Revista de Medicina Desportiva Informa Janeiro 2019 | Page 25
médio, formando desta forma o
tronco comum. 4,9,14,17,18 O nervo torá-
cico longo mergulha profundamente
no plexo braquial e clavícula, pas-
sando desta forma entre a clavícula
e a primeira costela, insinuando-se
a este nível em uma bainha fascial 7 ,
continuando o seu trajeto caudal ao
longo da face lateral da parede torá-
cica até ao nível da 8ª – 9ª costelas
para inervar o músculo serrátil ante-
rior 4,9 , com um comprimento total
de 24cm, em média (Figura 1). 17 O
músculo serrátil anterior tem como
principal função protrair e estabili-
zar a escápula, orientado de forma
eficaz a glenoide durante a rotação
ascendente. 19
É postulado, tendo por base a sua
topografia anatómica, que é neste
trajeto longo que o nervo se encon-
tra suscetível a diferentes tipos de
lesões mecânicas. 7,20 A maioria das
lesões traumáticas do nervo torácico
longo são neuropráxias resultantes
de contusão traumática direta, pela
sua localização subcutânea à saída
do músculo peitoral ao nível da
quarta ou quinta costela, ou por
movimentos repetidos em atletas,
geralmente como resultado de um
mecanismo de tração do nervo. 20
Embora a associação entre o trauma
e a paralisia do músculo serrátil
anterior esteja bem estabelecida,
não há consenso de como o trauma
lesiona o nervo torácico longo. 7
Inicialmente foi proposta a tração
súbita ou recorrente do nervo torácico
longo como responsável pela paralisia
do serrátil anterior, no entanto, e
tendo em conta o comprimento do
nervo, advoga-se que este deve ter
uma maior capacidade de alonga-
mento, apoiado no facto de que as
lesões de tração do plexo braquial
não são inexoravelmente acompa-
nhadas por lesão do nervo torácico
longo. 4,13 A lesão pode ocorrer quando
o nervo não se encontra envolvido na
respetiva bainha fascial, seja na
forma de uma lesão por tração ou em
um efeito de arco. 21
De acordo com a literatura, existe
uma ampla gama de desportos com
casos reportados de paralisia do
nervo torácico longo, incluindo o tiro
com arco e flecha, ténis e basquete-
bol. 2 Existe apenas um estudo sobre
a incidência de lesões no futsal,
referindo que se trata de um des-
porto com índice elevado de lesões,
com tipo e localização semelhantes
ao futebol. 22 De acordo com o UEFA
Elite Club Injury Study Report 2016/17,
as lesões da região cervical e cintura
escapular no futebol correspondem a
apenas 1.4% do total. 23 A ocorrência
de traumatismos diretos da região
cervical e cintura escapular, com
ou sem contacto, podem ocorrer no
futsal, sendo que no presente caso a
paralisia do serrátil anterior poderá
ter sido causado por um mecanismo
de contusão traumática direta,
embora seja difícil estabelecer qual é
o mecanismo exato da lesão.
As causas não traumáticas
incluem compressão em múltiplos
pontos anatómicos, infeções víricas,
COXA
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