Revista de Medicina Desportiva Informa Julho 2013 | Page 9

Tema 1 Rev. Medicina Desportiva informa, 2013, 4 (4), pp. 7–10 A exposição solar e o envelhecimento da pele do praticante desportivo Dra. Paula Quirino Centro de Dermatologia Epidermis, Instituto CUF, Matosinhos RESUMO / ABSTRACT Associado ao conceito de vida saudável está a prática desportiva ao ar livre. A exposição ao Sol é fonte de bem-estar, sendo o bronzeado ainda visto como sinónimo de boa saúde. Mas o desportista deve ter precauções na prática pela exposição cumulativa de radiação ultravioleta que a pele sofre ao longo da vida e que vai contribuir para acelerar o seu envelhecimento extrínseco. A procura da sombra, o vestuário adequado, a utilização de chapéu e de óculos de sol e a aplicação de foto-protetor de largo espectro são atitudes de prevenção primária do foto-envelhecimento. Associated with the concept of healthy living is the practice of outdoor sports. Exposure to the sun is a source of well-being and tan is still seen as synonymous of good health. But the sportsmen must have precautions in their practice because of the cumulative exposure to the ultraviolet radiation that the skin suffers throughout life and that will help speed the extrinsic aging. The search of a shade, suitable clothing, the use of hat and sunglasses and a broad spectrum sunscreens application are attitudes of primary prevention of photo-aging. PALAVRAS-CHAVE / KEYWORDS Fotoproteção, envelhecimento, fotoenvelhecimento Photoprotection, aging, photo-aging Introdução Radiação ultra-violeta A pele é o maior órgão do corpo humano e como tal é de crucial importância na manutenção da homeostasia e na proteção da radiação ultravioleta. O envelhecimento cutâneo divide-se em intrínseco e extrínseco. O intrínseco é hereditário e depende do fototipo, da estrutura óssea e da influência hormonal (estrogénios, androgénios e progesterona). O extrínseco depende em mais de 80% da radiação ultravioleta (RUV), sobretudo da RUV A e o seu efeito cumulativo ao longo da vida nas áreas foto-expostas. Outros fatores, como o fumo do tabaco, o efeito da gravidade e a posição de decúbito durante o sono são agravantes da flacidez. Na estratégia de prevenção do envelhecimento a fotoproteção está na primeira linha: adequação do vestuário, procura da sombra, exposição ao Sol em horários adequados e utilização correta dos fotoprotetores. Existem três tipos de RUV: UVC, UVB e UVA. Os UVC são filtrados pela camada do ozono e não atingem a superfície terrestre. Os UVB e UVA são aqueles que nos preocupam e que exigem cuidados de proteção para evitar consequências nefastas a longo prazo pela sua exposição cumulativa. Ao nível do mar a RUV é 95–98% do tipo UVA e 2–5% do tipo UVB. Os UVA (320–400 nm) penetram profundamente na derme e na epiderme e subdividem-se em UVA I (340–400 nm ou UVA longos) e UVA II (320–340 nm ou UVA curtos). Esta radiação não é filtrada pelos vidros normais, fator a ter em conta mesmo em atividades “indoor”. Os UVB (290– 320 nm) são mais eritematogénicos e são os que provocam as queimaduras solares. Os vidros dos carros e as janelas das casas bloqueiam esta RUV e a maior parte dos protetores solares também são eficazes na foto-proteção para os UVB. A sensibilidade à RUV depende dos tipos de pele ou fotótipos. Avançando para o seu bem estar! www.interorto.pt Revista de Medicina Desportiva informa Julho 2013 · 7