Revista de Medicina Desportiva Informa Julho 2019 | Page 21

Bibliografia 1. M. C. Korinth. Treatment of Cervical Dege- nerative Disc Disease – Current Status and Trends Zentralbl Neurochir 2008; 69(3):113- 124 doi: 10.1055/s-2008-1081201. 2. Hurwitz EL et al. Treatment of Neck Pain: Noninvasive Interventions: Results of the Bone and Joint Decade 2000–2010 Task Force on Neck Pain and Its Associated Disorders. Spine. 2008; 33(4S):S123-S152. doi: 10.1097/BRS.0b013e3181644b1d. 3. Durall CJ. Therapeutic Exercise for the Cervical Spine. in Brotzman’s Clinical Orthopaedic Rehabilitation. An Evidence- -Based Approach. 3rd Edition. 2011. 4. Cochrane Database of Systematic Reviews 2015; (9). Art. No.: CD004249. doi: 10.1002/14651858.CD004249.pub4. Mesa 4: Particularidades na patologia da coluna versus desporto Dr. Filipe Antunes Medicina Física e reabilitação. Braga Síndromas miofasciais e coluna vertebral Palavras-chave: Síndroma miofas- cial, ponto gatilho, banda tensa, coluna vertebral Introdução A síndroma miofascial é um conjunto de sinais e sintomas sensitivos, motores e autonómicos provocados pela presença de pontos gatilho e tem uma prevalência estimada de 21-30% com incidência semelhante entre ambos os géneros. O ponto gatilho é entendido como um ponto local doloroso na espes- sura de uma banda muscular tensa, sendo estes, ponto gatilho e banda tensa, os fundamentos clínicos para o diagnóstico da síndroma miofascial. Discussão A etiologia é diversificada, desde decorrente de algum traumatismo ou sobrecarga muscular, a secun- dária a diferentes entidades noso- lógicas, maioritariamente do foro músculo-esquelético. Segundo a teoria mais consensual, a teoria integrada, na origem e manu- tenção das síndromes miofasciais está uma disfunção da placa motora, com libertação excessiva de acetilco- lina que leva a contração muscular sustentada e à formação das bandas tensas e ativação dos pontos gatilho. A banda tensa e pontos gatilho com- primem os capilares, diminuindo o fluxo de sangue, provocando hipo- perfusão tecidular e conduzindo a uma crise energética, com acidose local e libertação de substâncias pró- -inflamatórias, como CGRP, bradici- nina, histamina, serotonina e IL-1. Estes mediadores responsáveis pela inflamação neurogénica, sensificam as fibras Adelta e C locais, contri- buindo para os fenómenos neuroplás- ticos centrais. O individuo sente dor, dificuldade em realizar o relaxamento muscular, fadiga precoce e diminuição da força muscular por inibição. Na coluna vertebral as síndromas miofasciais são particularmente fre- quentes nos segmentos mais móveis (cervical e lombar), dada a sua função de sustentação e suporte muscular do crânio / tronco e transição para os membros, funcionando em modo de cintura. Essa circunstância implica necessariamente menos pontos de fixação óssea e mais superfície mus- cular livre sujeita a tensão muscular. Dentro do segmento cervical são frequentes a cefaleia cervicogénea, por afetação dos músculos trapézio, esternocleidomastoideu ou suboc- cipitais, e a cervicobraquialgia ou cervicodorsalgia, afetando preferen- cialmente os músculos escalenos e o elevador da escápula. Na coluna lom- bar, os músculos quadrado lombar, iliopsoas, piriforme e nadegueiros são os músculos chave nestas situações. Na abordagem terapêutica devemos considerar o individuo e particular- mente o atleta na sua totalidade. Neste contexto, é particularmente importante a redução do stress emo- cional, assim como a correção postural e o plano de treino individual visando ultrapassar a inibição muscular. No tratamento consideramos os fármacos como adjuvantes, sobre- tudo se existirem sintomas asso- ciados, como alterações do humor, ansiedade ou sono. Na terapêutica não farmacológica, o exercício, as modificações posturais e ergonó- micas são fundamentais para o sucesso terapêutico, associados ou não a técnicas cinesiológicas e agen- tes físicos. A inativação do ponto gatilho com técnicas infiltrativas ou de punção seca parece ter bons resultados, desde que afastados quadros prévios de ansiedade, parecendo ser a agu- lha o fator determinante. Conclusão Mais importante de tudo parece ser a mensagem motivacional que se transmite ao individuo ou atleta, promovendo as necessárias corre- ções comportamentais a nível de postura, sono, posto de trabalho ou gesto desportivo. Bibliografia 1. Trampas A, Kitsios A, Sykaras E, et al. Clinical massage and modified proprioceptive neuromuscular facilitation stretching in males with latent myofascial trigger points. Phys Ther Sport 2010;11(3):91-98. 2. Rota E, Evangelista A, Ciccone G, et al. Effec- tiveness of an educational and physical program in reducing accompanying symptoms in subjects with head and neck pain: a workplace controlled trial. J Headache Pain 2011; 12(3):339-345. 3. Healy GM, Finn DP, O’Gorman DA, Maharaj C, Raftery M, Ruane N, Mitchell C, Sarma K, Bohacek M, McGuire BE. Pretreatment anxiety and pain acceptance are associated with response to trigger point injection therapy for chronic myofascial pain. Pain Medicine 2015; 16(10):1955-1966. 4. Fogelman, Y, Kent. Efficacy of dry needling for treatment of myofascial pain syndrome. Jour- nal of Back and Musculoskeletal Rehabili- tation 2015; 28(1):173. 5. Howard V, Michael S. Chiropractic management of myofascial trigger points and myofascial pain syndrome: A systematic review of the literature. J Manipulative Physiol Ther. 2009; 32:14-24. Dr. Pedro Saraiva Medicina Física e reabilitação, Medicina Desportiva. Coimbra Ortóteses na escoliose e adequação desportiva Palavras-chave: Escoliose, ortóteses, coluna Introdução Para controlar a evolução da esco- liose temos de conhecer as altera- ções osteoarticulares e neuromus- culares que a acompanham. É no início da puberdade, altura de uma aceleração de crescimento, que a probabilidade de agravamento da Revista de Medicina Desportiva informa julho 2019 · 19