pós-esforço ( HPE ), mas a sua magnitude , duração e mecanismo de ação carecem de maior detalhe , uma vez que os poucos estudos disponíveis utilizam metodologia de treino diversa . De uma forma generalizada , o exercício de resistência de intensidade baixa-moderada parece ter efeito hipotensor imediato mais marcado , especialmente em indivíduos com valores tensionais mais elevados , similarmente ao que é observado após o exercício aeróbio 8 . Apenas um único estudo demonstrou reduzir a PA com o treino de força de alta intensidade , mas esta diminuição foi de pouca duração ( Tabela 2 ) 8 .
A resposta HPE poderá inclusivamente , num futuro próximo , vir a ser utilizada como indicador de adaptação ao exercício , uma vez que o TR regular , de intensidade moderada , atenua este parâmetro em hipertensos 9 ( Fig . 1 ).
Changes in mean SBP ( mmHg ) from baseline
24 14 4 – 6 – 16 – 26 – 36 – 46
5 10 15 30 45 60 post-exercise ( minutes ) resting
A atenuação / ausência de HPE pode ser decorrente da redução da pressão arterial média basal , ou , no pior cenário , em regimes de alta intensidade , estar relacionada com adaptações cardiovasculares
2
– 8
1
– 11
– 1
– 14
– 3
– 21
– 5
– 22
– 5 post-training
– 22 pre-training
Figura 1 – PAS após sessão de resistência . Alterações da PAS em relação ao valor basal antes ( losangos ) e após ( círculos ) programa de TR de 12 semanas , * p < 0,05 , ** p < 0,01 em relação o valor de repouso . Valores dados como Média + desvio padrão ( Moraes et al , 2011 ) induzidas pelo TR , nomeadamente maior ativação neurohumoral ou alterações vasculares estruturais .
Resposta tensional crónica ao TR
Rigidez arterial A hipertensão condiciona aumento da rigidez arterial devido ao aumento do conteúdo de colagénio e cálcio na túnica média arterial . Estes fatores levam a maior elevação da PA sistólica e ao risco aumentado de evento CV 10 .
Vários estudos demonstram que o TE está associado à redução da rigidez arterial em indivíduos saudáveis de todas as idades 11 , atletas de alto rendimento em modalidades aeróbias 12 , doentes com DCV 13 e hemodialisados 14 . Mais , quando o TE é complementado por TR não há evidência de acréscimo na rigidez arterial 15 . Contudo , a influência isolada do TR na rigidez arterial é escassamente conhecida . Dois estudos transversais sugeriram que adultos que participam em TR regular têm maior rigidez arterial do que os controlos ajustados para a idade 16 , 17 . Posteriormente , três estudos intervencionais examinaram o efeito do TR na função arterial 18 – 20 .
Miyachi e colegas reportaram que TR 3 dias / semana durante 4 meses reduzem a distensibilidade arterial carotídea em 19 % em indivíduos jovens , não habituados a TR ( p < 0,05 ). Curiosamente , este parâmetro voltou à linha de base 2 meses após o TR ter sido descontinuado . Cortez-Cooper e colegas 18 demonstraram que o TR de alta intensidade durante 4 dias / semana durante 3 meses em raparigas , não habituadas a TR ( n = 23 , idade 29 ± 1 anos ), aumenta o índice de amplificação ( uma medida de refleção da onda arterial e de rigidez arterial ) de – 8 ± 13 % para 1 ± 18 % ( p < 0,05 ), e aumentou a velocidade de pulso carótida-femoral de 791 ± 88 para 833 ± 96 cm / s . Paradoxalmente , nenhum destes estudos evidenciou aumento da PA sistólica ou diastólica secundária ao TR regular .
Rakobowchuk e colaboradores reportaram resultados contraditórios 20 . Usando técnicas de análise vascular semelhantes , demonstraram que a distensibilidade arterial central se mantinha inalterada após 3 meses de TR em jovens adultos ( n = 28 , 23 ± 3,9 anos ). A interpretação desta diferença de resultados pode residir na metodologia de TR díspar . Os 2 estudos em que a rigidez arterial central se elevou utilizaram protocolos de TR de alta intensidade ( super-séries ) e grande volume ( até 6 séries por exercício ) 18 , 19 , o que não é uma prescrição de todo adequada para a população não atleta , muito menos populações clínicas , como a dos hipertensos . Contrastando com os anteriores , o estudo em que a rigidez arterial permaneceu inalterada utilizou um protocolo de exercício de intensidade progressiva , mas sem alteração do volume de exercício durante as 12 semanas .
Uma vez que os regimes de treino descritos são relativamente curtos para induzirem alterações estruturais na parede arterial , mecanismos funcionais devem justificar a alteração da rigidez arterial descrita em regimes de alta intensidade . Há uma redução da biodisponibilidade de óxido nítrico , no entanto , a literatura mostra-nos que o TR não
Tabela 2 – Efeitos do treino de resistência na pressão arterial ambulatória ( Cardoso et al . 2010 ) |
Authors |
Pop |
Exercise |
SBP / DBP ( mmHg ) |
SBP / DBP ( mmHg ) |
SBP / DBP ( mmHg ) |
Duration ( hours ) |
|
|
|
24 h |
Daytime |
Nighttime |
|
Bermudes et al . ( 10 ) |
NT |
( 10ex ., 3s , 23rep . 40 % 1RM |
→ / → |
→ / → |
→ / ↓ ( 3 ) |
3 |
Hardy & Tucker ( 59 ) |
HT |
( 7ex , 3s , 8 – 12rep , fatigue ) |
→ / → |
↓ ( 12 )/ ↓ ( 7 ) |
→ / → |
1 |
Melo et al . ( 60 ) |
HT |
( 6ex , 3s , 20rep , 40 % 1RM ) |
→ / → |
↓ ( 7 )/ ↓ ( 5 ) |
→ / → |
10 |
Roltsch et al . ( 61 ) |
NT |
12ex , 2s , 8 rep arms and 12 rep legs , fatigue |
→ / → |
→ / → |
→ / → |
… |
Queiroz et al . ( 62 ) |
NT |
( 6ex , 3s , fatigue , 50 % 1RM |
→ / → |
→ / → |
→ / → |
… |
In all studies , comparisons were made between exercise and control sessions . Pop : population ; HT : hypertensive ; NT : normotensive ; ex : exercises ; s : set ; rep : repetitions ; |
1RM : repetition maximum ; … missing data ; SBP : systolic blood pressure ; → maintained ; ↓ reduced |
10 · Maio 2012 www . revdesportiva . pt
pós-esforço (HPE), mas a sua magnitude, duração e mecanismo de
ação carecem de maior detalhe, uma
vez que os poucos estudos disponíveis utilizam metodologia de treino
diversa. De uma forma generalizada,
o exercício de resistência de intensidade baixa-moderada parece ter
efeito hipotensor imediato mais
marcado, especialmente em indivíduos com valores tensionais mais
elevados, similarmente ao que é
observado após o exercício aeróbio8.
Apenas um único estudo demonstrou reduzir a PA com o treino de
força de alta intensidade, mas esta
diminuição foi de pouca duração
(Tabela 2)8.
A resposta HPE poderá inclusivamente, num futuro próximo, vir
a ser utilizada como indicador de
adaptação ao exercício, uma vez que
o TR regular, de intensidade moderada, atenua este parâmetro em
hipertensos9 (Fig. 1).
induzidas pelo TR, nomeadamente
maior ativação neurohumoral ou
alterações vasculares estruturais.
Resposta tensional crónica ao TR
Changes in mean SBP (mmHg)
from baseline
Rigidez arterial
A hipertensão condiciona aumento
da rigidez arterial devido ao
aumento do conteúdo de colagénio e
cálcio na túnica média arterial. Estes
fatores levam a maior elevação da
PA sistólica e ao risco aumentado de
evento CV10.
Vários estudos demonstram que
o TE está associado à redução da
rigidez arterial em indivíduos saudáveis de todas as idades11, atletas
de alto rendimento em modalidades
aeróbias12, doentes com DCV13 e
hemodialisados14. Mais, quando o
TE é complementado por TR não há
evidência de acréscimo na rigidez
arterial15. Contudo, a influência
isolada do TR na
5
10
15
30
45
60
rigidez arterial
24
post-exercise (minutes)
é escassamente
conhecida. Dois
resting
14
estudos transver2
1
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post-training
sais sugeriram
que adultos que
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–1
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participam em TR
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regular têm maior
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pre-training
rigidez arterial do
que os controlos
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ajustados para a
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idade16,17. Posteriormente, três
Figura 1 – PAS após sessão de resistência. Alterações da PAS
em relação ao valor basal antes (losangos) e após (círculos)
estudos intervenprograma de TR de 12 semanas, *p<0,05, **p<0,01 em relação
cionais examinao valor de repouso. Valores dados como Média+desvio padrão
ram o efeito do TR
(Moraes et al, 2011)
na função arterial18–20.
Miyachi e colegas reportaram que
A atenuação/ausência de HPE
TR 3 dias/semana durante 4 meses
pode ser decorrente da redução
reduzem a distensibilidade arterial
da pressão arterial média basal,
carotídea em 19% em indivíduos
ou, no pior cenário, em regimes de
jovens, não habituados a TR (p<0,05).
alta intensidade, estar relacionada
Curiosamente, este parâmetro voltou
com adaptações cardiovasculares
à linha de base 2 meses após o TR ter
sido descontinuado. Cortez-Cooper
e colegas18 demonstraram que o TR
de alta intensidade durante 4 dias/
semana durante 3 meses em raparigas, não habituadas a TR (n = 23,
idade 29 ± 1 anos), aumenta o índice
de amplificação (uma medida de
refleção da onda arterial e de rigidez
arterial) de –8 ± 13% para 1 ± 18%
(p<0,05), e aumentou a velocidade de
pulso carótida-femoral de 791 ± 88
para 833 ± 96 cm/s. Paradoxalmente,
nenhum destes estudos evidenciou
aumento da PA sistólica ou diastólica
secundária ao TR regular.
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