Revista de Medicina Desportiva Informa Julho 2016 | Page 12
que os estabiliza e permite que se
tornem assintomáticos2. Apenas e
só se o indivíduo estiver sintomático
e se não se verificar consolidação
com o tratamento conservador
após pelo menos seis meses, está
indicado o tratamento cirúrgico de
excisão parcial ou completa do ossículo atingido1,2,5,6,13,15. Apesar desta
indicação, os resultados funcionais
e índices e complicações da sesamoidectomia são contraditórios na
literatura. Alguns autores referem
que é um procedimento seguro, com
bons resultados funcionais, rápidos
regressos à prática desportiva e
complicações raras5,14-19. Contudo,
outros defendem que a sesamoidectomia deve ser parcial e nunca total
e que os tendões flexores e inserções
ligamentares no sesamoide restante devem ser obrigatoriamente
reconstruídos de modo a evitar a
frequência elevada de complicações,
tais como dor persistente, rigidez,
instabilidade, diminuição da força
de flexão da primeira articulação
metatarso-falângica e desenvolvimento de deformidades do hállux,
tais como hállux valgo, varo, ereto e
em garra5,8,13,16,20-23. A osteossíntese
destes ossículos é controversa e
poderá estar indicada em fraturas
com diástase acentuada dos fragmentos5,6,14. No entanto, os resultados satisfatórios da excisão cirúrgica
faz com que raramente se opte por
osteossíntese2. O uso de plasma rico
em plaquetas, injeção de aspirado
da medula óssea e aplicação de
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autoenxerto ósseo esponjoso têm
sido utilizados para aumentar o
potencial de regeneração óssea em
situações de fraturas dos sesamoides do hállux24,25.
Conclusão
A anatomia e biomecânica da
primeira articulação metatarso-falângica é complexa e os sesamoides do hállux são essenciais para a
estabilidade e função desta articulação durante a carga. É importante
um elevado nível de suspeita clínica
para as fraturas dos sesamoides do
hállux, de modo a obter um diagnóstico precoce e tratamento adequado
imediato, diminuindo assim o risco
de complicações. O atraso e mesmo
a não consolidação das fraturas dos
sesamoides do hállux são situações
frequentes que se podem tornar
assintomáticas, não necessitando de
tratamento subsequente, ou provocarem dor persistente, estando
nestes casos indicado tratamento
cirúrgico, nomeadamente a sesamoidectomia parcial ou total.
Bibliografia
1. Richardson EG: Infuries to the hallucal sesamoids in the athlete. Foot Ankle
1987;7:229-244.
Restante Bibliografia em:
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A
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C
Figura 3 – 6 meses pós-fratura: A,B – Radiografia do pé direito em incidência ântero-posterior. C – Radiografia do pé direito em incidência de sesamoides. Setas indicam
sinais de não consolidação da fratura do sesamoide medial do hállux.
10 Julho 2016 www.revdesportiva.pt