Revista de Medicina Desportiva Informa Maio 2018 | Page 27

da articulação do joelho. As cargas aplicadas na marcha são três vezes o peso corporal (200-250 kg) e os menis- cos têm uma superfície de 10-12 cm 2 , pelo que a pressão é de 15-25 kg/ cm 2 . Nos meniscos a área de contacto femorotibial é de 3 cm 2 , pelo que a pressão é de 70/80 kg/cm 2 , tornando- -se 3-4 vezes maior aquando da meniscectomia pelo facto da superfí- cie se reduzir a 1/3. Assim, em 1948, T.J. Fairbank descreve pela primeira vez as alterações degenerativas gra- ves associadas a uma meniscectomia, enaltecendo a partir daí a importân- cia desta estrutura na funcionalidade articular. O incremento da atividade desportiva em crianças e adoles- centes veio alterar o paradigma das lesões desportivas neste grupo etário, incluindo lesões meniscais complexas e lesões do corpo do LCA, com con- sequências futuras catastróficas nos casos de diagnóstico e de tratamento inadequados. As opções serão sem- pre: conservadora, meniscectomia ou reparação meniscal, dependendo de múltiplos fatores, dos quais surge como fundamental a localização da lesão. As lesões em zona vermelha (vascularizada) ou vermelha-branca são sempre passíveis de tentativa reparadora. Nas crianças alguns autores (Accadbled F, Cassard X et al, 2007) sugerem, inclusive, a reparação meniscal em zona branca-branca. A noção de que os antecedentes lesionais predispõem o atleta para um processo de artrose no decorrer da sua vida faz sentido numa perspe- tiva biomecânica, particularmente se aceitarmos que as técnicas cirúrgicas atuais, apesar da constante pesquisa de melhoria, ainda não atingiram a perfeição no que diz respeito a insta- bilidade, alinhamento, regeneração e substituição, mas também numa perspetiva bioquímica, destacando- -se o papel de agressividade articular desempenhada pelas metalopro- teinases e citoquinas. Os implantes meniscais de colagénio, os implan- tes personalizados com diferentes materiais e matrizes, combinados com terapias biológicas, podem ser muito importantes para minimizar a ausência do menisco, protelando ou evitando a evolução para artrose. Bibliografia 1. Fairbank, T. J. Knee joint changes after meniscectomy. J Bone Joint Surg Br. 1948; 30B:664-670. 2. Accadbled F, Cassard X, Sales de Gauzy J, Cahuzac JP. Meniscal tears in children and adolescents: results of operative treatment. J Pediatr Orthop B. 2007; 16(1):56-60. Dr. Raul Maia e Silva. Medicina Física e Reabilitação; Medicina Desportiva, Porto As osteocondroses. O que se pode fazer? Cerca de 15% de todas as lesões desportivas na juventude são per- turbações da ossificação nas epífises ou apófises. 1 Estas perturbações do normal crescimento ósseo que envolvem primariamente a cartila- gem de conjugação e/ou os centros de ossificação são chamadas generi- camente de osteocondroses. Em termos gerais é um grupo heterogéneo de doenças, não relacionadas entre si, mas que partilham algumas carac- terísticas comuns: predileção pelo esqueleto imaturo, envolvimento das epífises ou apófises, aspeto radio- gráfico dominado por fragmentação, TECNOLOGIA DE ADAPTAÇÃO ATIVA DESIGN LIGEIRO E DISCRETO ADAPTAÇÃO ANATÓMICA DESIGN ERGONÓMICO PLACA ALUMINIO /Dorsotech® www.interorto.pt