Revista de Medicina Desportiva Informa Maio 2013 | Page 15

promoção do aumento na capacidade funcional e performance nas atividades de vida diária que muitas vezes incluem este tipo de exercício. A sua inclusão num programa dependerá do subtipo de doença e do seu estádio. As crianças com AIJ poliarticular são as que têm maior potencial de ter diminuição da capacidade anaeróbia e o risco de lesão em atividades de grande impacto é também mais elevado nestes doentes. Em contrapartida, aqueles com doença clinicamente inativa poderão ser capazes de forma segura de participarem num programa de treino anaeróbio e aumentar a performance física e funcional.11 O número de repetições e a resistência utilizada dependerá de vários fatores, como previamente discutido, e a sua prescrição terá de ser obrigatoriamente individualizada. Poderão ser utilizados exercícios isométricos e dinâmicos. Quando estão presentes sinais de inflamação articular aguda ou dor severa, os exercícios isométricos são os mais recomendados uma vez que não implicam movimento articular, conduzindo a menor risco de lesão. Os parâmetros de prescrição durante uma fase subaguda ou crónica encontram-se representados na tabela 2. Conclusão A literatura parece consensual no que concerne à importância da prática de exercício físico nas crianças e adolescentes com diagnóstico de AIJ uma vez que lhe estão associados benefícios essenciais. É também unânime que o exercício deverá incluir exercícios de flexibilização e treino aeróbio, respeitando o gosto pessoal do doente e envolvendo preferencialmente atividades de baixo impacto. A prescrição de parâmetros, como a intensidade e a duração e a inclusão ou não do treino de força dependerá da situação clínica e, portanto, deverá ser individualizada. O início precoce de programas de condicionamento para crianças com AIJ após o seu diagnóstico pode prevenir o ciclo vicioso de baixa atividade física e descondicionamento muitas vezes observado e experienciado por indivíduos com doença crónica. A reabilitação pode assumir um papel importante na abordagem destas crianças e adolescentes ao estratificar a capacidade funcional de cada um e fornecer orientações precisas e claras que promovam a adesão a esta arma terapêutica. Vários fatores têm sido atribuídos ao facto das crianças e adolescentes com AIJ terem níveis de atividade física inferior relativamente aos seus pares saudáveis, entre os quais estão o receio por parte dos pais, professores e mesmo de alguns médicos relativamente aos efeitos do exercício na doença. Torna-se assim essencial a intervenção médica no esclarecimento de todos os intervenientes na vida destas crianças e adolescentes, nomeadamente familiares, professores, médicos e outros profissionais de saúde. À semelhança de outros países, seria importante a criação de material informativo, nomeadamente panfletos e meios audiovisuais. Os baixos índices de atividade física durante a infância e adolescência são mais suscetíveis de persistir na idade adulta resultando num estilo de vida sedentário. Aumentar a capacidade aeróbia nestas idad