Revista de Medicina Desportiva Informa Maio 2016 | Page 22
Figura 6 – Radiografia do joelho esquerdo, face e perfil, do 1.º
mês pós – operatório, demonstrando a redução e fixação da
fratura avulsão da TAT.
Figura 8 – Imagens do exame físico
realizado no 3.º mês do pós-operatório
do joelho acometido, demonstrando
mobilidade completa do joelho, em
flexão e extensão, manutenção da atrofia
muscular quadricipital e derrame de
médio volume.
Figura 7 – Radiografia do joelho esquerdo, face e perfil, do 3.º mês
pós – operatório, demonstrando a redução e fixação da fratura
avulsão da tuberosidade anterior da tíbia.
doença de Osgood-Schlatter como
fator predisponente5,15-17. Parece
existir um aumento da incidência
da doença de Osgood-Schlatter pré-existente (ipsilateral e contralateral) em pacientes que manifestam
uma lesão aguda da TAT15. É de
salientar que o paciente em estudo
referia queixas prévias de gonalgia
esquerda, associadas a doença de
Osgood-Schlatter e desenvolveu a
posteriori queixas na região da TAT
do joelho contralateral, designadamente no 2.º mês do pós-operatório.
No que toca ao diagnóstico da fratura avulsão da TAT, e como verificado neste caso clínico, a radiografia
do joelho apresenta boa acurácia
na confirmação diagnóstica, sendo
a TAC importante particularmente
quando existe fratura com acometimento da superfície articular2,18,19.
A classificação das avulsões da TAT
foi designada por Ogden em 1980
(Figura 9), completando a classificação de Watson-Jones (1976) em virtude da amplitude da cominuição da
lesão (Figura 10)12,20,21. No sentido de
aperfeiçoar a classificação de Ogden
foram ainda propostas mais três
tipos de fraturas: o Tipo IV (fratura
com extensão posterior ao nível da
fise proximal da tíbia), o Tipo V (fratura tipo IIIB associada a fratura tipo
IV – traço de fratura com a forma
de Y) e o Tipo C (fratura associada a
avulsão do tendão rotuliano)3.
Tabela 1 – Complicações associadas ao tratamento das fraturas avulsões da TAT(6-8)
Pseudoartrose
Patela baixa
Calcificação do tendão patelar
Instabilidade do ligamento cruzado anterior
Síndrome compartimental
Genu recurvatum
Rigidez residual do joelho
Complicações com o material de osteossintese (bursite, tendinite e infeção)
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No que toca ao tratamento, a
maioria destas fraturas beneficia de
procedimento cirúrgico, com redução aberta e osteossíntese (sutura
intraóssea, fixação com fios de
Kirschner, parafusos esponjosos ou
corticais, com ou sem anilha). O tratamento conservador exibe, assim,
indicações limitadas, reservando-se para as fraturas tipo I e IIA de
Odgen5,13,14,16,22.
Existe ainda controvérsias no que
toca à imobilização do membro inferior no período pós-operatório e a
A) Tipo 1-A: avulsão simples sem desvio.
B) Tipo 1-B: avulsão simples com desvio.
C) Tipo 2-A: separação da tuberosidade anterior.
D) Tipo 2-B: separação com cominuição.
E) Tipo 3-A: extensão à articulação do joelho.
F) Tipo 3-B: extensão à articulação com cominuição.
Figura 9 – Classificação de Ogden