Revista de Medicina Desportiva Informa Julho 2013 | Page 18

a opção dependerá da preferência do cirurgião e das lesões presentes em cada caso, incluindo alterações anatómicas predisponentes. Reabilitação Após a cirurgia é essencial um período de imobilização para cicatrização tecidual. A articulação do tornozelo é imobilizada com tala gessada durante 4 a 6 semanas, após as quais inicia deambulação em carga parcial. A partir das 8 Figura 2 – Reparação do retináculo fibular superior segundo a técnica de Das De semanas deverá iniciar um programa de reabilitação física devidido 14 maléolo . Este procedimento posem 3 períodos de 2 semanas cada: sibilita a criação de um sulco mais ··num primeiro tempo fará carga profundo e competente e pode ser progressiva com sapato convenassociado a reparação ou reconscional; trução do retináculo. ··em seguida, aumentar-se-á a amplitude de movimentos e pro4. Batente ósseo prioceção; Primeiramente proposta em 1920 ··e, finalmente, far-se-á o treino por Kelly15, esta intervenção visa da força muscular e regresso às criar um obstáculo à luxação dos atividades do quotidiano. tendões através da manipulação Figura 1 – Luxação crónica dos tendões peroniais do osso fibular. Inicialmente descrita como uma osteotomia frontal do maléolo e rotação posterior do fragmento ósseo, foram sendo seguidamente propostas outras osteotomias, como a de DuVries ou de Micheli16 que exigiam uma diferente utilização e posicionamento do fragmento ósseo. Estes métodos implicam uma significativa alteração da anatomia regional, fragilização do maléolo e um risco de agressão tendinosa com o parafuso de fixação. Atualmente não existem estudos randomizados que demonstrem a superioridade de uma das técnicas sobre as outras, pelo que geralmente 16 · Julho 2013 www.revdesportiva.pt Conclusão A luxação dos peroniais é uma patologia incomum, que é frequentemente confundida com uma entorse da tibiotársica em contexto de urgência e consulta. Se não tratada tende à cronicidade e progressiva incapacidade funcional. O tratamento conservador comporta um elevado risco de recidiva, mas a intervenção cirúrgica é tecnicamente simples e com bons resultados a longo prazo, embora não seja ainda possível afirmar a superioridade de um procedimento sobre outro. Agradecimentos Os autores agradecem ao Dr. Pedro Marques pela cedência das fotografias que acompanham este artigo. Bibliografia 1. Monteggia, G. Parte secondu: Instituzini Chirurgiche. 1803: p. 336–341. 2. Earle, A.S., J.R. Moritz, and E.M. Tapper. Dislocation of the peroneal tendons at the ankle: an analysis of 25 ski injuries. Northwest Med, 1972. 71(2): p. 108–10. 3. Arrowsmith, S. R., L. L. Fleming, and F. L. Allman. Traumatic dislocations of the peroneal tendons. Am J Sports Med, 1983. 11(3): p. 142–6. 4. Butler, B.W., J. Lanthier, and S. J. Wertheimer. Subluxing peroneals: a review of the literature and case report. J Foot Ankle Surg, 1993. 32(2): p. 134–9. 5. Eckert, W. R. and E. A. Davis, Jr. Acute rupture of the peroneal retinaculum. J. Bone Joint Surg Am, 1976. 58(5): p. 670–2. 6. Mabit, C., et al. The lateral retromalleolar groove: a radio-anatomic study. Bull Assoc Anat (Nancy), 1996. 80(249): p. 17–21. 7. Oden, R.R. Tendon injuries about the ankle resulting from skiing. Clin Orthop Relat Res, 1987(216): p. 63–9. 8. Stover, C. N. and D. R. Bryan. Traumatic dislocation of the peroneal tendons. Am J Surg, 1962. 103: p. 180–6. 9. McLennan, J.G. Treatment of acute and chronic luxations of the peroneal tendons. Am J Sports Med, 1980. 8(6): p. 432–6. 10. Escalas, F., J. M. Figueras, and J. A. Merino. Dislocation of the peroneal tendons. Long-term results of surgical treatment. J Bone Joint Surg Am, 1980. 62(3): p. 451–3. 11. Das De, S. and P. Balasubramaniam. A repair operation for recurrent dislocation of peroneal tendons. J Bone Joint Surg Br, 1985. 67(4): p. 585–7. 12. Hui, J.H., S. Das De, and P. Balasubramaniam. The Singapore operation for recurrent dislocation of peroneal tendons: long-term results. J Bone Joint Surg Br, 1998. 80(2): p. 325–7. 13. Jennings, A. G. and G. K. Sefton. Chronic rupture of tendo Achillis. Long-term results of operative management using polyester tape. J Bone Joint Surg Br, 2002. 84(3): p. 361–3. 14. Porter, D., et al. Peroneal tendon subluxation in athletes: fibular groove deepening and retinacular reconstruction. Foot Ankle Int, 2005. 26(6): p. 436–41. 15. Kelly, R.E. An operation for the chronic dislocation of the peroneal tendons. Br J Surg, 1920. 7(502–504). 16. Micheli, L. J., P. M. Waters, and D. P. Sanders. Sliding fibular graft repair for chronic dislocation of the peroneal tendons. Am J Sports Med, 1989. 17(1): p. 68–71. C M Y CM MY CY CMY K