Revista de Medicina Desportiva Informa Julho 2016 | Page 22

Especialidade de Medicina Desportiva . Desde 2013 foram já admitidos cinco médicos , estando três no Centro de Medicina Desportiva de Lisboa e dois no Centro de Medicina Desportiva do Porto . É o IPDJ que suporta todos os custos remuneratórios destes médicos e reconhece que é um investimento na qualificação de profissionais de saúde com ganhos no apoio médico aos praticantes desportivos . Para além deste contributo formativo , o DMD colabora regularmente com a Formação de Médicos Internos de Medicina Geral e Familiar , sendo admitido um médico Interno por mês nas Unidades do CMD Lisboa e do CMD Porto .
Estrategicamente , o IPDJ / DMD pretende reforçar a articulação com o Ministério da Saúde , nomeadamente com as ARS de Lisboa e Porto ( onde estão localizados os Centros de Medicina Desportiva ), estabelecendo parcerias para as áreas da referenciação de utentes / doentes e prescrição de exames complementares de diagnóstico aos utilizadores destes organismos públicos , otimizando assim a capacidade instalada de ambas as Instituições . Neste sentido , é desejável a criação de Protocolos de Referenciação , nomeadamente integrando a Rede Nacional de Referenciação ALERT P1 , permitindo assim a inclusão da Consulta de Medicina Desportiva no universo da oferta de Serviços a disponibilizar aos Cuidados de Saúde Primários .
Dr . Pedro Ribeiro da Silva Assistente Graduado Medicina Geral e Familiar . Médico na Divisão de Estilos de Vida Saudável DGS . Lisboa
Estratégia Nacional para a Promoção da Atividade Física e Bem-Estar ENPAF
Visão – Ter uma população residente em território nacional com baixos níveis de sedentarismo , fisicamente ativa , usufruindo do maior número possível de anos de vida saudáveis e livre de doença .
Missão – Contribuir na criação , implementação e desenvolvimento de condições para que todos os cidadãos residentes em território nacional reconheçam as vantagens para a saúde , que todos adotem comportamentos fisicamente ativos , independentemente das suas condições de saúde , económicas , demográficas ou sociais , e que tenham a possibilidade de ter um estilo de vida ativo . Princípios orientadores :
· Adotar estratégias que promovam a redução do sedentarismo e a prática de atividade física ao longo do ciclo de vida e que incentivem a participação de todos , reduzindo as iniquidades no acesso , promovendo um verdadeiro conceito de Health in all policies
· Promover compromissos intersectoriais e intervenções multidisciplinares .
· Promover estratégias centradas na capacitação para a promoção da atividade física para os profissionais e dos serviços que interagem diretamente com os cidadãos , em particular os da saúde .
· Dotar os profissionais de saúde de instrumentos que facilitem a promoção da atividade física dos seus utentes , adequada a cada situação específica .
· Usar estratégias baseadas em evidência científica que contribuam , através da sua monitorização e avaliação , para o reforço da produção de informação e investigação de qualidade neste domínio . Implementação – Abordagem Combinada , ambas as dimensões , políticas centrais e atores no terreno são importantes para a implementação bem-sucedida da ENPAF , de forma flexível para valorizar as especificidades locais , potenciando os principais pontos fortes e minimizando as fraquezas e promovendo a disseminação de boas práticas ( Nacionais e Internacionais ).
Prof . Doutora Maria João Cascais Medicina Desportiva . Lisboa
O Centro de Medicina Desportiva do futuro
Este é um tema difícil de gerir , uma vez que falar sobre o futuro raras vezes é razoável para quem o está a ouvir e tem alguns projetos , e para os que já ouviram falar muitas vezes sobre o futuro , e na realidade as expectativas não se concretizaram , têm de reinventar novos caminhos .
Dito isto , façamos uma observação do que se passa em outros países . Escolhi um do continente americano e um europeu e concluí que , apesar de tudo , o equilíbrio se situa na Europa e nós , em Portugal , embora com escassos recursos , temos um modelo atual . Nos Estados Unidos , por exemplo , a Mayo Clinic privilegia a traumatologia e a investigação sobre medicinar regenerativa . Já na Europa eu refiro o Centro de Roma do CONI e a Villa Stuart . São ambos centros de excelência e equilibrados com todas as valências da medicina desportiva .
No entanto , o CMD do futuro depende do atleta do futuro , teremos mais desportistas de lazer ? Desportistas de elite ? Desporto escolar ? Desporto na geriatria ? Todos estes componentes devem ser equacionados na previsão e , como sempre , os fatores económicos e políticos vão decidir o que será o futuro . Espera-se que a conceção para lá chegar tenha a opinião dos profissionais de saúde e de desporto .
Prof . Doutor Jaime Milheiro Medicina Desportiva e Medicina Física e de Reabilitação . CMEP . Porto
O que é preciso para correr a meia maratona
Nesta mesa redonda , que incluía uma equipa multidisciplinar de apoio ao atleta , foi debatida a importância da adaptação do individuo para o esforço a que se propõe . Foram explicados os conceitos de allostasis e de estímulo allostático referindo que , para o processo de evolução do atleta , profissional ou amador , é necessário saltar repetidamente da zona de conforto para tentar atingir outro patamar de função e capacidade . Contudo , o saldo da resposta ao treino nem sempre é positivo . Daí a importância da avaliação prévia do atleta e a posterior planificação de treino
20 Julho 2016 www . revdesportiva . pt