Revista de Medicina Desportiva Informa Julho 2019 | Page 9
prestigiado médico da medicina des-
portiva e, no entretanto, tem sido um
formador de médicos nesta especia-
lidade. Tem feito várias publicações
sobre o ligamento colateral cubital
e o seu currículo já conta com mais
de 1300 reconstruções. Tem muita
experiência, é um grande especialista,
é alguém de referência que poderia
ser convencido, distante, pelo que ina-
cessível. Mas este seu texto vem-nos
ensinar a ser exatamente o contrário.
Vem-nos dizer como devemos ser
médicos (ou outros profissionais de
saúde): “O único facto que tem sido
consistente ao longo da história da
medicina (no tratamento dos doentes,
n. a.) é que se lutares para alcançares
o melhor cuidado para o teu doente
com elevados padrões morais e éticos,
tu terás sucesso na tua carreira e na
tua vida”. Não terá sido isto que nos
ensinaram na Escola Médica?
Com dois mestres que refere no seu
texto, aprendeu a praticar algumas
qualidades: disponibilidade, comuni-
cação, compaixão, simpatia e o verda-
deiro amor em tratar os doentes.
Cultiva o espírito de equipa e
refere que, “independentemente do
que seja, deve haver sempre um
espírito de equipa. Nunca deve ser
um Eu, mas sempre uma situação de
Nós.” De facto, a envolvência médica
no desporto, individual ou coletivo,
só tem grandeza e sucesso com a
vivência desta realidade. O coletivo,
com significado de união e lealdade,
é a grande arma para ultrapassar as
diversidades, as invenções, os opor-
tunismos, a alienação de responsa-
bilidades e as incompreensões dos
restantes elementos da equipa.
A humildade científica, e técnica
e o ter a consciência das limita-
ções não devem ser escondidas por
de trás de argumentos e decisões
erradas e infundadas, apenas para
não se divulgar o desconhecimento
momentâneo ou estrutural. É ver-
dade que “não sou a pessoa que sabe
tudo”, e pode ser perigoso se assim
atuarmos, pois todos sabemos que “o
Homem não sabe e não pode saber
tudo… e se ele agir como se sou-
besse tudo, o desastre acabará por
surgir”. Simples e muito verdadeiro,
como é verdadeira a perceção que
o nosso atleta (doente) se apercebe
quando estamos a inventar.
Termina referindo algumas qua-
lidades intrínsecas que devem ser
cultivadas e praticadas, assim como
algumas recomendações para a vida:
a) Positividade, pois os pensamentos
positivos têm mais sucesso que os
negativos
b) Humildade, que “torna as pessoas
ouvintes, menos faladoras e é o
1º passo para o sucesso”
c) Desejo ardente e nunca estar
satisfeito com a situação
d) Ter objetivos na vida para que se
possam estabelecer prioridades
e) Compaixão, que deve ser cul-
tivada durante a vida, sob de nos
tornarmos arrogantes
f) Apreciação daquilo que os outros
fazem, que será a melhor motivação
para os que trabalham connosco
g) Persistência, a qual acabará por
resolver alguns dos problemas.
h) Nunca desistir, onde o esforço
máximo deve estar sempre presente
i) Disponibilidade e comunicação
que, não havendo, são a chave para
o insucesso
j) Honestidade, que não necessita de
ser afirmada
l) Ética médica, onde a relação
médico-doente deve ser maxima-
mente respeitada
m) Economia médica, sem nunca dei-
xar que a questão económica interfira
com a qualidade da prestação médica
n) Sucesso e felicidade e, aqui, cita
outro autor: “O sucesso não é a
chave para a felicidade; a felicidade
é a chave para o sucesso. Se gostas
do que fazes, tu terás sucesso”
o) Espiritualidade, pois “nunca cami-
nhamos sozinhos”
p) O cônjuge, que desempenha um
papel de apoio enorme. Aproveita,
agora, para referir uma frase da sua
mulher: “Não te esqueças, se ainda
estás a falar do que fizeste ontem,
não estás a fazer muito hoje”
q) termina a lista de recomendações
com a saúde pessoal, que que se
deve ter um estilo de vida saudável e
o corpo não é à prova de bala.
É um texto diferente escrito por um
ortopedista experiente e de sucesso,
habituado a refletir sobre a sua vida,
sobre as pessoas e sobre os doentes.
Têm sido pensamentos consequentes
na sua vida clínica e que agora nos são
disponibilizados para possamos, tam-
bém nós, parar um pouco e refletir.
1. James R. Andrews, J Shoulder Elbow
Surg (2018). https://doi.org/10.1016/j.
jse.2017.12.034
ENSINO
PRESENCIAL
OU À DISTÂNCIA
MEDICINA
DESPORTIVA
CANDIDATE-SE JÁ
até 16 de agosto
CURSO
INTERNACIONAL EM
GERIATRIA CLÍNICA
CANDIDATE-SE JÁ
até 22 de julho
MAIS INFORMAÇÕES
cursosmedicinadesportiva.med.up.pt
cursosgeriatria.med.up.pt
[email protected]
220 426 922
Revista de Medicina Desportiva informa julho 2019 · 7