Revista de Medicina Desportiva Informa Maio 2016 | Page 27
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modalidade, com volume e intensidade de treino crescentes numa fase
inicial da carreira desportiva, têm
conduzido a uma incidência significativa de patologia micro e macrotraumática no Judo, estando referida
como um fator de risco extrínseco de
lesão4.
Verificou-se que 83% dos atletas
registou pelo menos uma lesão, valor
subestimado considerando o nível
competitivo dos atletas e a carga a
que estão sujeitos5,6. O perfil psicossociológico e capacidade de sofrimento
destes atletas faz com que desvalorizem ou escondam lesões ligeiras
e moderadas, almejando objetivos
competitivos e/ou oportunidades,
contribuindo para a perceção irreal
do índice de lesões no judo. Quanto
às lesões mais graves, estas serão as
mais fidedignas, já que são descritas
com maior detalhe pela repercussão
inequívoca com paragem desportiva
mais prolongada2. Por esta razão, são
parcas as referências no nosso estudo
a lesões do pavilhão auricular, epistaxe, pequenas articulações ou escoriações faciais e labiais, embora estas
sejam referidas na literatura como
frequentes em atletas de alto nível
competitivo7-10. Considera-se ainda
a exigência do calendário competitivo destes atletas, que faz com que
muitas vezes treinem em condições
subótimas, com patologia musculoesquelética, que embora não impeça a
prática da modalidade, os condiciona
a uma redução na intensidade e qualidade do treino. Esta limitação, não
só diminui o rendimento competitivo
a curto e médio prazo, como se pode
materializar em lesão crónica (overuse), com impedimento da atividade
e sem resolução efetiva6,11,12.
A ocorrência de lesão foi mais
prevalente durante o treino [71,2%]
e foi também neste período que se
registaram as lesões mais graves
[69,2%]6,13. A diferença expressiva
justifica-se com planos de treino
desenquadrados do calendário competitivo, cargas físicas excessivas e
pela desigualdade de peso entre colegas durante esta fase não competitiva, considerando-se as vantagens e
desvantagens no equilíbrio dinâmico
entre o aprimoramento técnico contra atletas mais pesados e experientes e o potencial risco de lesão2.
A maioria das lesões [73,7%]
ocorreu durante a ação em pé. Esta
relação explica-se por ser durante
esta fase que ocorre maioritariamente a ação, mas também pela
intensidade das técnicas de projeção, que geram movimentos explosivos e de elevada solicitação física
propícios à lesão14.
Verificou-se que 84,7% das lesões
ocorreu nos membros, com ligeiro
predomínio para o membro inferior,
resultado em consonância com a
literatura8,15,16. O ombro foi o segmento mais acometido [25,1%], o
que se justifica pelo maior desenvolvimento físico e potencial desequilíbrio articular, bem como por uma
postura de risco eminente durante a
queda, na tentativa do atleta evitar
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