Revista de Medicina Desportiva Informa Julho 2012 | Page 23
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No que concerne à localização, é
uma dor subcostal, frequente nos
quadrantes abdominais supero-externos (hipocôndrios), podendo
no entanto apresentar outras
localizações ou revelar um caráter
errático.
A variabilidade observada no local
da dor, reportada por alguns atletas,
contraria a hipótese que relaciona o
envolvimento dos ligamentos viscerais, exemplo da natação. Por outro
lado, a inervação visceral dos ligamentos parece estar em desacordo
com a natureza bem localizada da
dor, o que pode sugerir uma origem
somática. Estas observações levaram
ao desenvolvimento de explicações
alternativas.
A hipótese etiológica que advoga
a isquemia do diafragma pressupõe que a redistribuição do débito
sanguíneo em esforço, com clara
redução da perfusão esplancnica
abdominal e que envolveria também
o diafragma – músculo hiperfuncionante no decurso do esforço. Esta
presunção tem sido fortemente
questionada, não só por não ter
sido provada, mas também por
não seguir o padrão fisiológico das
adaptações agudas, hemodinâmicas
e outras, típicas da musculatura
hiperfuncionante. Para Steege e col.,
a isquemia abdominal está presente
em 100% dos atletas submetidos
a provas de intensidade máxima e
em 50% dos submetidos a provas de
esforço de intensidade sub-máxima.
Os atletas que revelam dor abdominal no decurso do esforço são portadores de gradientes gástricos mais
elevados e maior acidose metabólica, avaliada pela lactatemia, para
a mesma intensidade do esforço,
quando comparados com os que não
se revelaram portadores da sintomatologia dolorosa abdominal11.
A hipótese que se consubstancia na tensão mecânica sobre os
ligamentos esplancnicos conta com
um suporte fisiológico credível. De
facto, uma das principais adaptações hemodinâmicas agudas nas
respostas ao esforço é a hiperperfusão sanguínea da musculatura
hiperfuncionante, com concomitante hipoperfusão do território
abdominal – visceral. Se considerarmos que o aumento da volémia
na resposta ao exercício decorre
também de uma constrição do
baço, em primeiro lugar, e também
do fígado, órgãos localizados nos
hipocôndrios esquerdo e direito
respetivamente, podemos aceitar
como fisiologicamente credível que
a causa esteja relacionada com
as alterações hemodinâmicas na
resposta aguda ao exercício, com
redução do fluxo sanguíneo local
abdominal e simultânea constrição
esplénica. Este facto poderá ser agravado pelo efeito vibratório associado
ao exercício. Não obstante a hipótese
diafragmática pode ser contrariada
pela elevada prevalência deste tipo
de sintomatologia em cavaleiros,
uma atividade que não se carateriza
por solicitação ventilatória elevada,
nem por uma hipoperfusão sanguínea do território visceral abdominal.
Mantêm-se no entanto todos os
outros fatores e a carga vibratória.
O modelo explicativo consignado
no parágrafo anterior não contraria
a hipótese que aponta para a irritação do peritoneu parietal. De facto,
a sua relação com o nervo frênico,
com eventual irradiação da dor ao
ombro, obedece e respeita os critérios anatomofisiológicos. Para Morton, a irritação do peritoneu parietal
é uma hipótese plausível e defensável no plano fisiológico, atendendo à
sua sensibilidade á carga vibratória e
aos movimentos de flexão e rotação
do tronco. A região subdiafragmática do peritoneu parietal é inervado
por ramos do nervo frênico, o que
explicaria a localização errática da
dor e a relativamente frequente
irradiação ao ombro. O mecanismo
subjacente à irritação peritoneal,
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