Revista de Medicina Desportiva Informa Maio 2012 | Page 33
Em seguida, realiza-se a avaliação
dinâmica:
.n
a avaliação da coluna cervical
o utente aproxima o mento ao
esterno, o pavilhão auricular ao
acrómio e o mento ao acrómio
.n
a avaliação da coluna dorsolombar o utente realiza inclinações
laterais, rotações para a direita
e esquerda, mede-se a distância
dedos-solo (Figura 2) e, por fim,
pode executar-se o teste de Schober (Figura 3).
minimizados os movimentos compensatórios. É importante explicar
antes o modo de realização do teste,
exemplificando-o de forma passiva.
Caso haja assimetria, o teste deve
ser realizado primeiro no lado presumivelmente não afetado.
A avaliação clínica da força
muscular baseia-se na escala de
seis níveis proposta por Daniels,
Williams e Worthingham, em 1958,
que se encontra na tabela seguinte4.
Grau de força
muscular
profunda)4. Por norma procura-se
primeiro o nível 3 e se for obtido
passa-se para os níveis 4 e 5, progressivamente e sem alteração da
posição articular.
Nalguns grupos musculares, como
nos dedos, não é possível usar-se
a noção de peso para a avaliação
(movimento antigravítico). Assim,
os níveis 3, 4 e 5 distinguem-se pelo
conceito de resistência e referência
contralateral4.
Descrição
0
Nenhuma contração muscular
1
Contração muscular visível ou palpável com os dedos, mas sem movimento
2
Movimento da articulação em toda a amplitude com gravidade anulada
3
Movimento da articulação em toda a amplitude contra a força da gravidade
4
Movimento da articulação em toda a amplitude contra a gravidade e resistência manual média oferecida pelo examinador
5
Movimento da articulação em toda a amplitude contra a gravidade e resistência manual máxima oferecida pelo examinador
A valoração pode ser mais detalhada usando-se os sinais ‘+’ e ‘–‘, que servem para corrigir
a grande diferença de forças entre dois níveis consecutivos. Por exemplo, se um doente
apresenta contração muscular do punho com a gravidade anulada, mas não completa o arco
de movimento, pode ser-lhe atribuído um ‘2-‘. Se completar o movimento do punho com
a gravidade anulada e contra a ação de pequena resistência, mas não conseguir qualquer
movimento contra a gravidade, pode ser classificado com um ‘2+’.
Figura 2 – Distância dedos-solo.
Figura 3 – Índice de Schober (assinala-se
ponto A com caneta dermográfica sobre
a linha média ao nível da linha que une
as duas espinhas ilíacas póstero-superiores; de seguida, assinala-se um ponto
10 cm acima e pede-se ao sujeito (de pé),
que faça a flexão máxima anterior do
tronco. Mede-se então a distância A–B,
que deve ter variação superior a 5 cm).
Baseia-se na observação de eventual
contração muscular e na existência
de movimento contra resistência
da força da gravidade ou do examinador. A resistência por oposição
manual depende do sexo, idade,
profissão do examinador e do peso
do utente. O membro contralateral
é a referência por excelência. A oposição manual deve situar-se o mais
distante possível do pivot articular
(Figura 4)4.
Bibliografia
1. Stedman Dicionário Médico. 25.ª ed. Editora
Guanabara Koogan. Rio de Janeiro. 1996.
2. Krivickas LS, Wilbourn AJ. Peripheral nerve
injuries in athletes: a case series of over 200
injuries. Semin Neurol. 2000;20(2):225-32.
3. Seydel H, Ball J, Dains J, Benedict G. Mosby’s
guide to physical examination. 5.ª ed. Mosby.
St. Louis. 2003.
4. Daniels L, Williams M, Worthingham C. Le
testing. 2.ª ed. Maloine. Paris. 1958.
1.2. Pesquisa de amiotrofias e teste
de força muscular
Antes da avaliação muscular deve
realizar-se o exame articular, no
sentido de se determinar a normalidade das amplitudes de movimento da articulação. O modo de
execução deve ser confortável para
o utente, reprodutível e devem ser
Figura 4.
O nível 1 identifica-se por palpação do ventre muscular ou do tendão (no caso de os músculos serem
impalpáveis devido à sua situação
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