Revista de Medicina Desportiva Informa Maio 2016 | Page 30

Notícia

O Dr . Stefano Della Villa anunciou com grande entusiasmo : na 25 .ª edição , 2018 inscrições de 83 países , incluindo da Síria e da Coreia do Norte estavam presentes no Centro de Conferências Rainha Elizabete II , localizado no coração de Londres , mesmo em frente ao Parlamento Britânico e do Big Ben . Este congresso , com o tema Football Medicine Strategies Return to Play ( RTP ), foi excelentemente organizado pelo Isokinetic Medical Group , de Bolonha , Itália , tendo tido como presidentes o próprio Della Vila e o Dr . Peter Brukner , da Austrália . Os diretores científicos Phil Batty e Giulio Sergio Roi elaboraram um excelente programa científico , o qual , para além de duas sessões em simultâneo , contou também com a realização de vários simpósios satélites , sessões de apresentação de comunicações livres orais e de apresentação de pósteres . Várias sociedades médicas deram o seu apoio científico : ISAKOS , ECOSEP , ECSS , ISMULT e ESSKA . O futebol merece este Congresso , pois há no Mundo 300 milhões de praticantes , dos quais 1 % são profissionais , e 600 milhões de lesões por ano . Nos EUA há 13 milhões de praticantes , constituindo o terceiro desporto mais praticado a seguir ao basquetebol e ao voleibol . Ali , na América , são já 787 mil praticantes até aos 17 anos de idade . A FIFA já regista 26 milhões e mulheres e espera chegar aos 30 milhões em 2019 . O futebol continua a crescer .
A participação portuguesa foi revelante , quer no número de inscritos ( cerca de duas dezenas ), quer na apresentação de conteúdos científicos . Desde logo se destacam as palestras do Prof . Doutor João Espregueira-Mendes ( RTP after cartilage surgery : time or criteria ?) e do Dr . Hélder Pereira ( RTP in retrocalcanear bursitis : surgery or
conservative treatments ?), complementadas por uma comunicação oral e a apresentação de dois pósteres / casos clínicos , um do Rio Ave F C e outro do F C Paços de Ferreira . Entre os participantes portugueses foi muito interessante conviver com um conjunto de jovens doutores muito interessados pela Medicina Desportiva ( Marcos Agostinho II , Filipe Bettencourt , André Ladeira , Luís Lima , Miguel Reis e Silva , João Morais , João Rossa , Diogo Dias , Diogo Santos ), sempre bem acompanhados e acarinhados por dois médicos mais séniores , os Drs . Paulo Beckert e o A . Pereira de Castro . A transmissão do testemunho está em marcha .
Muitos conceitos , opiniões , conclusões e curiosidades foram ouvidas , algumas repetidamente referidas :
• O maior risco de lesão … é a lesão anterior
• A Medicina é fundamentalmente diferente do Desporto : à primeira interessa a saúde , o bem-estar , a funcionalidade , a prevenção de doenças , ao passo que ao desporto interessa a competição , o elitismo , o ganhar , o rendimento , o entretenimento
• Hipócrates não foi esquecido : “ A saúde do meu doente ( jogador ) será a minha principal consideração ”
• O médico deve saber a cultura do clube onde está inserido e a cultura do jogador que trata
O Prof Dr . J . Espregueira-Mendes e o Dr . Hélder Pereira
• A ciência habitualmente alcança o bom senso
• Confiar no instinto : um dia a ciência dar-lhe-á razão
• Os especialistas habitualmente têm mais informação (“ data ”) que juízo (“ judgment ”)
• O aumento de incidência das lesões dos músculos isquiotibiais é de 3-4 %/ ano
• A decisão do RTP envolve risco para a saúde e para o rendimento
• São critérios de evolução positiva a ausência de dor , de derrame e o aumento da amplitude movimento
• Um jogador bem motivado e bom “ cicatrizador ” dará um bom resultado , independentemente do que lhe fizermos
• O limiar lático ( velocidade de corrida correspondente a 2 MMole / L ) é um indicador de recuperação metabólica na decisão do RTP . Deve ser atingido pelo menos a 12,1 km / h
• O LCA não operado permitiu o regresso á competição em oito semanas num jogador do West Ham
O local do Congresso
• A dorsiflexão é um critério importante nas entorses do tornozelo aquando do RTP
• A dor é apenas a ponta do iceberg
• Em 30 % dos casos há rotura do tendão do longo adutor após infiltração da sínfise púbica com corticoide
• Uma nova cirurgia para a rotura do LCA : BEAR – Bridge Enhanced ACL Repair
• Uma morte súbita de causa cardíaca / mês / jogador profissional em cada ano
• No jovem jogador , se o número de horas de treino semanal
28 Maio 2016 www . revdesportiva . pt