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médio, formando desta forma o tronco comum. 4,9,14,17,18 O nervo torá- cico longo mergulha profundamente no plexo braquial e clavícula, pas- sando desta forma entre a clavícula e a primeira costela, insinuando-se a este nível em uma bainha fascial 7 , continuando o seu trajeto caudal ao longo da face lateral da parede torá- cica até ao nível da 8ª – 9ª costelas para inervar o músculo serrátil ante- rior 4,9 , com um comprimento total de 24cm, em média (Figura 1). 17 O músculo serrátil anterior tem como principal função protrair e estabili- zar a escápula, orientado de forma eficaz a glenoide durante a rotação ascendente. 19 É postulado, tendo por base a sua topografia anatómica, que é neste trajeto longo que o nervo se encon- tra suscetível a diferentes tipos de lesões mecânicas. 7,20 A maioria das lesões traumáticas do nervo torácico longo são neuropráxias resultantes de contusão traumática direta, pela sua localização subcutânea à saída do músculo peitoral ao nível da quarta ou quinta costela, ou por movimentos repetidos em atletas, geralmente como resultado de um mecanismo de tração do nervo. 20 Embora a associação entre o trauma e a paralisia do músculo serrátil anterior esteja bem estabelecida, não há consenso de como o trauma lesiona o nervo torácico longo. 7 Inicialmente foi proposta a tração súbita ou recorrente do nervo torácico longo como responsável pela paralisia do serrátil anterior, no entanto, e tendo em conta o comprimento do nervo, advoga-se que este deve ter uma maior capacidade de alonga- mento, apoiado no facto de que as lesões de tração do plexo braquial não são inexoravelmente acompa- nhadas por lesão do nervo torácico longo. 4,13 A lesão pode ocorrer quando o nervo não se encontra envolvido na respetiva bainha fascial, seja na forma de uma lesão por tração ou em um efeito de arco. 21 De acordo com a literatura, existe uma ampla gama de desportos com casos reportados de paralisia do nervo torácico longo, incluindo o tiro com arco e flecha, ténis e basquete- bol. 2 Existe apenas um estudo sobre a incidência de lesões no futsal, referindo que se trata de um des- porto com índice elevado de lesões, com tipo e localização semelhantes ao futebol. 22 De acordo com o UEFA Elite Club Injury Study Report 2016/17, as lesões da região cervical e cintura escapular no futebol correspondem a apenas 1.4% do total. 23 A ocorrência de traumatismos diretos da região cervical e cintura escapular, com ou sem contacto, podem ocorrer no futsal, sendo que no presente caso a paralisia do serrátil anterior poderá ter sido causado por um mecanismo de contusão traumática direta, embora seja difícil estabelecer qual é o mecanismo exato da lesão. As causas não traumáticas incluem compressão em múltiplos pontos anatómicos, infeções víricas, COXA Avançando para o seu bem estar! COM PLACAS TERMOPLÁSTICAS www.interorto.pt PERNEIRA Revista de Medicina Desportiva informa janeiro 2019 · 23