Revista de Medicina Desportiva Informa Janeiro 2020 | Page 11
Rev. Medicina Desportiva informa, 2020; 11(1):9.
https://doi.org/10.23911/CQuiz5_2020_1
Prof. Doutor Hélder
Dores
Cardiologia Desportiva
– Hospital da Luz
Lisboa, Sport Lisboa e
Benfica, NOVA Medical
School. Lisboa
• Homem, 25 anos, raça negra.
• Atleta de futebol 11 – nível competitivo, ±14-16h de treino semanal.
• Assintomático e sem antecedentes pessoais ou familiares relevantes.
• Exame objetivo sem alterações.
• Na avaliação pré-competitiva apresenta este ECG
QUESTÕES:
1. Como classifica este ECG,
patológico?
2. Que características considera
importantes na interpretação deste
traçado?
3. Solicitava exames
complementares de diagnóstico; se
sim, quais?
(Consulte as respostas mais adequadas para estas questões na próxima edição da revista)
Respostas ao Cardio Quiz 4 (edição de novembro de 2019)
1. Sugere exames complementares de
diagnóstico adicionais?
A bicuspidia aórtica com regurgitação
apenas ligeira, e na ausência de sintomas
ou outras alterações significativas, não
implica só por si a realização de exames
complementares adicionais. Se a caracteri-
zação por ecocardiografia transtorácica for
limitada poderá ser realizada ressonância
magnética cardíaca ou ecocardiograma
transesofágico. A associação da bicuspidia
com alterações da artéria aorta, nomeada-
mente dilatação (aneurisma) ou coartação,
implica a sua avaliação cuidada e caso
haja alterações nos segmentos visualiza-
dos na avaliação inicial (raiz, ascendente
proximal ou crossa) será importante uma
melhor caracterização, por exemplo com
Angio-TC.
2. A prática de desporto competitivo
está contraindicada?
Não. A bicuspidia aórtica com regurgita-
ção ligeira na ausência de dilatação da
aorta não constitui contraindicação para
desporto competitivo. A limitação para a
prática desportiva também depende das
características do desporto, mas deve ser
considerada quando a válvula apresenta
compromisso funcional significativo
(regurgitação ou estenose moderada-
-grave) ou há dilatação da aorta.
3. Que tipo de follow-up recomenda?
O follow-up depende da gravidade da
doença e da presença de sintomatologia.
Após o diagnóstico será importante a
reavaliação clínica e ecocardiográfica aos
12 meses para avaliar eventual progres-
são da doença. Caso o atleta permaneça
assintomático, e não existam alterações
relevantes, a avaliação imagiológica
poderá ser posteriormente realizada
com maior intervalo (ex. 2/2 anos), mas
dependendo de outros fatores como alte-
rações nos hábitos desportivos.
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