculos quadricípites e isquiotibiais e a diminuição da incidência das roturas do LCA . As principais mensagens desta comunicação são que os programas físicos devem incluir o desenvolvimento daquelas qualidades e as atividades de treino propriocetivo são o “ Gold standart ” na prevenção da lesão .
Revista de Medicina Desportiva informa Março 2012 · 5
A rotura do LCA no
atleta adolescente é
algo de grande
preocupação. O Prof.
Dr. J. C. Noronha
veio-nos tranquilizar
em relação à cirurgia realizada em
jovens atletas, no início da 2.ª
década da vida. Referiu um estudo
onde se demonstrou a existência de
poucas complicações em operações
realizadas em jovens com menos de
14 anos de idade. No seu entender,
as complicações devem-se a erros
técnicos cirúrgicos, indicando alguns
cuidados a ter na cirurgia: fazer
túneis pequenos (máximo de 7 mm),
os quais devem passar o mais
perpendicular possível à fise tibial
(túnel a 60°), uso de brocas de
tamanho progressivo para evitar o
sobreaquecimento, uso de enxerto
com isquitiobiais e o enxerto não
deve ficar tenso. Referiu que as
técnicas extraarticulares são más,
pelo que apenas se utiliza a técnica
intraarticular isolada. Muito importante: o neoligamento acompanha o
crescimento da criança. Também
importante referiu que a escolha da
indicação cirúrgica depende da
idade, da motivação desportiva, do
grau de laxidez, do teste isocinético
e do hop test, o que significa que nem
todos os joelhos são para operar.
Indicou que o seu doente cirúrgico
mais jovem tinha 10 anos e idade e
que o operou porque esta criança
tinha episódios repetidos de instabilidade causadores de quedas muito
frequentes, realçando-se assim a
clínica como elemento que decide a
eventual indicação cirúrgica. Referiu
ainda uma casuística, em que dos 38
casos operados um quarto ficou com
laxidez considerável, e que aguardam a idade adulta para re-intervenção.
O facto de ser
operado não significa que se consiga
sempre a reconstrução anatómico-funcional perfeita e,
enquanto se corrige bastante bem a
translação anterior da tíbia, a
instabilidade rotatória do prato
tibial sob os côndilos femorais pode
permanecer, sendo os resultados
melhores com a utilização do duplo
feixe aquando da ligamentoplastia.
O Dr. Alberto Monteiro referiu que a
instabilidadade rotatória é o
principal indicador de vulnerabilidade do joelho e indicação para a
cirurgia de reconstrução do LCA.
Referiu que existem vários sistemas
para avaliar esta atividade rotatória, mas que nenhum apresenta
resultados esclarecedores. Neste
sentido, a sua equipa, liderada pelo
Prof. Dr. J. Espregueira Mendes,
desenvolveram o PKTD com RMN
para estudo da translação anterior
e rotações interna e externa da
tíbia. Mostrou várias imagens
interessantes do modo como o
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