Os princípios gerais do treino aplicam-se na totalidade a este tipo de população e devem ser considerados durante a prescrição de um programa de treino de força 24 . Antes do início do programa é importante a recolha de informações , nomeadamente clínicas , para ser estabelecido o perfil de fatores de risco e a estratificação de risco 25 relacionado com a participação num programa de treino de força e decidir relativamente à necessidade de supervisão ( clínica e / ou técnica ) para cada indivíduo 23 . A prescrição deve ter em conta os objetivos ( força máxima , potência , resistência muscular ) e as particularidades de cada indivíduo . De um modo geral , no treino para melhoria da resistência muscular privilegia-se o número de repetições e no treino de força máxima e potência muscular a intensidade da carga 24 . Durante as primeiras sessões de treino a resistência utilizada deverá ser mínima de forma a garantir boa técnica de execução , controlo respiratório ( expiração na fase concêntrica ) e adaptações do tecido conjuntivo . Sempre que possível esta fase inicial deverá ser supervisionada por um profissional devidamente credenciado 25 . É aconselhável que as sessões sejam em dias não consecutivos e incluam oito a 10 exercícios que envolvam os principais grupos musculares dos membros superiores e inferiores 2 . Deverão ser feitas 10 a 15 repetições de cada exercício , sendo necessária uma intensidade mínima de 60 % de uma repetição máxima ( RM ) para existir condicionamento 2 , 5 . As diferentes
metodologias para determinação de 1 RM encontram-se definidas na literatura 23 , 25 .
A intensidade inferior a 60 % de 1 RM parece apenas promover aumentos modestos devido a adaptações relacionadas com aprendizagem motora e não melhoria da qualidade e quantidade de massa muscular 26 . A intensidade adequada do estímulo (“ carga ”) pode ser determinada de diferentes formas : escala subjetiva de esforço ( ESE ) entre 12 e 13 ( algo forte ), 15 repetições de repetições executadas com boa técnica ou 60 % de uma RM 3 , 4 . Com a evolução ao longo do treino é possível aumentar até 80 % de uma RM , o que corresponde a uma ESE 15 – 17 e 10 repetições 4 , mas é preferível aumentar a intensidade do treino através do aumento do número de repetições e só posteriormente aumentar a carga entre 2 a 10 % 5 , 25 . Apesar do treino de força mais intenso estar associado a maiores ganhos , só deverá ser realizado quando estiver garantida uma boa estrutura de suporte por parte do “ core ” ( músculos abdominais , da região lombar e cintura pélvica ) e acompanhado de treino de flexibilidade 23 .
Em relação ao equipamento recomenda-se a utilização preferencial de máquinas , em detrimento de pesos livres , por ser mais fácil desenvolver uma técnica segura , mesmo em indivíduos inexperientes . No entanto , a utilização máquinas , apesar de ser mais segura , tem pouca transferência para as tarefas do quotidiano e deve existir o cuidado de prescrever um treino tendo em conta as atuais necessidades e défices do idoso . Sempre que possível os exercícios devem ter um cariz mais funcional e realizados em diferentes planos , de forma a mimetizar os desafios que o idoso enfrenta no seu dia-a-dia 4 . Existe uma multiplicidade de outras opções viáveis neste grupo etário : exercícios com o peso corporal , bandas e tubos elásticos , bolas medicinais , coletes com peso , sacos de areia / arroz , etc . São preferíveis exercícios que trabalhem vários grupos musculares , em detrimento de um trabalho mais analítico 23 .
A velocidade de execução deve ser lenta e controlada , sugerindo- -se dois segundos para o levamento da carga e quatro segundos no retorno 23 . O gesto técnico deverá sempre indolor em todo o arco do movimento e deve-se suspender o treino em períodos de exacerbação de dor articular ou muscular . Em interrupções superiores a três semanas é necessário recomeçar com cargas 50 % inferiores ao nível atingido anteriormente 25 .
Conclusão
O treino de força é uma modalidade de treino segura que deve complementar o programa de exercício aeróbio e flexibilidade no indivíduo idoso , em virtude de potenciar benefícios ao nível da saúde e da qualidade de vida que estão associados à atividade física . A prescrição deve ter em conta os principais objetivos do idoso , respeitando as suas caraterísticas clínicas e as atuais necessidades funcionais .
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metodologias para determinação
de 1 RM encontram-se definidas na
literatura23,25.
Os princípios gerais do treino
aplicam-se na totalidade a este tipo
de população e devem ser considerados durante a prescrição de um
programa de treino de força24. Antes
do início do programa é importante
a recolha de informações, nomeadamente clínicas, para ser estabelecido o perfil de fatores de risco e a
estratificação de risco25 relacionado
com a participação num programa
de treino de força e decidir relativamente à necessidade de supervisão
(clínica e/ou técnica) para cada
indivíduo23. A prescrição deve ter em
conta os objetivos (força máxima,
potência, resistência muscular) e as
particularidades de cada indivíduo.
De um modo geral, no treino para
melhoria da resistência muscular
privilegia-se o número de repetições e no treino de força máxima e
potência muscular a intensidade da
carga24. Durante as primeiras sessões
de treino a resistência utilizada
deverá ser mínima de forma a garantir boa técnica de execução, controlo respiratório (expiração na fase
concêntrica) e adaptações do tecido
conjuntivo. Sempre que possível
esta fase inicial deverá ser supervisionada por um profissional devidamente credenciado25. É aconselhável
que as sessões sejam em dias não
consecutivos e incluam oito a 10
exercícios que envolvam os principais grupos musculares dos membros superiores e inferiores2. Deverão
ser feitas 10 a 15 repetições de cada
exercício, sendo necessária uma
intensidade mínima de 60% de uma
repetição máxima (RM) para existir
condicionamento2,5. As diferentes
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A intensidade inferior a 60% de 1
RM parece apenas promover aumentos modestos devido a adaptações
relacionadas com aprendizagem
motora e não melhoria da qualidade
e quantidade de massa muscular26.
A intensidade adequada do estímulo
(“carga”) pode ser determinada de
diferentes formas: escala subjetiva
de esforço (ESE) entre 12 e 13 (algo
forte), 15 repetições de repetições
executadas com boa técnica ou 60%
de uma RM3,4. Com a evolução ao
longo do treino é possível aumentar
até 80% de uma RM, o que corresponde a uma ESE 15–17 e 10 repetições4, mas é preferível aumentar
a intensidade do treino através do
aumento do número de repetições e
só posteriormente aumentar a carga
entre 2 a 10%5,25. Apesar do treino de
força mais intenso estar associado a
maiores ganhos, só deverá ser realizado quando estiver garantida uma
boa estrutura de suporte por parte do
“core” (músculos abdominais, da região
lombar e cintura pélvica) e acompanhado de treino de flexibilidade23.
Em relação ao equipamento
recomenda-se a utilização preferencial de máquinas, em detrimento de
pesos livres, por ser mais fácil desenvolver uma técnica segura, mesmo
em indivíduos inexperientes. No
entanto, a utilização máquinas, apesar de ser mais segura, tem pouca
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de prescrever um treino tendo [BH\]XZ\X\YY\H0YX\Yˈ[\H]YH][^\X[][H\[H\^XZ\[[ۘ[HX[^Y[HY\[\[HܛXHHZ[Y]^\\Y[]YHY[[H]BXKXKYXM^\H[XH][\XYYBH]\0Y\p]Z\\Hܝ\]0\[Έ^\X[H\ܜܘ[[\HX[0\X\YYX[Z\]\H\XH\ZXK\ދ]ˈY\]Z\^\X[]YHX[[H\[ܝ\]\[\\[H][Y[B[HX[XZ\[[0]X̌˂H[YYHH^Xp]B\[HHYKY\[\H\Y[\H][Y[H\HH]X]Y[]ܛ̌ˈ\0XۚX]\B[\H[܈[H\[ݚ[Y[H]K\H\[\Z[[H\[H^X\pH܈\X[\H]\[\[H[\\0Y\\\[ܙ\H[X[\0HX\\[XYp\H\\
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