Revista de Medicina Desportiva Informa Maio 2018 | Page 7

• Em caso de suspeita de síncope , o diagnóstico etiológico é evidente ?
• Há evidência que sugira alto risco de eventos cardiovasculares ou morte ? A perda transitória de consciência deverá ser de natureza sincopal nos casos em que
• há sinais e sintomas específicos de síncope reflexa
• síncope devida a hipotensão ortostática
• sinais e sintomas específicos de outras formas de perda transitória de consciência ( traumatismo craniano , epilepsia , causa psicogénica e / ou causas raras ). Através de uma história clínica detalhada , o médico pode diferenciar a síncope das outras formas de perda transitória de consciência em aproximadamente 60 % dos casos . No exame físico , a medição da tensão arterial em supino e em pé e ainda o eletrocardiograma repouso devem sempre fazer parte da primeira avaliação .
Com base nesses achados , devem realizar-se os exames adicionais considerados necessários , a saber :
• Monitorização imediata do ECG quando existe suspeita de síncope arrítmica
• Ecocardiograma quando há doença cardíaca previamente conhecida , dados sugestivos de doença cardíaca estrutural ou síncope secundária a causa cardiovascular
• Massagem do seio carotídeo ( MSC ) nos pacientes com idade superior a 40 anos
• Teste de inclinação quando houver suspeita de síncope devido a hipotensão ortostática ou a síncope reflexa
• Análises ao sangue quando clinicamente indicado , por exemplo , hematócrito ou hemoglobina quando há suspeita de hemorragia , saturação de oxigénio e análise de gases sanguíneos quando se suspeita de hipoxia , troponina quando suspeita de síncope relacionada com isquemia ou D-dímeros quando se suspeita de embolia pulmonar . Quando um diagnóstico é quase certo ou altamente provável , nenhuma avaliação adicional é necessária e o tratamento – se houver – pode ser planeado .
Quanto à atuação na da síncope no SU , a resposta a estas três questões é fundamental :
• Existe alguma causa grave subjacente que possa ser diagnosticada no SU ? É a doença aguda subjacente que frequentemente irá determinar o evento adverso , mais do que a própria síncope . Muitas ( 40-45 %) das causas críticas não cardiovasculares , e algumas cardiovasculares , são óbvias no SU ( início recente de desconforto pré-cordial , dispneia , dor abdominal ou cefaleia ; síncope durante o exercício ou deitado ; palpitações imediatamente a preceder a sincope ...)
• Qual o risco de uma evolução complicada ? O doente de alto risco tem maior probabilidade de ter síncope cardiogénica . A doença estrutural cardíaca e as doenças elétricas primárias são fator de risco major para morte súbita e mortalidade acrescida . O doente de baixo risco tem maior probabilidade de ter síncope reflexa . A hipotensão ortostática associa-se a risco duas vezes superior ao da população geral devido à gravidade das co-morbilidades associadas .
Deve o doente ser internado no hospital ?
Cerca se 50 % dos doentes que recorrem ao SU por síncope são internados , embora a taxa de internamento varie de 12 a 86 %. Os estudos da evolução mostram que nos 7-30 dias subsequentes apenas 0,8 % morrem e 6,8 % têm um evento grave não fatal enquanto permanecem no SU e OBS .
Em suma , e na impossibilidade de destacar todos os conceitos importantes abordados nesta magnífica publicação , sugiro veementemente a sua leitura a todos os colegas . É um documento fundamental para todos aqueles que têm que lidar com um sintoma tão frequente em todos os estratos etários populacionais , com muitas tabelas e quadros resumos a merecer cuidada atenção
( https :// academic . oup . com / eurheartj / advance- -article / doi / 10.1093 / eurheartj / ehy037 / 4939241 ) E , já agora , não percam também as instruções práticas no documento complementar : https :// academic . oup . com / eurheartj / advance- -article / doi / 10.1093 / eurheartj / ehy071 / 4939242 Tenho a certeza que vão dar por bem empregue o tempo dedicado .
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Destinatários Licenciados ou detentores de Mestrado Integrado em Medicina
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