Revista de Medicina Desportiva Informa Maio 2012 | Page 20

PRESCRIÇÃO DE EXERCÍCIO FÍSICO PARA POPULAÇÕES CLÍNICAS
Especialistas na prescrição de exercício físico e acompanhamento para atletas e populações clínicas .
Equipas multidisciplinares ( Medicina Desportiva , Fisioterapeutas , Especialistas do exercício ).
CENTRO DE EXERCÍCIO COM ORIENTAÇÃO CLÍNICA MEDICINA DO EXERCÍCIO / DESPORTIVA VÁRIAS ESPECIALIDADES MÉDICAS FISIOTERAPIA REABILITAÇÃO CARDÍACA HYPERCLASS AULAS PARA HIPERTENSOS FORMAÇÃO PARA PROFISSIONAIS DE EXERCÍCIO E SAÚDE
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Lisboa e com cardiodesfibrilhador implantável ( CDI ) 4 . A restrição do TF após a cirurgia prende-se com o risco de lesar o local da incisão cirúrgica 9 . Devem ser evitados os exercícios de resistência tradicionais de intensidade moderada a vigorosa ( pelas forças de compressão sobre o esterno ) nos primeiros 3 meses 8 , 9 . No entanto , poderão ser realizados exercícios com os MI e trabalhar com segurança alguns grupos musculares dos MS , otimizando a recuperação 4 .
Quanto aos portadores de CDIs , o receio relaciona-se com o risco de deslocamento de elétrodos ou de interferir com o funcionamento do dispositivo 9 . Nas primeiras 4 a 6 semanas devem ser evitados movimentos de elevação do MS ipsilateral acima de 90 ° de flexão da gleno-humeral 9 . À semelhança dos outros pacientes , poderão , no entanto , realizar alguns exercícios resistidos com os MI e MS , beneficiando do princípio da especificidade do exercício ao invés da sua sumária contraindicação 4 .
A aproximação global à prescrição do exercício resistido nos pacientes com IC é semelhante à dos pacientes com doença coronária e função ventricular esquerda normal 25 , tendo , no entanto , em consideração o facto de diferirem na sua capacidade de tolerar estímulos de treino relativamente aproximados , requerendo particular atenção à individualização da sua aplicação e subsequente progressão 7 . A FM é comprovadamente um fator preditor da sobrevida em pacientes com IC e relaciona-se positivamente com a severidade da doença , pelo que o TF assume particular importância nesta população de doentes , com implicações no seu prognóstico vital 26 .
Conclusão
De acordo com as atuais recomendações para a reabilitação cardíaca , um programa de exercício resistido adaptado e controlado por profissionais experientes na área do exercício , não apresenta um risco acrescido de efeitos adversos HD ou músculo- -esqueléticos e pode traduzir-se numa melhoria de FM , endurance , função CV e bem-estar psicossocial .
O TF pode contribuir para a manutenção de um estilo de vida ativo , que se pretende na prevenção secundária , otimizando a capacidade do paciente ultrapassar os desafios físicos impostos pelas atividades diárias , melhorando QV , reduzindo a morbilidade e mortalidade associadas ao sistema cardiovascular . Dada a extensa evidência dos benefícios do TA na modulação dos FRCV e função CV o TF deve ser encarado como modalidade complementar , e não como substituto , do exercício aeróbio num contexto de PRC formal . No entanto , a evidência acumulada nas últimas duas décadas sugere que a associação TF / TA é mais eficaz do que o TA isolado , não só na saúde CV , mas também na prevenção de deterioração funcional , não comprometendo a taxa de adesão aos PRC ou a baixa percentagem de intercorrências durante os programas
Bibliografia
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18 · Maio 2012 www . revdesportiva . pt